Lendo um livro esses dias, me
veio à mente algumas reflexões comportamentais inerentes ao sucesso nos
relacionamentos, sejam eles corporativos, familiares, de amizade e, porque não,
amorosos. Uma teoria de 2010, de Catherine Hankin, aborda os componentes do
capital erótico, como a beleza, a sensualidade, a habilidade social, a
competência sexual, a fertilidade, elementos democráticos negligenciados em
outras épocas, tendo em vista o menosprezo pela elite que monopolizava o
capital econômico, social e cultural. Entretanto, nesse momento, um deles
requer os holofotes, a habilidade de interação social.
A forma como falamos, o tom de
voz, carisma, charme e as nossas expressões são uma verdadeira antítese, nos
aproxima ou afasta, ama-se ou odeia-se, atalhos mentais de boas ou más
experiências de convivência, lembranças de afeto ou desafeto. Quem sabe?
Estamos vivendo um momento delicado, seja nas organizações ou nos
relacionamentos pessoais: redução de quadro de funcionários, jornada de
trabalho, home office, imersão em ferramentas tecnológicas e o uso de EPIs para
o convívio social. Enfim, a pandemia é o assunto do momento e as consequências,
uma mudança de vida imediata, desde o uso obrigatório de máscaras,
distanciamento social e novos hábitos em uma cultura geralmente permeada de
alegria, de acolhimento, de abraços, festas e aglomerados em todos os
contextos. Mas e agora?
Na perspectiva de interação e
sedução, as atitudes comportamentais nos aproximam. As pessoas se destacam pela
agradabilidade, leveza e humor. O sorriso “quebra o gelo”, desmontando qualquer
intenção de insatisfação e rudeza. Da mesma forma que o sorriso contagia, ele
também “abre portas”, despretensiosamente. Nesse contexto, como sorrir com o
uso obrigatório de máscara? Esse item de proteção que virou símbolo dos nossos
tempos tirou de cena o que sempre representou o sinônimo de alegria e
receptividade, o sorriso. Mais do que nunca, os olhos assumem um papel
protagonista no cotidiano.
A linguagem corporal compõe um
fator determinante de sucesso nas relações e nos negócios, bem como a atitude
positiva e a vivacidade são características que ressaltam a sociabilidade, a
aceitação e nos faz ser lembrado e querido. Em tempos de construção de um “novo
normal”, o diferencial comportamental deve ser potencializado, principalmente,
no cenário atual de sobrevivência, resiliência e empregabilidade. Atitudes como
presteza, atenção e simplicidade, além de educado, se sobressaem ao indiferente
e superficial.
Profª. Ma. Cibelli
de Sá Pinheiro Nobre
Docente do Curso de
Administração da UniAteneu
Doutoranda em
Ciências Sociais, mestra em Antropologia e em Economia, especialista em Gestão
de Marketing e formada em Administração de Empresas
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