FUNCIONAMENTO DO CENTRO DRAGÃO DO
MAR
Geral: de segunda a quinta, das
8h às 22h; e de sexta a domingo e feriados, das 8h às 23h. Bilheteria: de terça
a domingo, a partir das 14h.
Cinema do Dragão: de terça a
domingo, das 14h às 22h. Ingressos: R$ 14 e R$ 7 (meia). Às terças-feiras, o
ingresso tem valor promocional: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).
Museus: de terça a sexta, das 9h
às 19h (acesso até as 18h30); sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h
(acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
Multigaleria: de terça a domingo,
das 14h às 21h (acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
OBS.: Às segundas-feiras, o
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não abre cinema, cafés, museus, Multigaleria
e bilheterias
► [TEATRO] Espetáculo “Derivações
do Pior – Explosão-Expansão do Pra Frente o Pior”
Cia Inquieta
Em abril de 2018, a Inquieta Cia. faz
dois anos caminhando com o PIOR. Nesse mês, nesse ano e nesse Brasil,
convocamos vocês a explodirmos e expandirmos esse percurso. Agindo com o
momento atual, as Derivações são atividades em série que tocam o PIOR, tateando-o.
Com ações que expandem o espetáculo de dança-teatro PRA FRENTE O PIOR, acolhem
performances, leituras performáticas, debates e diálogos com outras linguagens
artísticas.
Sinopse do DERIVAÇÕES DO PIOR:
O que você vai ler agora é o que
você vai ler agora. Nós seguimos aniquilados e degradantes. Talvez estejamos
cansados de lutar pela utopia da transformação. Fizemos pairar no ambiente uma
força melancólica e latente que está nos destruindo. A dinâmica do poder está
tirando a nossa rigorosa capacidade de pensar. Estamos em crise, afogando-nos
em soluções que afundam a nós mesmos. E queremos abrir diálogos sobre o fim do
mundo, quem sabe, cavando nosso próprio fim para nossa insurreição. Por isso,
nós, da Inquieta Cia., vamos realizar as ações Derivações do PIOR.
Derivações do PIOR é uma série de
ações que expandem o espaço sensível da nossa obra cênica PRA FRENTE O PIOR,
estreada em abril de 2016. Estamos contaminados por diferentes linguagens
artísticas e trazemos proposições em performances que tratam dos discursos
atuais sobre o fim do mundo, sobre o declínio do corpo e dos modos de existir.
Sinopse do PRA FRENTE O PIOR:
Pessoas cavando seu próprio fim
serão como pessoas cavando o fim.
Passo a passo, um coletivo
arranha um percurso adiante. Sempre adiante, desorientam pactos de convivência
e, ainda assim, permanecem como grupo, comunidade, tribo, sociedade... Criar,
lutar, adiante, sem esperança. Adiante sem acreditar. Adiante como imperativo
ético. Um corpo que já não aguenta mais e se mantém, enfim. Adiante. Em fim
Inquieta Cia.
A Inquieta Cia. atua com o
objetivo de estilhaçar funções e referências em suas pesquisas e atividades
artísticas, interessando-se por criações colaborativas e por circunstâncias que
incomodem e mobilizem tanto a arte como o contexto sociocultural em que essa se
encontra inserida. Seu repertório é formado pelos espetáculos “Metrópole“;
(2012), “Esconderijo dos Gigantes” (2015) e “PRA FRENTE O PIOR” (2016).
Inquieta realiza diversas ações
formativas. É propositora do núcleo de formação e criação, “Habitat de Atores -
Núcleo para a tua ação”; da primeira edição dessa residência, em 2014, surgiram
as montagens “8 Milhões de Habitantes“, “Entre“ e “Prometeu“. Em 2016 realizou
o projeto “Dramaturgir - Ação de estudos e práticas em dramaturgia“, somando 3
oficinas, 4 leituras dramáticas e 1 conversação sobre dramaturgia
contemporânea.
// Dias 10, 12, 17 e 19 de abril
de 2018, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Acesso gratuito. Classificação
etária: 16 anos.
► [DANÇA] Espetáculo “Gala de
Dança”
Escola de Ballet Goretti Quintela
A Escola de Ballet Goretti
Quintela preparou uma linda gala de dança, com reapresentações de trechos de
balés que marcaram o ano de 2017, na Escola. O espetáculo tem a finalidade de
arrecadar fundos para custear as passagens dos bailarinos que se apresentarão
em grandes festivais de outros estados do País.
// Dia 11 de abril de 2018, às
19h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).
Classificação etária: Livre.
► [FOTOGRAFIA] Golpe de Vista
Ciclo mensal de conversas sobre
fotografia traz um tema a cada edição e convidados do meio para palestras, além
de oficinas gratuitas no sábado seguinte ao encontro. Nesta edição, o tema será
"Fotografia de Moda". O conceito de moda é amplo, destacamos assim o
modo, uso ou costume que está em destaque por um tempo em determinada cultura,
lugar ou país. Em sentido mais estrito, portanto na abordagem desse,
"Moda" se refere especificamente aos diversos estilos de vestuário
que afeta o comportamento humano e social. Assim, o Golpe de Vista convidou
dois fotógrafos da cidade, Caio Cesar e Camila de Almeida, cujos trabalhos se
expressam nesta linguagem e conceito.
A conversa vai tratar como os
conceitos da Fotografia de Moda não se restringem apenas aos objetivos
comerciais de venda de peças de roupa, adereços e acessórios, mas como funciona
a dinâmica do trabalho: o conceito, a produção do ensaio/editorial, o uso
criativo da luz, a equipe de profissionais envolvidos, a direção de modelos,
edição e o tratamento de imagem até sua difusão.
Sobre os convidados
Caio Cesar
Caio César, conhecido
profissionalmente por Caio Fotos inicia seus estudos aos 15 anos na arte da
Fotografia digital logo tornando sua paixão. Começou uma busca interminável
por mais conhecimento, iniciando seus estudos na faculdade de Belas Artes em
São Paulo, tendo aprimoramento profissional de fotografia de moda e
publicidade, logo regressa à Fortaleza onde continua sua jornada em diversos
cursos: Fotografia e Cinema na Casa Amarela da UFC- UNIVERSIDADE FEDERAL DO
CEARÁ,Curso de fotografia de moda e curso de Iluminação para Fotografia De
Moda, ministrado pelo fotógrafo e professor Sydney Gonçalves no SENAC/ CE, e
o workshop de Fotografia De Moda com o renomado fotógrafo Português Mario
Príncipe na Travessa da Imagem.
Caio César é graduado em
publicidade e propaganda pela FAC-FACULDADE CEARENSE. “Todos esses cursos
formaram e moldaram meu olhar sobre à fotografia de moda e me apaixonei cada
vez mais pelo universo do retouch e comecei a editar imagens. Eu estava cada
vez mais interessado nesse incrível universo da manipulação de imagens.
Ultimamente me concentrei mais nos retratos de praia e street style porque
adoro receber um feedback das pessoas que tiro e capturar suas emoções”.
Camila de Almeida
O caminho mostrou a fotografia
como possibilidade há dez anos, mas só há seis a paixão virou ofício
profissional. Com formação em Publicidade e Propaganda pela Unifor, atua como
fotógrafa do Jornal O Povo dede 2013, onde recentemente, realiza trabalhos para
o núcleo de revistas do veículo. Em paralelo ao fotojornalismo, realiza
trabalhos para marcas locais, agências de publicidade e desenvolve projetos de
fotografia autoral. Com trabalhos publicados em veículos como Isto É, Beach
Park, Unimed, Casabanca, Dasart entre outras, segue acreditando que fotografar
é a sua arte e que não saberia fazer qualquer outra coisa se não isso.
// Dia 11 de abril de 2018, às
19h, no Auditório. Acesso gratuito. Classificação etária: Livre.
► [TEATRO] Espetáculo “Asja Lacis
já não me escreve”
Grupo Terceiro Corpo
O Grupo Terceiro Corpo retoma seu
segundo espetáculo, inspirado na atriz, diretora e militante de esquerda Asla
Lacis, que militou a favor do proletariado e das crianças orfãs de guerra, na
Rússia do início do século XX. O escritor argentino Ricardo Piglia fala de Asja
Lacis: “Em 1923, em Berlim, Brecht conhece a diretora teatral soviética Asja
Lacis, e é ela que o põe em contato com as teorias e experiências da vanguarda
soviética”.
Com essas informações, diz a
diretora Maria Vitória (Terceiro Corpo), veio o desejo de conhecer mais a
biografia e a força dessa mulher. Ricardo Piglia afirma ainda que: “por
intermédio de Asja Lacis, Brecht conhece a teoria da ostranenie, elaborada pelos
formalistas russos e por ele traduzida como efeito de estranhamento. É notável
o deslocamento operado por Brecht para mostrar a origem russa de sua teoria do
distanciamento”.
O espetáculo “Asja Lacis já não
me escreve” representa a consolidação e o compartilhamento de uma pesquisa que
se desenvolve há três anos, movida pela busca de um teatro comprometido com a
voz das mulheres e com as questões de nosso tempo, um teatro no qual a
encenação é o resultado de laboratórios de investigação e de criação.
A peça teve o apoio do programa
de produção e publicação em artes 2016 de Fortaleza – Instituto Bela Vista/
SECULTFOR, e participou do Laboratório de Pesquisa Teatral do Porto Iracema da
Artes em 2015, com a consultoria dramatúrgica de Vadin Nikitin e a interlocução
artística de Hector Briones. A transcrição dramatúrgica e a direção ficam a
cargo de Maria Vitória e no elenco Juliana Carvalho, Marcos Paulo e Nádia
Fabrici.
Grupo Terceiro Corpo – Trajetória
de pesquisa
O Grupo Terceiro Corpo, formado
por Jéssica Teixeira, Juliana Carvalho, Marcos Paulo, Maria Vitória, Nádia
Fabrici e Sara Síntique, surgiu de uma vontade latente de pesquisar o trabalho
do ator. Desde fevereiro do ano de 2014, o Grupo Terceiro Corpo se reúne
sistematicamente e vem dando vida aos laboratórios de criação em torno do
trabalho do ator a partir da premissa do solo-coletivo.
A primeira peça escolhida para
montagem, Tudo ao Mesmo Tempo Agora, escrita por Maria Vitória, foi agraciado
pelo Prêmio de Dramaturgias Femininas e foi a base para o primeiro laboratório
de ator desenvolvido pelo Grupo Terceiro Corpo.
A ideia do Solo-coletivo trabalha
com o conceito de personagem partilhada, na qual temos apenas uma personagem em
cena e mais de um ator para representá-la. A nova empreitada do grupo gira em
torno da figura de Asja Lacis. A obscura atriz, diretora teatral e militante de
esquerda da primeira metade do século XX, Asja Lacis.
Paixão
Pelo que consta em algumas
citações do escritor argentino Ricardo Piglia, Asja foi atriz e diretora de
teatro que influenciou de forma significativa o meio teatral, em especial, o
alemão Bertolt Brecht. Asja Lacis foi também colaboradora de Meyerhold e de
Eisenstein, próxima do grupo de Maiakóvski.
Asja é uma grande paixão de
Walter Benjamin, e por intermédio dela Brecht e Benjamin se conhecem. Em fim
dos anos 30, Asja Lacis desaparece num campo de concentração stalinista. “Asja
Lacis já não me escreve”, registra Brecht em seu diário de janeiro de 1939.
Sinopse – Asja Lacis já não me
escreve
Asja Lacis foi uma
revolucionária, atriz e diretora de teatro russa. Mulher de muitas faces e à
frente do seu tempo, Asja trabalhou teatro com operários e com crianças órfãs
de guerra. Por intermédio dela, Walter Benjamin e Brecht se conheceram. Em fim
dos anos 30, Asja Lacis desaparece num campo de concentração stalinista e
Brecht registra em seu diário de janeiro de 1939: “Asja Lacis já não me
escreve”. A peça traz às luzes da ribalta a vida dessa mulher que foi eclipsada
pela história do teatro Ocidental.
Ficha técnica
Direção e transcriação
dramatúrgica: Maria Vitória.
Elenco: Juliana Carvalho, Marcos
Paulo e Nádia Fabrici.
Figurino: Maria Vitória
Iluminação: Maria Vitória e Rami
Freitas
Realização: Grupo Terceiro Corpo
// Dias 13 e 20 de abril de 2018,
às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00
(meia). Classificação etária: 10 anos.
► [MÚSICA] Show Cronovisor – A
história da solidão
Samuca Luna
A temporada 2018 desse
show-espetáculo leva o público a uma viagem intensa pelo lado mais sombrio e
criativo do líder da banda Legião Urbana. Com cinco canções do CD “A
Tempestade”, diversas canções do chamado “Lado B” e também com versões de
músicas clássicas da Legião, o show tem um roteiro especialmente programado
para arrancar sorrisos e lágrimas, num verdadeiro emaranhado de sentimentos que
se desenrolam na apresentação. Forte, intenso e profundo, Cronovisor 2018
surpreende em cada detalhe. O cantor e psicólogo Samuca Luna vai conduzir o
público pela história da solidão, contada através das músicas de Renato Russo.
Mais informações:
www.cronovisor.com.br
// Dia 13 de abril de 2018, às
20h30, no Anfiteatro. Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)
(antecipado). Classificação etária: Livre.
► [TEATRO INFANTIL] Espetáculo
“Guerra de Cup & Cake”
K’Os Coletivo
Conta a história de dois
mestres-cucas experts em doces que lutam por um mesmo objetivo: o prêmio de
maior e melhor confeiteiro da cidade de Mascavo. Um se chama Cup e o outro
Cake. O que eles não esperavam é que nessa briga, eles juntos iriam criar um doce
que passaria a ser conhecido em todo mundo: o Cupcake.
// Dias 14, 15, 21 e 22 de abril
de 2018, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$
10,00 (meia). Classificação etária: Livre.
► [DANÇA] Espetáculo “O Touro
Azul”
Direção: Andreia Pires – Com
Aline Monteiro e Milza Gama
Inspirado no poema “Mar
Absoluto”, de Cecília Meireles, TOURO AZUL é resultado de um processo de
pesquisa, exploração do movimento e montagem da cena contemporânea entre dança
e teatro, entre pesquisa e dramaturgia, entre literatura e imagens trazidas para
o corpo. Nele, o público vai ser posto de frente com um dos elementos mais
fortes da nossa existência: o mar. As bailarinas Milza Gama e Aline Monteiro
mostram no palco a imensidão e a força do oceano, dando mais vida, formas e
movimentos transformados em arte.
Com direção de Andréia Pires,
pesquisadora das vertentes Composição, Corpo e Dramaturgia, TOURO AZUL conduz o
público a uma pesquisa de movimento, a uma imersão em direção ao oceano de si
mesmo. Os corpos, no espaço da cena, compreendem-se como corpo-espaço e se
tornam um só, em movimentos que fazem retornar à origem, sendo bravio, sereno e
ponto de partidas e chegadas.
TOURO AZUL faz parte do Projeto
ACQUA, contemplado no XI Edital de Incentivo às Artes 2015, apoiado pela
Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (SecultCe).
FICHA TÉCNICA DIREÇÃO E ELENCO
ANDRÉIA PIRES (Diretora) -
mestranda em Artes pela Universidade Federal do Ceará (UFC), graduada em Artes
Cênicas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE),
integrante da Inquieta Cia e pesquisadora de três vertentes – Composição, Corpo
e Dramaturgia.
MILZA GAMA (Bailarina e
idealizadora) - Graduada em Dança pela Faculdade Angel Vianna, no Rio de
Janeiro, graduanda em Teatro pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará (IFCE) e pesquisadora de outras linguagens artísticas.
ALINE MONTEIRO (Bailarina e
produtora) - Bacharela em Letras Português pela Universidade Estadual do Ceará
(UECE), tecnóloga em Produção de Eventos Culturais pelo Instituto Centro
Tecnológico (CENTEC) e pesquisadora em semiótica.
Sinopse
Um monstro cândido que baila no
passeio do não ter
Cavalo épico
Empurra paredes
Antenas
Olhos
Estrelas
Caudas
Cego
Nu
Ele é só ele
// Dias 14 e 15 de abril de 2018,
às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00
(meia). Classificação etária: Livre.
//// TODA SEMANA NO DRAGÃO DO MAR
Feira Dragão Arte
Feira de artesanato fruto da
parceria com Sebrae-CE e Siara-CE.
De sexta-feira a domingo, das 17h
às 22h, ao lado do Espelho D'Água. Acesso gratuito.
Feira da AARTE
Feira de artesanato realizado
pela Associação dos Artesãos e Empreendedores do Ceará.
De quinta-feira a sábado, das 17h
às 21h, na Arena Dragão do Mar. Acesso gratuito.
Planeta Hip Hop
Crews de breaking e outras danças
do hip hop promovem encontro de dançarinos do gênero com DJ tocando ao vivo.
Todos os sábados, às 19h, na
Arena Dragão do Mar. Acesso gratuito.
Brincando e Pintando no Dragão do
Mar
Sob a orientação de monitores,
uma série de jogos, pinturas, brincadeiras e outras atividades são oferecidas
às crianças.
Todos os domingos, das 16h às
19h, na Praça Verde. Acesso gratuito.
Fuxico no Dragão
Feirinha dominical com
expositores de produtos criativos em moda, design e gastronomia.
Todos os domingos, das 16h às
20h, na Arena Dragão do Mar. Acesso gratuito.
//// VISITE NOSSAS EXPOSIÇÕES
► Exposição “Luciano Carneiro: O
Olho e o Mundo”
Parceria entre o Instituto Dragão
do Mar (IDM) e o Instituto Moreira Salles (IMS) traz a Fortaleza exposição
inédita sobre o cearense Luciano Carneiro, fotojornalista com uma das mais
expressivas produções do Brasil. Intitulada “Luciano Carneiro: O Olho e o
Mundo”, a mostra está em cartaz até dia 13 de maio de 2018, no Museu da Cultura
Cearense, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. São cerca de 300
fotografias registradas entre o fim da década de 1940 e ao longo da década de
1950, período em que o fotojornalista atuou na revista O Cruzeiro. Sob
curadoria de Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS, a mostra pretende
difundir a visão de um talento ainda pouco conhecido na história da fotografia
brasileira e permite um denso recorte do início do moderno fotojornalismo no
país.
Luciano Carneiro foi um dos
jornalistas mais atuantes de seu tempo. Em uma curta carreira, interrompida por
sua morte aos 33 anos em um acidente aéreo, logo se destacou entre os
principais nomes de O Cruzeiro. Trabalhou na revista entre 1948 e 1959,
inicialmente como repórter e, no ano seguinte, escrevendo e fotografando. Nesse
período, a publicação fez uma consistente inflexão em direção a um
fotojornalismo mais humanista e engajado. Essa mudança foi concretizada por
fotógrafos como José Medeiros, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto, Henri Ballot,
Eugênio Silva e o próprio Carneiro, que passaram a integrar a equipe da
revista, trazendo para as fotorreportagens maior ênfase na objetividade e no
caráter documental e jornalístico.
Graças à enorme estrutura dos
Diários Associados, grupo do qual a revista fazia parte, fundado por Assis
Chateaubrinand, Carneiro pôde fazer séries de reportagens em quatro
continentes, incluindo a cobertura da Guerra da Coreia, em 1951, sendo um dos
únicos repórteres sul-americanos a cobrir o conflito. Com seu espírito
aventureiro e com um brevê de paraquedista que possuía, saltou, ao lado do
exército americano, sobre as linhas inimigas durante a guerra.
Carneiro documentou, em 1955, o
trabalho humanista do dr. Albert Schweitzer na África – premiado três anos
antes com o Nobel da Paz. Acompanhou a entrada de Fidel Castro e seus
companheiros vitoriosos em Havana, em janeiro de 1959, e realizou ainda
reportagens no Japão, na Rússia e no Egito de Gamal Abdel Nasser, presidente
daquele país de 1954 até 1970.
No Brasil, realizou matérias
sobre jangadeiros, posseiros, a seca no Nordeste, a herança do cangaço, as
lutas estudantis e ainda diversas matérias reunidas na seção “Do arquivo de um
correspondente estrangeiro” na revista O Cruzeiro, da qual era titular e onde
expressava livremente suas opiniões. Ali, revelava influências da fotografia
humanista do pós-guerra praticada por fotógrafos como Henri Cartier-Bresson,
Robert Capa, Robert Doisneau e W. Eugene Smith. Era um contraponto à coluna de
duas páginas de David Nasser, expoente de uma escola de jornalismo de viés
sensacionalista, a qual Carneiro se opunha frontalmente.
Ao lado de Rachel de Queiroz,
Luiz Carlos Barreto e Indalécio Wanderley, foi parte do elenco de jornalistas,
fotógrafos e intelectuais cearenses que ajudaram a construir este grande
veículo de comunicação de abrangência nacional e internacional que foi a
revista O Cruzeiro. O Instituto Moreira Salles vem ao longo dos últimos anos
dedicando-se à pesquisa sobre o fotojornalismo no Brasil, principalmente a
partir da produção dos fotógrafos que atuaram na revista.
Apesar de sua evidente
relevância, a produção fotográfica de Luciano Carneiro não foi ainda
devidamente referenciada e pesquisada. Esta exposição é o primeiro passo mais
abrangente nesta direção, com o objetivo de resgatar este importante legado,
situando devidamente e definitivamente a obra de Luciano Carneiro no âmbito da
fotografia e das artes visuais no Brasil. O conjunto de imagens apresentado
corresponde integralmente à coleção de originais cedida ao IMS por sua família,
em que se destacam as reportagens que realizou no exterior como correspondente
da revista.
Além das fotografias originais,
serão exibidos materiais de época, como revistas e fac-símiles de matérias.
Outros destaques são: um vídeo sobre a importância da revista O Cruzeiro do
ponto de vista de fotógrafos, com depoimentos de Luiz Carlos Barreto e Flávio
Damm, que trabalharam na revista, e Walter Firmo e Evandro Teixeira, que nela
encontraram a mais forte inspiração no início da carreira; e um
minidocumentário produzido para a montagem original da exposição sobre Luciano
Carneiro, com entrevistas de Ziraldo e Luciano Carneiro Filho, entre outros.
Sobre o fotógrafo
José Luciano Mota Carneiro
(Fortaleza, 1926-Rio de Janeiro, 1959), filho de Antônio Magalhães Carneiro e
Maria Carmélia Mota Carneiro, nasceu no dia 9 de outubro. Iniciou sua carreira
como jornalista nos jornais Correio do Ceará e O Unitário, periódicos
integrantes dos Diários Associados. Começou a fotografar nesse mesmo período e,
em 1948, passou a integrar a equipe da revista O Cruzeiro, no Rio de Janeiro,
como repórter. Suas fotos passariam a ilustrar as reportagens um ano depois.
Luciano Carneiro morreu
tragicamente, no dia 22 de dezembro de 1959, em um acidente de avião próximo à
cidade do Rio de Janeiro, quando retornava de um trabalho singelo em Brasília:
fotografar o primeiro baile de debutantes da nova capital, então às vésperas da
inauguração.
Dos destroços do avião, foram
resgatadas suas máquinas fotográficas e os filmes com as fotos. A revista o
homenageou publicando o que seria sua última matéria, no dia 16 de janeiro de
1960, sem título nem textos, apenas imagens – em uma delas, aparece o próprio
fotógrafo refletido em um espelho. Antecedendo as imagens do acidente, na
edição de 9 de janeiro, que anunciava o falecimento, foram publicadas duas
páginas escritas por David Nasser lamentando a perda do colega. No texto,
Nasser ressalta as diferenças entre o jornalismo praticado por ambos e, ao
mesmo tempo, reconhece e enaltece sua objetividade e seu humanismo. Na edição
de 16 de janeiro, foi Rachel de Queiroz quem publicou sua homenagem.
// Em cartaz até 13 de maio de
2018, no piso superior do Museu da Cultura Cearense. Visitação: de terça a
sexta-feira, das 9h às 19h (com acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e
feriados, das 14h às 21h (com acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
► Exposição "Vaqueiros"
Exposição lúdica, de caráter
didático, percorre o universo do vaqueiro a partir da ocupação do território
cearense pela pecuária até a atualidade. Utiliza cenografia, imagens e objetos
ligados ao cotidiano do vaqueiro.
// Exposição de longa duração, no
piso inferior do Museu da Cultura Cearense. Visitação de terça a domingo, das
9h às 19h (acesso até as 18h30) e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às
21h (acesso até as 20h30). Acesso gratuito. Classificação etária: Livre.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO
CEARÁ
► Exposição /Simultâneos/
A exposição /Simultâneos/ é um
bloco composto por cinco pequenas mostras. O maranhense Thiago Martins de Melo
apresenta um conjunto poético que convida o público a discutir o colonialismo
por meio da metanarrativa. Com o filme de animação "Barbara Balaclava"
(2016), o artista apresenta a trajetória de uma mártir anônima desde a
desapropriação e massacre de sua aldeia e sua morte sob tortura policial até
sua experiência como "encantada" encontrando a si mesma em encarnação
anterior e culminando em seu batismo no coração de Pindorama. Bárbara balaclava
é uma narrativa anarco-xamanista de transcendência da luta anticolonialista.
/Simultâneos/ traz ainda
"Montar uma Ruína", de Lis Paim. A artista visual baiana radicada em
Fortaleza exibe, pela primeira vez, seu arquivo audiovisual constituído a
partir da edificação em ruína do Alagoas Iate Clube – o Alagoinha, um antigo
clube modernista localizado dentro do mar da orla de Ponta Verde, na cidade de
Maceió (AL). Alvo de peculiares ocupações transitórias e de ameaças constantes
de desaparecimento desde o momento da sua desapropriação e abandono pelos
vários governos em Alagoas, a imagem do Alagoinha na paisagem urbana é a de um
apêndice; uma aresta consentida e mal aparada de Maceió: um lugar de limbo.
Em outra sala, o MAC-CE apresenta
fragmentos de álbuns de família da cidade de Várzea Alegre/CE, a partir de um
conjunto de imagens produzidas pelo "Studio Saraiva" e pela artista
"Telma Saraiva", que evidencia a sofisticação de pensar, executar e
reinventar a fotografia na metade do século passado no Cariri cearense
(Crato/CE), ao inovar, à época, com o uso da fotopintura, detalhamento de
fotografias a partir de pintura com tintas, o que a projetou nacionalmente.
Na Sala Experimental, a curadora
Carolina Vieira elege algumas obras do Acervo MAC e da Pinacoteca do Estado do
Ceará, e aproxima de um recorte de artistas, homens e mulheres que apresentam,
de alguma maneira, a energia feminina ao exibir imagens que remetem às noções
de trama, memória, conexão e rede de apoio, muito comum ao universo da mulher.
O trabalho manual aparece em obras que envolve tapeçaria, desenhos, instalação
e pinturas. Como recepção do visitante esta sala apresenta duas obras bastante
significativas, uma imagem de nossa senhora do Euzébio Sloccowick e uma gravura
de Nossa Senhora dos Escribas do Francisco de Almeida. Elas são o ponto de
partida para pensar organização das demais obras da sala.
Além das quatro minimostras que
permeiam, de alguma forma, o universo feminino, /Simultâneos/ apresenta ainda a
instalação "Você Gostaria de participar de uma experiência artística?
Circulação & repouso", de Ricardo Basbaum, que convida o público à
participação. O artista paulista propõe o envolvimento do outro como
participante em um conjunto de protocolos indicativos dos efeitos, condições e
possibilidades da arte contemporânea. O projeto se inicia com o oferecimento de
um objeto de aço pintado (125 x 80 x 18 cm ) para ser levado para casa pelo participante
(indivíduo, grupo ou coletivo), que terá um certo período de tempo (em torno de
um mês) para realizar com ele uma experiência artística.
// Em cartaz até 29 de abril de
2018, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Visitação de terça a
sexta-feira, das 9h às 19h (com acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e
feriados, das 14h às 21h (com acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
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