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terça-feira, 19 de maio de 2020

ARTIGO] Considerações conceituais sobre espaço público


 
Milton Santos em seu livro “Espaço e Sociedade”, no capítulo “A formação social como teoria e como método”, começa seu texto com uma frase celebre de Aristóteles que denota a pertinência da questão espacial: “O que não está em nenhum lugar não existe”. Desse modo, podemos pensar que o espaço exerce um papel de extrema relevância na análise social.

Entretanto, o autor diz que a própria Geografia – que deveria ser a ciência mais preocupada com a questão espacial – tem minimizado esse importante papel do espaço na sua relação com a sociedade, considerando o espaço como um mero reflexo ou palco das ações humanas. Nesse processo, a Geografia, e porque não dizer mais notadamente a Arquitetura, se interessou mais pela forma das coisas do que pela sua formação, ou seja, confundindo o seu objeto de estudo, que é o espaço geográfico, com a análise da paisagem, não captando, assim, o movimento da sociedade.

Nesse trabalho, Santos propõe pensar o espaço segundo uma concepção que abranja toda a problemática social. Para tanto, ele se apropria de um conceito formulado por Marx e Engels que é a Formação Econômica Social e acrescenta a esse conceito a dimensão espacial, que, até então, não havia sido considerada nas formulações marxistas, levando, assim, a uma interpretação dualista das relações homem-natureza.

Corroborando essa ideia, David Harvey destaca a importância do espaço e do tempo na vida social, esclarecendo os vínculos materiais entre processos políticos econômicos e processos culturais. O fundamental da pesquisa é a ideia de que o tempo e o espaço não podem ser compreendidos independentemente da ação social. Ele considera, em particular, como o próprio significado e a própria percepção de tempo e do espaço variam, mostrando que essa variação afeta valores individuais e processos sociais do tipo mais fundamental.

Por sua vez, Antônio Carlos Roberto de Morais, em seu livro “Ideologia Geográfica”, conceitua, a princípio, o espaço e, pontuando a historicidade da paisagem, dá crédito ao homem pela produção desse espaço, através de suas ações sobre o meio geográfico, expressando sua vivência, sua cultura, num determinado momento da história. Ao dar significado e construir uma relação com o lugar em que vive, o homem traz à realidade suas necessidades, visto que as ansiedades, interesses, desejos e sonhos são motivadores para essa mudança constante no espaço que é construído e reconstruído, gerando as dinâmicas sócio-espaciais.

Nas últimas décadas, os estudos geográficos e, principalmente, arquitetonico, voltados às pesquisas de caráter urbano desenvolveram uma tendência de análise mais profunda sobre os complexos fenômenos e processos espaciais que envolvem o conceito de centro, como também “criaram termos que são diretamente ligados ou derivados deste conceito-chave para a Geografia Urbana, a exemplo de metrópole, cidade, núcleo ou área central, centralidade, descentralização, multi-centralização, como também, a expressão de centralidades em múltiplas escalas”.


Prof. Dr. Frederico Augusto Nunes de Macêdo Costa
Coordenador de Arquitetura e Urbanismo da UniAteneu
Doutor em Planejamento Urbano


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