É crescente em todo mundo o
número de pessoas infectadas pelo Coronavírus. Este aumento progressivo é
alarmante, principalmente, para indivíduos que estão no grupo de risco. A
grande maioria de pacientes com câncer apresenta baixa imunidade, estando propensos
a maiores complicações, tornando-os suscetíveis ao pior prognóstico. Diante da
pandemia pelo Covid-19, o câncer, embora assunto relevante, acaba afastado dos
olhares da imprensa. Porém, segue como uma das principais causas de mortes
global. Dessa forma, as orientações acerca da saúde desses indivíduos não podem
parar.
Encaixados em um dos maiores
grupos de risco, os imunossuprimidos são pacientes oncológicos que necessitam
de adesão aos cuidados somados a toda população e, especialmente, à rotina de
isolamento social. Contudo, a necessidade de tratamento da doença acaba
levando-os a algum tipo de exposição. Frente a essa problemática, indaga-se: o
câncer pode esperar?
De acordo com o Instituto
Nacional do Câncer (Inca), surgiram em torno de 600 mil novos casos de câncer
no país entre os anos de 2018 e 2019. Em vários períodos do ano, são realizadas
diversas campanhas para a detecção precoce da doença, e é sabido que, quanto
mais cedo for descoberto o diagnóstico, mais rápido iniciará o tratamento, obtendo
mais chances de cura. Não obstante, no contexto da pandemia, o próprio Inca
recomenda que as pessoas não procurem os serviços de saúde para rastreamento,
consultas ou exames, até as restrições diminuírem. No momento, está inviável
tamanha exposição para detecção precoce do câncer em meio ao risco de infecção
viral pelo Covid-19.
É salutar que os pacientes que
já estão em tratamento devam continuar suas terapias, pois, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), suspender o tratamento não deve acontecer.
Todavia, os profissionais priorizarão a ida desses pacientes ao hospital quando
necessário, sendo as indicações apenas para procedimentos importantes na
quimioterapia, radioterapia, cirurgias ou emergências.
Segundo a OMS, a frequência de
pacientes com câncer e Covid-19 pode chegar a 1% de todos os casos. Mediante os
dados, vale salientar que medidas de proteção devem ser reforçadas para
pacientes oncológicos, apesar de estarem acostumados e educados com diversas
orientações quanto à sua saúde. Reiterar a importância dos diversos cuidados
durante a pandemia, como a lavagem frequente e correta das mãos, aderir à
higiene respiratória, evitar locais com aglomerações, permanecer em casa, não
ficar perto de pessoas som sintomas gripais, utilizar máscaras e álcool em gel
dentre outros, é essencial para mantê-los longe da infecção.
É bem verdade que o câncer não
espera nenhuma pandemia passar. Então, é preciso orientar os grupos de riscos,
aumentando as informações acerca das melhores formas de proteção, além de, em
hipótese alguma, deixá-los parar o tratamento, dando continuidade de acordo com
as indicações médicas. Existem muitas desinformações que circulam, por isso é
necessário estar atentos para respeitar as orientações dadas a nossa população
oncológica.
Dessa forma, alinhar a
educação em saúde, a vigilância ativa e a manutenção do tratamento são ações
fundamentais para prevenir infecções gerais, proteger das complicações e
combater o câncer. Assim, o paciente, na sua luta diária que segue contra a doença,
pode continuar esperançoso em atingir seu maior objetivo: a cura.
Profª. Carla Biatriz Melo da Rocha
Professora do Curso de
Enfermagem da UniAteneu
Especialista em Enfermagem
Oncológica
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