Uma das grandes angústias das
famílias que têm algum ente querido internado para tratamento da Covid-19 tem
sido a impossibilidade de contato direto com os pacientes, uma vez que a
determinação dos órgãos de saúde é que essas pessoas fiquem em leitos isolados.
Segundo o diretor clínico do Hospital Unimed, Dr. Jurandir Marques, esse
distanciamento é doloroso, mas de fundamental importância para diminuir o risco
de contaminação dos demais familiares. “Esses pacientes, por estarem fazendo
tratamento para Covid-19, seja ainda como caso suspeito seja confirmado,
infelizmente não podem ter contato com ninguém, pois podem se tornar vetores do
vírus ou até mesmo se contaminar também”, reforça.
Contudo, para minimizar o
sofrimento causado pela impossibilidade de visitas, o Hospital Unimed tem tido
uma atenção especial com as famílias e tem enviado boletins diários, duas vezes
ao dia, para o responsável pelo paciente. Para isso, a Unimed Fortaleza
estabeleceu um protocolo padrão para repasse de informações sobre o estado
clínico do paciente para seus familiares. Essa comunicação é feita por médicos,
orientados a fazer esse contato, para que seja enviada a maior quantidade de
informação possível. “Entendemos que a ansiedade das famílias é muito grande,
principalmente quando os pacientes estão internados em Unidades de Terapia
Intensiva (UTIs), por isso tentamos ao máximo sanar essa distância”, conta o
diretor clínico.
Diariamente, as famílias dos
pacientes em tratamento pela Covid-19 no Hospital Unimed recebem atualizações,
no fim da manhã, através de um boletim matinal enviado pelo WhatsApp para os
responsáveis por cada paciente, e outro, via ligação telefônica, no final da
tarde ou início da noite. O boletim matinal é um resumo bem conciso que diz
como o paciente passou a noite e a sua atual situação. Já no contato no fim do
dia por telefone, o médico detalha um pouco mais o quadro clínico do paciente e
dá a oportunidade para a família fazer perguntas.
Além dos boletins, o Hospital
Unimed tem feito um esforço para viabilizar, sempre que possível, videochamadas
entre os pacientes e seus familiares. O recurso tem sido utilizado
principalmente para comunicação com aqueles que estão internados em UTI, porém,
só é permitido para pacientes conscientes, sem uso da ventilação mecânica e que
podem falar ou pelo menos acenar. A videochamada é conduzida pela equipe de
enfermagem, com todo cuidado para não expor os demais pacientes e profissionais
de saúde. No caso daqueles que estão inconscientes esse contato não é
permitido, pois a Unimed Fortaleza entende que não seria uma conduta ética.
Quando o paciente está no
quarto ou enfermaria, uma vez que mesmo assim as visitas também não são
permitidas, o contato com a família pode ser feito pelo próprio paciente com
seu telefone, já que o equipamento é permitido dentro do leito. Entretanto,
mesmo com essa possibilidade de comunicação, o hospital continua enviando os
dois boletins diários. Se for um paciente idoso, frágil, não cooperativo e não
totalmente consciente, que está com um acompanhante no leito (nesses casos é
permitido o acompanhamento), basta que essa pessoa que está acompanhando o
doente sinalize para a equipe de enfermagem o desejo de fazer uma videochamada
para que ela conduza o processo.
“Essa pandemia trouxe uma
situação nova para todos, pacientes e profissionais de saúde, porém, entendemos
a necessidade da família por informações sobre seus entes queridos e, por isso,
tivemos a preocupação de nos adaptar e adotar as medidas que fossem possíveis
para facilitar esse fluxo. Com isso, conseguimos acalmar os familiares que
estão naturalmente muito preocupados e ansiosos por notícias”, finaliza Dr.
Jurandir Marques
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