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sexta-feira, 22 de maio de 2020

MAIO] Comorbidades vasculares e Covid-19


Alguns estudos vêm sendo realizados acerca de pacientes com Covid-19, com ou sem histórico de doenças vasculares, que evoluíram com quadros de trombose venosa possivelmente associada à infecção pelo coronavírus. Até o momento, tais estudos, como a pesquisa do subcomitê Covid-19 do American Venous Forum, ainda são inconclusivos. O que se tem observado é que alguns pacientes com Covid-19 estão apresentando maior probabilidade a desenvolver coágulos no interior dos vasos sanguíneos. Os pulmões são os principais acometidos pela trombose, mas os médicos têm identificado também a presença de coágulos em outros locais no corpo de pacientes com a doença.

A trombose se caracteriza pela formação de coágulos no interior das veias ou artérias, causando a obstrução total ou parcial dos vasos. Os locais de maior incidência da doença são as extremidades, principalmente os membros inferiores. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 37 segundos, uma pessoa morre por complicações de trombose vascular. De fato, as comorbidades vasculares estão entre os fatores de risco para complicações pelo novo coronavírus.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular no estado do Ceará – SBACV/CE, Dr. Edison Andrade, o sedentarismo em excesso, principalmente no sexo feminino e quando associado a outros fatores de risco como obesidade, tabagismo, uso de anticoncepcionais orais, cirurgias recentes, imobilização, câncer, terapia de reposição hormonal, gravidez ou histórico familiar, está relacionado a um risco aumentado de trombose venosa profunda.

O médico angiologista e cirurgião vascular explica ainda que a infecção pelo novo coronavírus causa uma verdadeira tempestade inflamatória no organismo doente. Desta forma, aqueles pacientes graves que se encontram internados em unidades de terapia intensiva (UTI) e que, portanto, não podem se locomover, são mais susceptíveis ao desenvolvimento de quadros trombóticos não só pelo estado pró-coagulante determinado pela infecção mas também pela imobilidade dos mesmos.

Os anticoagulantes, apesar de controvérsias, têm sido utilizados no auxílio ao tratamento dos pacientes internados por infecção pelo novo coronavírus em hospitais no Brasil e no exterior. Diversos estudos têm sido conduzidos em todo o mundo para avaliar os reais benefícios do uso dos medicamentos anticoagulantes no tratamento destes doentes e, ao que tudo indica, seus resultados serão promissores. 

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