Você já ouviu falar em MDMA?
Trata-se da sigla para metilenodioximetanfetamina, a droga da balada, bastante
popular, ao que parece, entre jovens. A substância se assemelha a microcristais
ou uma espécie de pó mais grosso. Quando diluído em água (ou comumente em
bebida alcoólica), ou em contato direto com a saliva, entre 20 e 25 minutos
após seu consumo, provoca euforia, bem-estar, distorção da realidade e até
alucinações.
Segundo a cardiologista e
clínica médica, Dra. Thais Moreno, os efeitos não param por aí. Com a dilatação
da pupila, as luzes ganham um brilho especial e os olhos ficam mais sensíveis,
daí os óculos de lentes amarelas e o mais notável: uma hipersensibilidade do
tato. “Qualquer toque no corpo, sob o efeito da droga, tem a sensação
multiplicada de prazer. Fisicamente falando, o cristal age no cérebro
aumentando a quantidade de noradrenalina, dopamina e serotonina nas sinapses
responsáveis pela sensação de bem estar e prazer”, explica a cardiologista.
A médica alerta que essa
sensação passageira de bem estar ‘pode sair cara’ e ter consequências muito
graves. “Pode ocorrer overdose com um único comprimido de MDMA. Os sinais são:
aumento da pressão arterial, coração acelerado, temperatura corporal muito
elevada, confusão mental, dor de cabeça, vômito, perder o controle sobre os
movimentos do corpo, tremores, muita sede e problemas para urinar (inibe
hormônio antidiurético). Tem pessoas que abrem quadros psicóticos permanentes.
Algumas pessoas morrem após reações adversas no coração, cérebro e nos rins,
causadas por aquecimento excessivo do corpo e desidratação. Algumas pessoas
podem morrer na primeira vez em que usam a substância. A dose que leva à
overdose é variável, não há um parâmetro estabelecido’, esclarece a
especialista.
É provável que o maior risco
da droga, no entanto, não advenha diretamente do MDMA. Como toda substância
ilegal, ninguém pode garantir o conteúdo da substância que é vendida numa
festa. Alguns continham cafeína e metanfetamina – droga com alto poder de
vício. “Em 1995 fizeram uma pesquisa nos entorpecentes apreendidos em São
Paulo, menos de 10% eram MDMA puro. Hoje o usuário geralmente está tomando uma
combinação variada de drogas e frequentemente substâncias tóxicas”, diz.
“Não existe evidência
científica de dependência por Ecstasy ou MDMA. Normalmente os casos descritos
são polidependentes. O que novas pesquisas da Universidade John Hopkins trazem
são evidências de que o MDMA causa danos permanentes em determinadas células do
cérebro”, finaliza.
Sobre Thais Moreno
Residência em Clínica Médica
pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e
Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de São Paulo. Especialista em
Melhoria Contínua pelo Institute for Healthcare Improvement. Fala sobre
cardiologia com foco em prevenção cardiovascular, hipertensão, insuficiência
cardíaca, problemas cardíacos na mulher pós-menopausa e no homem com
andropausa.
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