As terapias tradicionais
ervanárias são um forte exemplo de conservação e respeito às práticas da
medicina popular que utiliza as plantas como principal instrumento de cura.
Nelas, o homem é visto em todas as suas dimensões em que trata o corpo e,
especialmente, o espírito, escapando assim do paradigma biomédico praticado
hoje. Esta prática, efetivamente, faz parte da rotina das pequenas cidades
brasileiras que com o êxodo rural promovem sua expansão e sua valorização na metrópole.
Atualmente, os fundamentos desse conhecimento (natureza versos crença) são mais
aceitos pela Biomedicina.
Como tratamento complementar à
terapia tradicional, tem-se a busca pela saúde pelas medicinas alternativas que
caminham num processo constante de evolução e de equilíbrio pessoal nos
princípios da energia do cosmo pelas intenções, pelos chás, pelos banhos e
pelas terapias naturais, bem como numa troca de sabedoria e energia vital. Para
isso, usam o poder do universo, associado com a fé, para atingir seu bem-estar
e promover a sua saúde.
Os espaços terapêuticos
populares podem ser parceiros na promoção e na educação sanitária, pois precede
a participação de uma diversidade de pessoas, conduzida para a qualidade de
vida, para o autocuidado e para conscientização civil, isso num contexto
sociocultural potencializado em uma vida comunitária coletiva. Essa ótica
carrega em si princípios humanitários e de luta por igualdade. Naturalmente,
foram expressas e marcadas ao longo do caminho de construção do Sistema Único
de Saúde (SUS) no Brasil.
Em congruência, caminha a
visão da saúde coletiva, que depende de um conjunto complexo de ações que visa
capacitar a comunidade para o controle do processo saúde-doença, contribuindo
para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, enfatizando a importância
da prevenção de doenças e a promoção da saúde. Isso respeita e capacita o
indivíduo para melhor adesão ao tratamento e a sua consequente cura. Tais
reflexões abordam também que a causalidade das doenças, englobando dimensões
que não são enfatizadas pela Medicina e permitem desempenhar outras funções que
não o próprio terapêutico.
O entendimento fitoterápico
popular, com seu credo e sua devoção religiosa e nativa ascendente promove
bem-estar social, dinâmica esta que respeita as terapias tradicionais médicas.
Nesse contexto, faz-se necessário, cada vez mais, complementar a Biomedicina
com os tratamentos paralelos, considerando, assim, a singularidade de cada
pessoa e, nesse pensamento, analisando a saúde coletiva equilibrada no que se
refere à melhoria e à qualidade de vida de toda a população.
Tais ponderações propiciam
inquietudes que podem excitar investigações biomédicas vindouras que pondera
outras dimensões religiosas da cosmovisão africana, ainda insuficientes ou
jamais pesquisadas, proporcionando colaborações para o enriquecimento dos
costumes e das atividades das sabedorias nativas brasileiras, como a indígena e
a afrodescendente.
Prof. Me. Alexandre Pinheiro
Braga
Professor do Curso de Farmácia
da UniAteneu
Doutorando e mestre em Saúde
Coletiva
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