Foto: Armando Artoni
Arte: Portal Interative
Segundo o Aurélio, a corrupção é
descrita como ação ou efeito de corromper. De longe, um dos piores males que
afetam a sociedade, pois ela é capaz de refletir em todos os setores de
qualquer país. Ela impõe custos significativos de longo prazo, através de seus
efeitos sobre a fornecimento e a qualidade de serviços públicos essenciais.
Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes indicam que o
dinheiro utilizado anualmente com a corrupção mundial, alimentaria oitenta
vezes a população faminta. Propinas e roubos aumentam em 40% o custo de
projetos para oferecer água potável e saneamento em todo o mundo.
Sabe-se que a corrupção é parte
da natureza humana e sempre existiu em todos os tempos e culturas, tanto nos
países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, afetando negativamente
a efetividade das políticas públicas e o crescimento econômico do país. O que
varia são as consequências – para o corrupto e para a sociedade em que ele
vive.
Segundo análise de 2012 do
projeto da ONG Transparência Internacional, sobre o Índice de Percepção da
Corrupção, que classifica os países e territórios com base em quão corrupto seu
setor público é percebido, o Brasil ficou em 69º lugar empatado com a África do
Sul e a Macedônia, dentre 176 países avaliados. A pontuação indica o nível de
percepção da corrupção em uma escala de 0 – 100, onde 0 significa que o país é
percebido como altamente corrupto e 100 é percebido como muito íntegro. O
Brasil recebeu nota 43, e no topo deste ranking de países menos corruptos houve
um empate técnico entre a Dinamarca, a Finlândia e a Nova Zelândia.
É preciso ressaltar que há uma
correlação entre desigualdade e corrupção: as sociedades mais desiguais são as
que mais apresentam corrupção e as sociedades que menos se queixam de corrupção
tendem a ser mais igualitárias. A Dinamarca, com uma economia mista capitalista
e um estado de bem-estar social possui o mais alto nível de igualdade de
riqueza do mundo, sendo considerado em 2011, o país com menor índice de
desigualdade social do mundo.
Já a Finlândia é um dos países
desenvolvidos de primeiro mundo, bem colocado nas mais diversas comparações
socioeconômicas internacionais, cuja população usufrui de um altíssimo nível de
desenvolvimento humano. Ou seja, tudo isso leva o país a possuir alguns dos
melhores índices de qualidade de vida, educação pública, transparência
política, segurança pública, expectativa de vida, bem-estar social, liberdade
econômica, prosperidade, acesso à saúde pública, paz, democracia e liberdade de
imprensa do mundo. As cidades do país também estão entre as mais habitáveis do
mundo, figurando entre as mais limpas, seguras e organizadas.
Voltando a falar sobre a
corrupção, especificamente no setor de educação, ela é capaz de limitar a
acumulação de capital humano e, a longo prazo, afetar toda a estrutura de
desenvolvimento da sociedade. O único meio conhecido de vencer defeitos e
falhas humanas é a educação. Educar para que haja respeito; para que nos
encaremos com igualdade, fraternidade e solidariedade. E a educação tem que ser
um processo contínuo. Só vamos chegar a um resultado razoável em décadas de
trabalho e esforço coletivo.
Segundo Russell a base para tudo
está na educação: "Os homens nascem ignorantes, não estúpidos. Eles se
tornam estúpidos pela falta educação". Quando algo afeta a educação de uma
nação tudo vem a desmoronar, pois o conhecimento nos liberta a pensar e então
entrar em um debate sadio para avançar.
A educação é arma poderosa contra
a corrupção. Só ela tem força de mudança, força de renovação. É indispensável
haver investimentos sociais, mudar a realidade educacional existente, se
queremos, de verdade, construir um País sério. Educação tem que ser prioridade;
ela é a mola propulsora da cidadania. É um valor inestimável, que engrandece o
homem como ser humano, como ser empreendedor da economia, como ser beneficiário
e benfeitor da sociedade.
Não dá para desassociar a
educação da corrupção. Os dados do Índice de Percepção de Corrupção Mundial são
claros em afirmar que os países com menores índices de educação e igualdade
tendem a ter menores taxas de corrupção. Além disso, tudo o que é construído
culturalmente e não é da condição humana, como a corrupção, pode ser
desconstruído e essa é uma das missões mais importantes da educação.
Falta
de educação resulta em corrupção – Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito –
Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – Fundador e
Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional –
janguie@sereducacional.com
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