Cena do filme Lamparina da Aurora, de Frederico Machado
De 4 e 16 de abril, a CAIXA
Cultural Fortaleza recebe mostra dedicada ao cinema nordestino, com 8 longas e
22 curtas-metragens inéditos, além de debates
entre profissionais do
audiovisual
A CAIXA Cultural Fortaleza
apresenta, de 4 a
16 de abril de 2017, a
primeira edição do Cine Nordeste. Com o objetivo de apresentar um panorama do
cinema realizado no Nordeste e promover uma reflexão sobre os rumos do cinema
nordestino contemporâneo, o projeto conta com a exibição gratuita de filmes de
longas e curtas-metragem, além de debates com cineastas, realizadores e demais
profissionais da área do audiovisual.
Apesar do público ter pouco acesso
ao cinema regional, nos últimos anos, o cinema realizado no Nordeste tem
alcançado amplo desenvolvimento, a partir da produção de curtas e
longas-metragens que tem destacado a região no panorama da produção audiovisual
contemporânea brasileira. Em 2016, tivemos o destaque do filme Aquarius, de
Kleber Mendonça Filho, concorrendo à Palma de Ouro no Festival de Cannes, e Boi
Neon, de Gabriel Mascaro, ao Prêmio Goya, da Espanha.
O cinema pernambucano é apenas um
exemplo da frondosa safra do cinema nordestino, que revela muitos aspectos.
Bezerra de Menezes e As mães de Chico são exemplos da diversidade temática do
cinema cearense e o filme-fenômeno de Halder Gomes, Cine Holliúdy, relembra
como o humor é forte em nossas raízes, reverberando ainda com O Shaolin do
Sertão, filme recém-lançado com estreia inclusive na capital cearense.
Tivemos filmes com exibições em
renomados festivais internacionais, como Rotterdam, BAFICI, Locarno, Berlim,
Veneza e Cannes como Depois da chuva, de Claudio Marques e Marília Hughes, Os
Monstros, do Coletivo Alumbramento. Nos festivais de cinema no Brasil, os
filmes nordestinos também possuem destaque, com exibições e premiações nos
principais festivais do Brasil, desde os mais tradicionais, como Brasília,
Gramado e Festival do Rio, aos mais alternativos, como a Mostra de Tiradentes,
Semana dos Realizadores, Olhar do Cinema e a Mostra do Filme Livre.
Assim, o Cine Nordeste chega para
transmitir esse momento efervescente para o público, por meio de uma curadoria
organizada pelo professor e realizador Marcelo Ikeda. “O cinema realizado no
Nordeste tem passado por diversas transformações nos últimos anos. Se o cinema
nordestino era identificado especialmente por suas temáticas regionalistas,
relacionadas ao sertão, à seca ou ao cangaço, por exemplo, nos últimos anos a
produção local tem assumido um olhar mais diversificado, incorporando
características plurais”, aponta o curador.
O curador explica, ainda, que a
Mostra pretende levar ao conhecimento do público a diversidade nos modos de
produção do cinema realizado no Nordeste hoje. "Teremos filmes de todos os
estados da Região Nordeste, pois uma de nossas principais preocupações é
refletir sobre as semelhanças e diferenças entre os contextos locais. Também
estamos interessados em investigar as possibilidades expressivas da produção do
interior do Nordeste, em pensar as ações de descentralização dessa produção”,
frisa Ikeda.
A programação do Cine Nordeste é
gratuita.
PROGRAMAÇÃO:
4 de abril
17h
Abissal, de Arthur Leite (CE)
Aqueles que ficam, de Arthur Lins
(PB)
Restos, de Renato Gaiarsa (BA)
Nunca é noite no mapa, de Ernesto
de Carvalho (PE)
19h
Martírio, de Ernesto de Carvalho
(PB)
5 de abril
17h, Sessão Caboré
Sobre Duas Rodas (2015, 1 min),
de Priscilla Vilela (RN)
Do Mar (2015, 1 min), de Santos
(RN)
Pregobol (2015, 1 min), de Helio
Ronyvon (RN)
Sailor (2014, 14 min), de Victor
Ciriaco (RN)
Som do Morro (2015, 11 min), de
Diana Coelho e Helio Ronyvon (RN)
Rastro da Flor (2014, 1 min),
deAndré Santos (RN)
Chama na Trilha (2014, 1 min), de
Debora Medeiros (RN)
Sob a Sombra da Estrela (2014, 1
min), de Priscilla Vilela (RN)
Janaína Colorida Feito o Céu
(2014, 16 min), de Babi Baracho (RN)
Três Vezes Maria (2014, 20min),
de Marcia Lohss (RN)
19h, Sessão Cual
Feio, velho e ruim, de Marcus
Curvelo (BA) 9 min
Neandertais, de Marcus Curvelo
(BA) 20 min
A praga do desaparecimento
imperfeito, de Direção Coletiva (BA) 9min
Ritual pam pam pam, de Ramon
Coutinho (BA) 4min
Ótimo amarelo, de Marcus Curvelo
(BA) 20min
Onde cair morto, de Ramon
Coutinho (BA)
6 de abril
17h
Tarja Preta, de Marcio Farias
(PE) 24 min
Os mortos, de Jhesus Tribuzi (PB)
25 min
Cuscuz peitinho, de Rodrigo Sena
(RN) 15 min
Baunilha, de Leo Tabosa (RN)
15min
19h
Debate "Coletivos
Cinematográficos" com Marcus Curvelo (BA), Diana Coelho (RN), Arthur Lins
(PB) e Pedro Diógenes (CE).
7 de abril
17h
Tá acabando!, de Eduardo Crispim
(PI) 1 min
Retina, de Paulo Silver (AL) 13
min
A eleição é uma festa, de Fabio
Rogerio (SE) 15 min
Superdrive, de Pedro Henrique
(CE) 20 min
Bodas de Papel, de Keicy Martins
e Breno Nina (MA) 12 min
19h
Lamparina da Aurora, de Frederico
Machado (MA) 74 min
8 de abril
17h
Entre céus, de Alice Jardim (AL)
12 min
Frequências, de Adalberto
Oliveira (PE) 19 min
Interdito, de Leon Sampaio (BA) 3
min
Vulgo Vando Vendita, de Andreia
Pires e Leonardo Mouramateus (CE) 20 min
Moido, de Torquato Joel (PB) 13
min
19h
Debate "Interiorização do
Cinema Nordestino" com Virgínia Gualberto, do Projeto Cinestésico (PB),
Alexandre Soares, do Curta Taquary (PE), Milena Evangelista, da Fundarpe (PE),
Sérgio Onofre, do Circuito Penedo de Cinema (AL) e Adriano Lima, do Curta Canoa
(CE).
9 de abril
17h
Astrogildo e a astronave, de
Edson Bastos (BA) 18h min
Vivi, de Catarina Doolan (RN) 14 min
Macapá, de Marcos Pontes (MA) 8
min
Super frente, super oito, de
Moema Pascoini (SE) 20min
19h
A cidade do futuro, de CLAUDIO
MARQUES E MARILIA HUGHES (BA) 75min
11 de abril
17h
Astrogildo e a astronave, de
Edson Bastos (BA) 18h min
Vivi, de Catarina Doolan (RN) 14 min
Macapá, de Marcos Pontes (MA) 8
min
Super frente, super oito, de
Moema Pascoini (SE) 20min
19h
O Último Trago, de Alumbramento
(CE) 90 min
12 de abril
17h
Entre céus, de Alice Jardim (AL)
12 min
Frequências, de Adalberto
Oliveira (PE) 19 min
Interdito, de Leon Sampaio (BA) 3
min
Vulgo Vando Vendita, de Andreia
Pires e Leonardo Mouramateus (CE) 20 min
Moido, de Torquato Joel (PB) 13
min
19h
Corpo delito, de Pedro Rocha (CE)
74 min
13 de abril
17h
Tá acabando!, de Eduardo Crispim
(PI) 1 min
Retina, de Paulo Silver (AL) 13
min
A eleição é uma festa, de Fabio
Rogerio (SE) 15 min
Superdrive, de Pedro Henrique
(CE) 20 min
Bodas de Papel, de Keicy Martins
e Breno Nina (MA) 12 min
19h
Debate "O Cinema no Nordeste
hoje" com Caroline Oliveira (PB/PE), Anna Andrade, da ABD/PE, Dênia Cruz,
da ABD/RN e Ticiana Augusto Lima, da Tardo Filmes (CE)
14 de abril
17h
Tarja Preta, de Marcio Farias
(PE) 24 min
Os mortos, de Jhesus Tribuzi (PB)
25 min
Cuscuz peitinho, de Rodrigo Sena
(RN) 15 min
Baunilha, de Leo Tabosa (RN)
15min
19h
Invólucro, de Caroline Oliveira
(PE/PB) 63 min
15 de abril
17h
Muleque tá doido 2, de Erlanes
Duarte (MA) 128 min
19h
Debate "Humor no cinema
nordestino" com Erlanes Durate (MA), Cícero Filho (PI/MA) e Karla Karenina
(CE).
16 de abril
17h
Abissal, de Arthur Leite (CE)
Aqueles que ficam, de Arthur Lins
(PB)
Restos, de Renato Gaiarsa (BA)
Nunca é noite no mapa, de Ernesto
de Carvalho (PE)
19h
Ai que vida, de Cicero Filho (PI)
96 min
DEBATES:
Abertura – 4/04, às 19h
A abertura do Cine Nordeste será
com o longa-metragem Martírio, de Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tita.
O filme, premiado no último Festival de Brasília, é uma síntese do trabalho de
mais de vinte anos de Vincent Carelli no Vídeo das Aldeias, com uma contundente
reflexão sobre a identidade indígena e sua opressão pelos interesses do grande
capital latifundiário do país. Com essa escolha, a Mostra aponta para uma
preocupação política em sua curadoria.
Os coletivos cinematográficos –
06/04, às 19h
A Mostra promoverá duas sessões
especiais, com uma coletânea de curtas realizados por dois coletivos
cinematográficos: o Cual (Coletivo Urgente de Audiovisual), sediado em
Salvador, e o Caboré, em Natal. O surgimento de diversos coletivos
cinematográficos no Nordeste oferece novas possibilidades de produção para o
cinema nordestino, com baixo custo e grande criatividade.
Convidados:
Arthur Lins - Filmes a Granel
(PB)
Diana Coelho - Caboré (RN)
Marcus Curvelo - Cual (BA)
Pedro Diógenes - Alumbramento
(CE)
O papel da interiorização no
Nordeste – 8/04, às 19h
A produção cinematográfica no
Nordeste ainda é muito concentrada na capital. No entanto, existem diversas
iniciativas de ampliação desse cenário, avançando para o interior da Região,
seja na produção seja na difusão, com mostras e festivais de cinema. Essa mesa
refletirá sobre os desafios da interiorização no Nordeste, com vários
convidades
Convidados:
Adriano Lima - Curta Canoa (CE)
Alexandre Soares - Cine Taquary
(PE)
Milena Evangelista - Fundarpe
(PE)
Sérgio Onofre - Circuito Penedo
de Cinema (AL)
Virgínia Gualberto - Projeto
Cinestésico (PB)
O cinema nordestino: o que nos
une e o que nos diferencia? – 13/04, às 19h
O audiovisual realizado na região
Nordeste tem passado por diversas transformações nos últimos anos, com o
amadurecimento das políticas públicas e do lançamento de editais em diversos
estados, e ao mesmo tempo com o surgimento de uma geração jovem que vem
desafiando as formas tradicionais de se produzir cinema na região. Entre as
singularidades de cada estado, é possível afirmar que há um "cinema
nordestino"? Dado o panorama da realização em cada estado, o que "nos
une" e o que "nos diferencia"? Quais as características e os
desafios do cenário de cada estado?
Convidados:
Anna Andrade - ABD/PE (PE)
Caroline Oliveira - Realizadora
(PB/PE)
Dênia Cruz - ABD/RN (RN)
Fábio Rogério - Realizador (SE)
Ticiana Augusto Lima- Realizador
(CE)
O humor no cinema nordestino –
15/04, às 19h
A Mostra também terá a exibição
de dois longas-metragens nordestinos do gênero comédia, com grande desempenho
de bilheteria: O Shaolin do Sertão, de Halder Gomes (CE), e Muleque Tá Doido 2,
de Erlanes Duarte (MA). Haverá um debate com a presença dos dois realizadores.
O humor é uma característica
marcante das formas de expressão artísticas no Nordeste. Nos últimos anos,
temos acompanhado o surgimento de filmes nordestinos que evocam um humor de
matiz mais popular, em nítido contraste com o típico perfil dos fimes de
comédia de classe média, oriundos especialmente do Rio de Janeiro. As comédias
nordestinas têm apresentado um grande sucesso de público, mas apresentam
dificuldades para se expandir para além da região. Quais as características da
comédia nordestina? É possível afirmar que tem surgido um boom de filmes da
Região e que tem características singulares?
Convidados:
Cícero Filho (PI) - realizador de
"Ai que vida"
Erlanes Duarte (MA) - ator e
realizador de "Muleque Tá doido"
Karla Karenina (CE) - atriz de
"O Shaolin do Sertão", entre outros filmes
Serviço:
Cinema: Cine Nordeste
Local: CAIXA Cultural Fortaleza
Endereço: Av. Pessoa Anta, 287,
Praia de Iracema
Data: 4 a 16 abril de 2017
Horários: Consultar programação
no site www.mostracinenordeste.com.br
Entrada Gratuita
Acesso para pessoas com
deficiência e assentos especiais
Informações gerais | Bilheteria
da CAIXA Cultural Fortaleza: (85) 3453-2770
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