A inclusão escolar é um
conceito que relaciona o acesso e a permanência dos sujeitos nas escolas. O
principal objetivo é tornar a educação mais acessível a todos, respeitando suas
diferenças, particularidades e especificidades. Nesse caso, deficiências físicas
ou motoras, altas habilidades, déficits cognitivos, autismos e outras condições
sociais, emocionais e psíquicas devem ser levadas em consideração
De acordo com o art. 205 da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a educação, direito de
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A
educação é vista como um processo de socialização e aprendizagem encaminhada ao
desenvolvimento intelectual e ética de uma pessoa, devendo ser direito de
todos. Significa que qualquer pessoa com deficiência tem o direito a matrícula
e nenhuma instituição deve negar o acesso.
A educação inclusiva não
implica somente em aceitar a matrícula do educando no sistema de ensino. Diz
respeito a um sistema educacional que respeite, aceite e possibilite o acesso e
a permanência de todas as pessoas, garantindo-lhes uma escolarização com
competência e qualidade. Sendo assim, na escola, só existe inclusão, de fato,
se o aluno tem aproveitamento do processo ensino-aprendizagem no seu rendimento
escolar. Sem ciência, sem cultura e sem aquisições pedagógicas, não se pode
falar em inclusão.
A educação inclusiva está
pautada basicamente no tripé: acessibilidade, mobilidade e recursos assistivos.
Acessibilidade se refere ao acesso à aprendizagem. Ensino de braile, de libras,
confecção de materiais diferenciados são ações que visam promover o acesso dos
educandos à aprendizagem, às metodologias que garantem a assimilação de
conteúdos. Portanto, são ações de acessibilidade.
Mobilidade se refere a
deslocamento. Rampas, elevadores e guias de cego são voltados para a
facilitação da movimentação e estão ligados à mobilidade dos deficientes.
Recursos assistivos refere-se a qualquer instrumento necessário ao educando
para que ele possa ser incluído. Quando colocamos guizos nas bolas para que os
cegos as sigam pelo som ou quando substituímos os apitos por bandeiras coloridas
na arbitragem dos jogos para que os surdos possam participar, estamos
desenvolvendo ações ligadas aos recursos assistivos.
A entrada de alunos com
necessidades educacionais nos traz um grande desafio: novos ritmos de
aprendizagem. Alunos com transtornos e déficits reais têm limitações para
aprender alguns conteúdos e precisam de metodologias diferenciadas. Autistas
precisam de rotina rígida, crianças com síndrome de Down precisam de repetição,
surdos precisam de olhar fixo e imagens para abstrair conteúdos. Cada educando
tem suas necessidades específicas. Portanto, não cabe mais na sala de aula do
século XXI uma metodologia pautada na homogeneidade. É preciso diversificar os
momentos e as atividades por meio de estratégias de trabalho mais participativas,
por meio de ambientes colaborativos de aprendizagem.
Para ser coerente com as
inovações propostas, a avaliação do desenvolvimento dos alunos também deve
mudar. O processo ideal de avaliação é o que acompanha o percurso de cada
estudante, do ponto de vista da evolução de suas competências, habilidades e
conhecimentos. O ponto de referência do aluno deve ser sempre ele mesmo.
Comparações não são bem-vindas, uma vez que o ritmo e o potencial de
aprendizagem de cada educando é muito variado, dependendo do grau de
deficiência do mesmo, bem como das suas respostas aos estímulos e ao conteúdo
ministrado.
A educação inclusiva, apesar
de encontrar, ainda, sérias resistências por parte de muitos educadores,
constitui, sem dúvida, uma proposta que busca resgatar valores sociais
fundamentais, condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades. O
desenvolvimento da consciência de cidadania, de igualdade, de respeito, de
direitos e deveres deve ser pertinente a todos.
Profª. Drª. Bruna Germana
Nunes Mota
Coordenadora do Curso de
Pedagogia da UniAteneu
Doutora e mestra em Educação
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