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domingo, 29 de março de 2020

Março] Por que a disciplina de Economia é importante para a formação superior dos futuros gestores?


 
Prezado leitor, o intuito de escrever este artigo é apresentar aos alunos dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Gestão Financeira, Processos Gerenciais e Logística a importância dos conceitos básicos da disciplina de Economia, ou seja, o “economês” necessário para a formação dos futuros gestores, haja vista que a familiaridade com os “jargões” da ciência econômica pode contribuir positivamente para tomadas de decisões de curto e longo prazo em um ambiente empresarial. O “capital intelectual” ofertado pela disciplina de Economia permite, portanto, que os futuros administradores saibam tomar decisões coerentes nas situações de uma economia pujante ou de recessão econômica.

Conforme Montella, (2005, p. 5), “imagine uma vista para o mar e vários navios por ali. Quanto mais você entender as condições do mar (a economia), mais fácil será comandar sua empresa, sua vida, seu ‘navio’”. Em outras, palavras prezado leitor, o que Montella (2005) quer dizer é que “as condições do mar (economia) interferem decisivamente para que o navio (empresa) possa navegar em um clima de ventos fortes que impulsionam o navio (prosperidade econômica) ou de tempestade e/ou marasmo (crise econômica).

É apresentado aos estudantes de primeiro e segundo semestre dos cursos de gestão que a Economia se divide em duas grandes vertentes: a Microeconomia e a Macroeconomia. Vamos discutir essas duas faces de forma mais simplificada. Conforme, Vasconcelos & Garcia (2014), o estudo da Microeconomia permitirá que o estudante compreenda como consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem os preços e a quantidade para satisfazer a ambos simultaneamente.

O estudo da Microeconomia contribuirá para que o estudante e futuro gestor resolva os questionamentos que irão circundar a empresa quando este profissional for inserido no mercado de trabalho. São exemplos: O que influencia a queda ou subida do preço do produto X que eu vendo? Minha empresa pode ser classificada em uma estrutura de mercado de concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolística ou oligopólio? O que a elasticidade (sensibilidade) pode influenciar no consumo ou na produção de um bem X? Quais são os elementos básicos do processo de produção de um bem X? Como se dá a composição dos custos fixos e variáveis do bem X? Esses são alguns, entre outros questionamentos.

A outra vertente da Economia denomina-se Macroeconomia. Vasconcelos & Garcia conceituam a Macroeconomia com muita propriedade (2014, p. 16): “É o estudo da determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais, como o Produto Interno Bruto (PIB), o investimento agregado, a poupança, o nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural)”. A compreensão das noções gerais de Macroeconomia permitirá que o futuro gestor possa interpretar as diversas questões do dia a dia que são divulgadas nos meios de comunicação tradicionais. São exemplos: a divulgação das taxas mensais do desemprego e da inflação, a valorização e desvalorização da taxa de câmbio, o aumento ou diminuição da taxa de juros básica (taxa Selic) etc.

Vejamos um exemplo prático: Quando o Banco Central através do Conselho de Política Monetária (Copom) divulga que a taxa Selic foi reduzida, o intuito é estimular o consumo da população, pois as compras a prazo ficam mais atrativas (crédito barato) e, portanto, estimula o consumo. O efeito se expande também para os negócios, pois, mais consumo, maior será o ímpeto para se produzir e mais contratações as empresas irão fazer (aumento do emprego), resultando em mais vendas, mais lucros, maior arrecadação de impostos e maior crescimento do Produto Interno Bruto.

Portanto, meu prezado leitor e estudante das áreas de gestão, compreender as “condições do mar” (economia) é condição sine qua non para que o timoneiro e seu navio (empresa) possam navegar em águas tranquilas e de “céu de brigadeiro” (prosperidade econômica) ou se desviarem de tempestades (recessão econômica).


Fontes:

Montella, Maura. Decifrando o economês: 300 perguntas e respostas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.

Vasconcelos, Marco A. S. de. Fundamentos de economia. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

Prof. Me. Fabrício José Costa de Holanda 
Professor do Curso de Processos Gerenciais da UniAteneu
Mestre em Economia Rural


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