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quinta-feira, 19 de março de 2020

ARTIGO DE OPINIÃO] Psicologia hospitalar e educação para a morte


Profª. Bruna Fabrícia

A vivência profissional do psicólogo no contexto hospitalar inevitavelmente o aproxima da convivência cotidiana com os processos de morte e de morrer, tendo em vista as tantas perdas presenciadas e nas implicações destas em seus processos pessoais. Entretanto, enquanto profissionais de saúde, também os psicólogos enfrentam o desafio de lidar com um tema ainda considerado tabu por trabalhadores, pacientes e familiares, considerando as dificuldades em abordá-lo diretamente, bem como a insuficiente formação ainda característica das graduações da área da saúde.

Apesar de constituir-se como uma experiência inerente à condição humana pela qual todos iremos passar, a morte, principalmente, na cultura ocidental, ainda se apresenta como um fenômeno a ser combatido e evitado a todo custo. Na sociedade da produtividade e da eterna juventude, não há espaço para falar ou pensar na morte. No entanto, o simples fato de não discuti-la não evitará que nos confrontemos com ela em algum momento.

Lidar com a morte do outro muitas vezes nos remete à possibilidade de nossa própria morte ou dos nossos entes queridos, o que pode ser gerador de muito sofrimento psíquico, levando-nos a um afastamento progressivo dos pacientes em final de vida, no momento em que eles mais precisariam da nossa presença. Afinal, por que “perder tempo” com quem já está morrendo?

Nesse contexto, o psicólogo destaca-se como um profissional essencial para a garantia das práticas de humanização no ambiente hospitalar, ao possibilitar um espaço de escuta e acolhimento a pacientes, familiares e equipes que estejam compartilhando um processo de terminalidade. Apesar da impossibilidade de cura terapêutica, sempre haverá o que fazer quando partimos da perspectiva do cuidado e do alívio do sofrimento.

Humanizar o trato com a morte é uma prática de afirmação e valorização da vida e, portanto, deveria constituir uma discussão obrigatória a todo e qualquer profissional da saúde. A qualidade da atenção hospitalar passa necessariamente pela adoção de um novo olhar e de novas atitudes diante da vida e da morte, considerando-os como dimensões igualmente importantes da existência humana.

Profª. Bruna Fabrícia Barboza Leitão – CRP11/5882
Professora do Curso de Psicologia da UniAteneu
Psicóloga, especialista em Cancerologia e mestra em Saúde Pública


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