Uma grande dúvida paira no ar:
qual o futuro da moda em tempos de pandemia? O planeta está vivendo um momento
jamais imaginado pelas últimas gerações. Quem iria supor que diante da
velocidade e da realidade frenética de produção e consumo que o mercado de moda
vivenciava há anos veríamos uma grande pausa se estabelecer? Uma pausa que nos
fez rever uma série de costumes e de valores que não foram questionados por
muitos ao longo de décadas.
As famílias estão confinadas,
os hábitos de higiene e de consumo mudaram e as prioridades também. Os
encontros são virtuais, o entretenimento está nas telas, esportes se praticam
na sala de casa, escolas dão aulas à distância, empresas tiveram que se adaptar
às vendas online e os entregadores nunca foram tão importantes como agora. Além
de pijamas, as pessoas não precisam vestir mais nada.
Estamos diante de um cenário
cheio de dúvidas e incertezas, mas que deixa muito claro que essa é a grande
oportunidade para a humanidade redefinir as suas prioridades e valores. Junto a
isso, há toda uma cadeia de moda que precisa se reinventar para não sucumbir e
continuar movimentando a economia e gerando empregos.
Agora se faz necessário
observar as mudanças, os novos gostos e comportamentos. As marcas de moda e os
designers precisam se dedicar para responderem através de produtos ao seguinte
questionamento: o que é essencial para nos sentirmos confortáveis, felizes e
para sobrevivermos? Desenvolver soluções que sejam capazes de dar respostas a
essas questões são essenciais para que marcas e designers possam demostrar
empatia através de seus produtos. Esses novos produtos precisam ser bem melhor
pensados e projetados, o que não é bom apenas para os consumidores, mas
também para designers, para as marcas e para o meio ambiente.
Como sempre, o trabalho do
designer exige que este olhe para o futuro – afinal, trabalha para uma
indústria criativa – e que traga através de sua perspectiva o novo, o
diferente, o inovador. É preciso imaginar um futuro diferente, com diversos
cenários e criar pensando em um novo tipo de consumidor. A sensibilidade e a
criatividade serão fortes aliadas.
Levar a sério o design como
investimento para diferenciação e elevação da percepção de valor dos produtos
de moda e, ainda, valorizar os fornecedores que são verdadeiramente parceiros,
tornar a produção mais local, apoiar revendedores e clientes, utilizar a
tecnologia como estratégia, dentre outros, são iniciativas que fortalecem os
elos da cadeia e favorecem a nova realidade que vamos viver.
Certamente, o mundo
pós-Coronavírus exigirá uma desaceleração no ritmo de consumo e a forma de se
pensar e produzir produtos precisará ser revista. A moda deverá encarar essa
retomada como uma nova página em branco para que se escreva um novo capítulo
para a humanidade, para a luta pela sobrevivência, para o que realmente
importa.
Profª. Daniele Caldas
Vasconcelos
Professora do Curso de Design
de Moda da UniAteneu
Mestranda em Design e
Marketing e consultora em Inovação de Produtos de Moda
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Moda da UniAteneu. Acesse: http://uniateneu.edu.br/
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