Os dilemas dos modelos de
isolamento, a situação dos equipamentos de saúde e as projeções para a expansão
da pandemia no Estado foram pontos de debate desta sexta-feira (17)
O presidente da Federação das
Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Ceará – FCDL-CE, Freitas Cordeiro, organizou
um encontro virtual entre o secretário da Saúde do Estado, Carlos Roberto
Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, e 55 empresários da capital e do
interior do Estado. O objetivo da reunião da última sexta-feira (17) foi
compartilhar os estudos e os dados do sistema de saúde no Ceará e contribuir
para que o setor busque formatos de manter os negócios em tempos de isolamento
social.
O presidente da FCDL-CE
informou que a meta é buscar modelos para vencer a crise, colocando o bem-estar
social em primeiro lugar. “Para mim, continua sendo a vida o mais importante.
Com ela consigo elaborar outros momentos, sem ela tudo acabou. Trabalho com
realidade e esperança. Temos a necessidade de construir modelos com propostas de
como vamos ser durante e pós-Covid-19”, diz Freitas Cordeiro.
O secretário Cabeto explicou a
situação da saúde no Ceará, o modelo descentralizado das unidades e que o
isolamento antecipado contribuiu para minimizar a aceleração da curva de
crescimento da doença. “Os dados de hoje mostram o começo da ascensão da curva
(de contaminação). É um grande desafio, o coronavírus vai expor feridas que
temos. Para liberar (alguns setores produtivos), precisamos ter certeza que não
estamos na ascensão da curva. Quando começar a cair a mortalidade, será a hora
de pensarmos em outros formatos”, explica.
De acordo com o secretário
Cabeto, o modelo verticalizado de isolamento tem um problema: o trabalhador que
é liberado, volta para casa e entra em contato com outras pessoas. “É um grande
dilema, precisaríamos de uma estrutura que não temos, exame em massa, cidades
sem tanta densidade por habitação. Na nossa realidade, é impossível fazer isso,
do ponto de vista prático”, avalia.
No debate foi apontado que os
representantes cedelistas estão empenhados para pensar modelos para que o país
se reinvente, a partir da proteção social das pessoas e das empresas. “Estamos
em uma entidade que representa cerca de um milhão de empregos no Ceará. Temos
que ter uma maneira de agir tranquila para vencer este momento”, coloca Freitas
Cordeiro.
Ainda segundo Dr. Cabeto, a
Secretaria de Saúde não pode recomendar que se afrouxem as normas já
estabelecidas. “Quando começarmos a poder liberar será uma grande notícia para
todos nós da secretaria de saúde. Até meio de maio podemos ver uma curva de
saturação. Quando não aumentamos a velocidade de disseminação, essa curva
melhora”, pontua.
Dono de uma das maiores redes
de farmácias do Brasil, Deusmar Queirós participou do debate e falou sobre a
cultura cearense. “Nossa economia é baseada em negócios e é o que mais
emprega”, afirmou. Ele comentou ainda que confia no conhecimento, nos dados e
na condução do secretário Cabeto para este momento.
O empresário Riamburgo
Ximenes, sócio proprietário de um shopping em Eusébio, avaliou o cenário “com
este inimigo invisível, muitas perguntas ainda não podem ser respondidas, por
estarmos no começo da crise. Temos situações individualizadas para cada país,
pois pesam questões como sistema de saúde, cultura, por exemplo. Foi importante
o resguardo até agora, pois está dando certo”, destaca. O empresário faz o
pedido para que o secretário “seja duro, mas que no momento oportuno, libere
alguns setores. É uma equação difícil, mas coloco o sentimento do comércio”,
conclui.
Marcelo Magalhães, da CDL de
Santa Quitéria, pergunta sobre divergência de dados entre Estado e o município.
O secretário de saúde explica que no portal da transparência do governo está o
banco de dados, desde contratações até informações de infectados. Cabeto coloca
ainda que a população pode desviar-se de polêmicas, evitando fake news e
pegando informações no portal do Estado. “Os dados errados estamos orientando
para correção. Nosso Estado divulga dados desde o começo”, ressalta.
O secretário Cabeto coloca que
os indicadores apontam milhares de empregos perdidos e que levará muito tempo
para um equilíbrio econômico, “vamos ter que nos reinventar enquanto sociedade.
O que aconteceu nas outras pandemias, o mundo teve que se reinventar. O sistema
de saúde não será mais o mesmo”, refletiu. Finalizando o encontro virtual, o
presidente da FCDL-CE, Freitas Cordeiro, pontuou regras e cuidados para os
comércios que estão funcionando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário