Coberturas – Artes – Lançamentos – Frontstage – Backstage – Tecnologia – Coluna Social – Eventos – Happy Hour – Coquetel – Coffee Break – Palestras – Briefing – Desfiles – Moda – Feiras – Chás – Fotos – Exposições – Assessoria de Imprensa e Comunicação Nacional

quinta-feira, 30 de abril de 2020

OPINIÃO] O papel do designer no futuro da moda


 

Uma grande dúvida paira no ar: qual o futuro da moda em tempos de pandemia? O planeta está vivendo um momento jamais imaginado pelas últimas gerações. Quem iria supor que diante da velocidade e da realidade frenética de produção e consumo que o mercado de moda vivenciava há anos veríamos uma grande pausa se estabelecer? Uma pausa que nos fez rever uma série de costumes e de valores que não foram questionados por muitos ao longo de décadas.

As famílias estão confinadas, os hábitos de higiene e de consumo mudaram e as prioridades também. Os encontros são virtuais, o entretenimento está nas telas, esportes se praticam na sala de casa, escolas dão aulas à distância, empresas tiveram que se adaptar às vendas online e os entregadores nunca foram tão importantes como agora. Além de pijamas, as pessoas não precisam vestir mais nada.

Estamos diante de um cenário cheio de dúvidas e incertezas, mas que deixa muito claro que essa é a grande oportunidade para a humanidade redefinir as suas prioridades e valores. Junto a isso, há toda uma cadeia de moda que precisa se reinventar para não sucumbir e continuar movimentando a economia e gerando empregos.

Agora se faz necessário observar as mudanças, os novos gostos e comportamentos. As marcas de moda e os designers precisam se dedicar para responderem através de produtos ao seguinte questionamento: o que é essencial para nos sentirmos confortáveis, felizes e para sobrevivermos? Desenvolver soluções que sejam capazes de dar respostas a essas questões são essenciais para que marcas e designers possam demostrar empatia através de seus produtos. Esses novos produtos precisam ser bem melhor pensados ​​e projetados, o que não é bom apenas para os consumidores, mas também para designers, para as marcas e para o meio ambiente.

Como sempre, o trabalho do designer exige que este olhe para o futuro – afinal, trabalha para uma indústria criativa – e que traga através de sua perspectiva o novo, o diferente, o inovador. É preciso imaginar um futuro diferente, com diversos cenários e criar pensando em um novo tipo de consumidor. A sensibilidade e a criatividade serão fortes aliadas.

Levar a sério o design como investimento para diferenciação e elevação da percepção de valor dos produtos de moda e, ainda, valorizar os fornecedores que são verdadeiramente parceiros, tornar a produção mais local, apoiar revendedores e clientes, utilizar a tecnologia como estratégia, dentre outros, são iniciativas que fortalecem os elos da cadeia e favorecem a nova realidade que vamos viver.

Certamente, o mundo pós-Coronavírus exigirá uma desaceleração no ritmo de consumo e a forma de se pensar e produzir produtos precisará ser revista. A moda deverá encarar essa retomada como uma nova página em branco para que se escreva um novo capítulo para a humanidade, para a luta pela sobrevivência, para o que realmente importa.



Profª. Daniele Caldas Vasconcelos
Professora do Curso de Design de Moda da UniAteneu
Mestranda em Design e Marketing e consultora em Inovação de Produtos de Moda



Conheça o Curso de Design de Moda da UniAteneu. Acesse: http://uniateneu.edu.br/


Nenhum comentário: