O OLHAR NÃO VÊ. O OLHAR
ENXERGA. e NÃO DANIFIQUE OS SINAIS têm curadoria de Diógenes Moura, que
promoverá uma conversa com o público às 11h30
O cérebro de um museu é seu
acervo. E trabalhar este material de forma aprofundada, motiva que um processo
de programação comece a surgir. É a partir do contato com um acervo que o
curador define as direções que deseja seguir. E foi dessa maneira que Diógenes
Moura, profissional que fez a curadoria da mostra “Estúdio de Arte Irmãos
Vargas encontra Martín Chambi”, voltou ao Museu da Fotografia Fortaleza (MFF)
para mergulhar neste acervo com mais de 2.500 obras e modificar dois pavimentos
inteiros do equipamento, revisitando todo este material e trazendo novos
contextos e novas leituras para o Museu.
Desde sua inauguração, em
março de 2017, o MFF manteve, no térreo e 1º andar, duas exposições de longa
duração que, agora, darão espaço a fotografias que ainda não foram expostas,
sem deixar de manter alguns clássicos e obras icônicas, desde que dialoguem com
as novas pautas apresentadas. Dia 7 de março, às 10h, o Museu da Fotografia
Fortaleza abre as portas com O OLHAR NÃO VÊ. O OLHAR ENXERGA. no térreo e NÃO
DANIFIQUE OS SINAIS no andar de cima. Às 11h30, o curador Diógenes Moura irá
conversar com o público presente sobre todo este processo e o resultado dele.
No total, são cerca de 370
obras, coloridas e em preto & branco, nestas exposições que cruzam muitas
décadas e períodos da história da fotografia. São experimentos, a forma como
olhamos o outro, paisagens, retratos, o corpo, os limites entre cidade,
existência e abandono. O OLHAR NÃO VÊ. O OLHAR ENXERGA., trata de humanidades,
começando com retratos em plano fechado, retratos de época, depois passando por
retratos em planos abertos, possui uma seleção de imagens de interior e
exterior, passa pelo corpo, pela natureza do homem e pela natureza da terra,
também por ensaios, arte e religiosidade, até chegar a experimentos mais
modernistas, reunindo fotografias brasileiras e estrangeiras.
Em NÃO DANIFIQUE OS SINAIS,
poderá ser encontrada uma esfera mais política, mais agonizante socialmente,
porque começa com o desastre em Mariana – MG, passa por conflitos do homem pelo
homem trazendo, também, imagens de Serra Pelada, ensaios provocantes em relação
ao país, desastres ecológicos, imigrantes, chegando à Ditadura e terminando no
Cangaço, que precede uma epígrafe poética.
Segundo o escritor e curador
Diógenes Moura, “o ponto mais importante dessas duas exposições é a descoberta
que o verdadeiro olhar não vê. Ver, apenas, já não basta. O olhar enxerga. E a
fotografia também não basta, temos que observar a imagem, o resultado disso: da
existência da imagem”, conclui. As galerias do MFF foram pintadas em novos tons
para receber as mostras. Existem sequências de imagens que tentam contar uma
história e, além disso, os textos presentes nas paredes estarão em português,
inglês e braile. Existirão, ainda, algumas imagens táteis, em 3D, para que os
deficientes visuais possam visitá-las e 20 imagens com QR code e áudio descrição.
Sobre Diógenes Moura
É escritor, curador de
fotografia, roteirista e editor independente. Em 2019 foi semifinalista do
Prêmio Oceanos de Literatura com O Livro dos Monólogos [Recuperação para Ouvir
Objetos], publicado pela Vento Leste Editora. Em 2018/2019 foi curador da mostra
Terra em Transe, que ocupou todo o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura,
fazendo parte do Solar Foto Festival. Premiado no Brasil e exterior, foi
Curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo entre 1998 e 2013.
Seu próximo livro, o romance lítero-contagioso VAZÃO 10.8 será publicado no
Brasil em maio, e narra os dias e as noites do autor ao lado de sua única irmã,
foi vítima de um câncer fulminante em 2018, morrendo no dia 01 de janeiro de
2019, dia do aniversário do autor. Diógenes Moura escreve sobre existência,
imagem e abandono.
SOBRE O MUSEU
Inaugurado dia 10 de março de
2017 com a coleção Paula e Silvio Frota, o MFF recebe cerca de 4 mil visitantes
por mês, que podem conferir dois andares de acervo fixo, além de mais outro que
recebe exposições temporárias. Compreendendo sua função social para além do
espaço expositivo, os projetos Museu na Comunidade e Museu no Interior já
visitaram diversas comunidades da capital e do interior (Maracanaú,
Jericoacoara e Redenção), levando até o público em situação de vulnerabilidade,
teoria e prática acerca do mundo da fotografia. Além disso, o equipamento
realiza uma série de ações que têm como objetivo a divulgação de novos talentos
e a promoção da fotografia contemporânea a partir da realização de cursos e
visitas guiadas para a terceira idade e de oficinas e workshops voltados a
artistas, estudantes e educadores – resultado, inclusive, da proximidade da
instituição junto às Secretarias de Cultura (Secult), de Turismo (Setur) e de Educação
do Estado (Seduc), e às Secretarias Municipais da Educação (SME), de Turismo
(Setfor) e de Cultura de Fortaleza (Secultfor). O MFF tem também uma equipe de
educativo formada pelos alunos dos cursos de Comunicação Social da Universidade
Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor), Pedagogia da
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Artes Visuais do Instituto Federal
do Ceará (IFCE), da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Estácio e Escolas
Técnicas do Governo do Estado.
SERVIÇO:
“O OLHAR NÃO VÊ. O OLHAR
ENXERGA.” e “NÃO DANIFIQUE OS SINAIS”
Data abertura: 07/03 (sábado)
Horário: 10h
Conversa: 11h30
Censura: Livre
Visitação: Gratuita, de
terça-feira a domingo, de 12h às 17h
Local: Museu da Fotografia
Fortaleza
Endereço: Rua Frederico
Borges, 545 – Varjota
Mais informações: (85)
3017-3661
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