A resistência bacteriana aos
antimicrobianos é um problema crescente em todo mundo, pois tem aumentado os
índices de infecções por bactérias consideradas como multirresistentes,
apresentando uma maior taxa de mortalidade. Essas bactérias possuem resistência
a um ou mais agentes antimicrobianos, de no mínimo três diferentes classes de
antibióticos (NO et al., 2017).
O aumento na resistência por
bactérias gram-negativas e gram-positivas representa uma grande preocupação, já
que estas infecções são caracterizadas por altas taxas de mortalidade em
ambiente hospitalar (BASSETI; RIGHI, 2015). Um grupo de micro-organismos se
destaca, representados pelo acrônimo Eskape: Enterococcus faecium,
Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumanii, Pseudomonas
aeruginosa e Enterobacter sp (BOUCHER et al., 2009; COOPER e SHALES, 2011;
SANTOS CASTRO, 2013).
Dentro deste contexto, as
infecções por Staphylococcus aureus merecem destaque, por consistirem em uma
importante causa de infecções sistêmicas, sendo o micro-organismo que apresenta
maior taxa de morbidade e mortalidade em infecções hospitalares (SMITH et al.,
2009; SANTOS CASTRO, 2013).
A maioria das infecções
provocadas por estafilococos é decorrente da sua transferência das bactérias da
microbiota normal de um indivíduo infectado, porém, assintomático a um
indivíduo sensível (MADIGAN et al., 2016). Dentro desse contexto, surge a
necessidade urgente de novos medicamentos para tratar infecções resistentes.
Hoje sabemos que não há muitos projetos do setor farmacêutico para pesquisa de
novos antimicrobianos (IDSA, 2004), principalmente, porque o desenvolvimento de
novos agentes antimicrobianos é um processo complexo que exige anos de
pesquisas e altos custos (BAIDEN et al., 2010; QUEIROZ et al., 2012).
Assim, surge um novo modelo
denominado Inovação Sustentável. O respectivo termo pode ser explicado a partir
de duas abordagens principais: prová-lo ou perdê-lo (ou seja, buscar áreas e
estratégias terapêuticas para demonstrar como os resultados podem ser melhorados)
e fazer mais com menos (ou seja, aumentar a eficiência operacional). A partir
destes pontos de vista, empregar um novo olhar para fármacos de outras classes
terapêuticas com o intuito de utilizá-los como antimicrobianos se concretiza
numa forma de obtenção de uma nova utilização de um fármaco já conhecido na
literatura de uma maneira sustentável.
A atividade antimicrobiana de
psicotrópicos, por exemplo, foi descrita pela vez em 1959. Desde então, vários
agentes “não antimicrobianos”, incluindo os inibidores seletivos da recaptação
de serotina (ISRS), têm sido testados contra bactérias grampositivas, incluindo
S. aureus.
Prof. Me. Maria
Aparecida Alexandre Josino
Professora do Curso
de Farmácia da UniAteneu
Mestra em
Microbiologia Médica
Conheça o Curso de Farmácia da
UniAteneu. Acesse: http://uniateneu.edu.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário