Profª. Fernanda Sleiman
A expressão artística é um
verdadeiro aliado na prática educadora. Através da arte, avalia-se o
desenvolvimento intelectual da criança, as suas predisposições, os sentimentos,
os seus anseios, além de estimular a capacidade criadora, o raciocínio e a motricidade.
Antes mesmo de aprender a ler
e a escrever, a criança reage aos estímulos artísticos, o que a torna uma
criadora em potencial. Nessa fase, a arte se converte em uma rica oportunidade
para o desenvolvimento infantil, uma vez que entre em contato com os mais
variados tipos de materiais para a manipulação.
Em escolas de Educação
Infantil e Ensino Fundamental, geralmente utilizam a arte como uma disciplina à
parte, em que prevalece o pensamento do “criar livre” sem qualquer
interferência de terceiros no processo de criação espontânea da criança. Porém,
a prática do ensino e aprendizagem da arte e a sua aplicação no âmbito escolar
faz surgir algumas questões no que diz respeito ao seu processo educacional.
Trabalhar arte na escola
requer o esclarecimento dos posicionamentos sobre a arte e como ela é aplicada
na Educação Escolar. Tais posicionamentos implicam na seleção de linhas
teóricas-metodológicas.
A arte é concebida como
contribuinte para o desenvolvimento estético e crítico dos alunos, sobretudo,
no que se refere aos processos de apreciação artísticas. São teorias que adotam
o relacionamento com as práticas e o acesso ao conhecimento da arte, mas sem
pretensão de atingir uma verdade absoluta. A arte tem sido objeto de diferentes
interpretações: a técnica, materiais, lazer, expressão, comunicação etc.
Para o pedagogo, a arte pode
contribuir como proposta de ensino e aprendizagem artístico, estéticos e atende
a essa mobilidade conceitual. É ela que aponta para uma articulação do fazer,
do conhecer e do exprimir.
Mas também se faz necessário
olhar para arte não tão somente como uma disciplina a parte ou como método
criativo, mas também como objeto de interdisciplinaridade, com o uso das
diferentes faces da manifestação artística como instrumento pedagógico que
possa auxiliar no ensino-aprendizagem.
Se na Educação Infantil o uso
da arte é presente e bastante utilizado, no ensino fundamental percebe-se um
rareamento dessa prática. Talvez falte ao educador o entendimento da
interdisciplinaridade ou até mesmo da disposição de adequar o conteúdo para que
seja contemplada a arte nas mais diferentes disciplinas dos currículos
escolares.
As artes visuais podem ser
utilizadas como conhecimento das mais diferentes culturas existentes na nossa
sociedade e leva o aluno a ter contato com a realidade de uma determinada
época.
Já a dança aparece como
instrumento de identificação e reconhecimento de suas concepções estéticas e,
muitas vezes, a aplicação prática dessa modalidade artística nas diferentes
culturas. Como, por exemplo, o xaxado do Nordeste brasileiro como fruto de uma
dança aplicada ao trabalho de arar a terra ou o Côco de Pernambuco, também como
dança aplicada ao trabalho da extração desse fruto. O teatro, por sua vez, leva
à compreensão, apreciação e análise das diferentes manifestações locais de uma
determinada região.
E a música, por fim, se
converte em uma verdadeira fonte historiográfica em que se pode perceber os
anseios de uma sociedade em uma determinada época. E pode até mesmo preencher
uma lacuna que a historiografia comum não consegue alcançar. É a história
contada pelo povo.
A utilização da arte pelo
pedagogo pode converter-se em um grande aliado do professor no processo de
ensino, só depende de como o educador encara a arte no contexto educacional.
Profª. Drª. Fernanda
Sleiman Rodrigues
Professora do Curso
de Pedagogia da UniAteneu
Mestre e Doutora em
História Contemporânea
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