Profª. Isabela Pinheiro
Nos últimos meses, está
constante nos veículos de comunicação a epidemia de um novo Coronavírus
(Covid-19) com características semelhantes à gripe, o qual está sendo de rápida
transmissão, podendo vir a se tornar uma pandemia, espalhando-se mundialmente.
Por se tratar de um vírus com mutações e particularidades, ainda não se tem um
tratamento ou vacina específico para a doença. Portanto, no momento, a busca
por soluções alternativas para evitar a sua disseminação e a melhora da
resposta imunológica dos indivíduos acaba sendo uma opção viável (ZHANG; LIU,
2020).
O sistema imunológico do
organismo humano funciona com o intuito de proteger o hospedeiro contra
infecções advindas de microrganismos patogênicos, além de outros agentes
causadores de doenças. Para mantê-lo saudável e apto a exercer suas funções, no
combate a agentes externos, é de fundamental importância que o indivíduo esteja
com um bom aporte nutricional, uma vez que os nutrientes irão auxiliar numa
melhor resposta imune (WHU et al., 2019).
Dentre os nutrientes
envolvidos numa redução de sintomas virais, melhor resposta imune ao meio
externo, maturação de células do sistema imunológico e resposta antioxidante
aos ataques de vírus às células, trata-se das vitaminas A, C, do complexo B, D
e E. A vitamina A encontrada nos vegetais de coloração amarelada, alaranjada,
vermelho e verdes-escuros, como laranja, cenoura, mamão, tomate, jerimum,
manga, couve manteiga, brócolis, batata-doce dentre outros; o ácido ascórbico
(vitamina C) disponível no kiwi, goiaba, brócolis, frutas cítricas (abacaxi,
acerola, laranja, limão, tangerina, morango...), frutas vermelhas (morango,
amora, framboesa...) etc.
Vitaminas do complexo B
podendo ser encontradas em carnes (fígado), leites, ovos, legumes, verduras
(brócolis), cereais integrais, leguminosas (ervilhas e amendoim), algumas
oleaginosas (castanhas e nozes) e abacate. A vitamina D além de ser ativada
pela exposição à luz solar, alguns alimentos são fontes dessa vitamina, como
carnes, peixes, frutos do mar (salmão, sardinha e mariscos), ovo, leite, fígado
e queijos; e a vitamina E encontrada no trigo, carnes, ovos (gema), óleos
vegetais, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas), sementes de girassol,
gergelim, linhaça etc. (ZHANG; LIU, 2020; WHU et al., 2019).
Os ácidos graxos
poli-insaturados, como o ômega 3 (salmão, sardinha, atum, linhaça e chia),
estão relacionados com uma melhor resposta imune e proteção contra inflamação.
Alguns minerais como o zinco (chocolate amargo, frutos do mar, castanhas, gema
de ovo...), o selênio (castanhas) e o ferro (carnes vermelhas, leguminosas...),
atuam na manutenção das células imune, como agentes antioxidantes evitando
possíveis mutações virais, e, em quantidades adequadas, evitam quadros
infecciosos, promovendo um equilíbrio orgânico contra infecções virais (ZHANG;
LIU, 2020; WHU et al., 2019).
Por fim, os probióticos
(microrganismos vivos que conferem benefícios à saúde) encontrados em
suplementos prontos, manipulados, iogurtes e leites fermentados, aliados aos
prebióticos (partes dos alimentos que não são digeríveis e servem como
substrato energético para os probióticos) presentes em frutas e verduras (fibras) mostram-se
importantes para o equilíbrio intestinal, com repercussão positiva no controle
da entrada de patógenos, bem como sua instalação no hospedeiro, o que
desencadearia respostas inflamatórias, como as observadas nas infecções virais
(WHU et al., 2019; CELIBERTO et al., 2018).
Procure sempre ajuda médica em
casos de apresentar sintomas, alie sua alimentação com uma boa hidratação
[procure a ajuda de um (a) nutricionista para individualizar seu plano
alimentar)] e práticas de higiene, apresentadas pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, como: lavar as mãos frequentemente,
proteger nariz e boca ao tossir e espirrar, evitar contato próximo com pessoas
doentes, não compartilhar objetos pessoais, ficar em casa quando estiver
doente, evitar tocar os olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas, limpar e
desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência, dentre outras que
auxiliarão na redução da propagação e infecção pelo vírus Covid-19.
Profª. Isabela Pinheiro
Professora do Curso de
Nutrição da UniAteneu
Nutricionista e pós-graduada
em Nutrição Clínica e Esportiva e em Nutrição Clínica e Fitoterapia Aplicada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ZHANG, L.; LIU, Y. Potential
interventions for novel coronavirus in China: A systematic review. J Med Virol,
p. 1–12, 2020.
WU, D. et al. Nutritional
modulation of immune function: analysis of evidence, mechanisms, and clinical
relevance. Front Immunol, v. 9, n. 3160, 2019.
CELIBERTO, L.S. et al.
Inflammatory bowel disease and immunonutrition: novel therapeutic approaches through
modulation of diet and the gut microbiome. Immunology, v. 155, n. 1, p. 36-52,
2018.
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