Dialogando com o passado,
presente e futuro, o projeto convida as pessoas a compartilharem fotografias, conteúdos
audiovisuais e texto para lembrar o que fizemos e vamos fazer com imagens, que
também são memórias.
O Museu da Imagem e do Som do
Ceará (MIS-CE), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará
(Secult), lança nesta terça-feira, 9/6, o projeto Memórias Compartilhadas, que
convida as pessoas a compartilharem memórias por meio de texto e imagens. A
ideia é formar um grande acervo coletivo de imagens feitas em casa, para ajudar
a pensar o passado, o presente e o futuro da sociedade. A iniciativa integra as
ações realizadas online pela Rede de Equipamentos Culturais da Secult, em tempo
de enfrentamento da Covid-19. O lançamento acontece com um bate-papo ao vivo
sobre o projeto, às 20h, na página de Youtube da Secult (@SecultCearaGov). Mais informações estão disponíveis no site:
www.mis-ce.art.br.
“Olhe aquela caixa de sapatos,
cheias de fotos; procure rever os álbuns e filmes. Envie e conte uma historinha
compartilhando lembranças simples, pois a simplicidade é algo que precisamos
valorizar. A memória é um substantivo feminino com a capacidade de criar,
cuidar, recuperar, evocar sensações e sentimentos que não devemos esquecer” -
este é o convite feito pelo Museu da Imagem e do Som do Ceará, a partir do
projeto Memórias Compartilhadas.
A ideia fundamental para a
elaboração do projeto partiu de uma pergunta que põe em xeque a democratização
do acesso às novas tecnologias: que fotografia familiar você verá no futuro se
você não for de um grupo hegemônico? O diretor do MIS, fotógrafo e professor
Silas de Paula, destaca que a fotografia vernacular (amadora) é essencial para
revisitar e compreender o mundo.
“Grande parte do que sabemos,
sobre hábitos e costumes do passado recente, vem da fotografia vernacular
(amadora). São álbuns de família, ou fotos do cotidiano guardadas em caixa de
sapatos e revividas em reuniões familiares, mas eram imagens íntimas que
circulavam somente entre parentes e amigos próximos. Historiadores,
pesquisadores e artistas perceberam sua importância e deram a elas outra
dimensão”, comenta o gestor do MIS.
As fotografias impressas em
papel, as filmagens gravadas em fita, ou mesmo em CDs, DVDs e HDs em casa são
passíveis de sumir, de ter um fim. Por isso, o projeto surge também como meio
de preservar o conteúdo da memória coletiva. “Com os dispositivos tecnológicos
atuais que imagens serão encontradas e vistas daqui há dez ou vinte anos? Por
mais que se fale em democratização de acesso a esses dispositivos, a realidade
é outra. Nos processos analógicos nunca precisamos de nada, além do olho
humano, para ver a imagem - em papel ou película. Dos álbuns de família, que
eram editados e possuíam uma narrativa da vida familiar criada pela mãe ou pai,
passamos para um banco de dados no computador ou celular. Imagens virtuais que
exigem um dispositivo tecnológico para vê-las, além de serem mais suscetíveis
ao desaparecimento. Como arquivá-las para o futuro? Isso tem custo e a maioria
das pessoas não pode pagar, ou não se interessam por isso, pois pensam nelas
como algo efêmero disponibilizado em redes sociais”, ressalta Silas.
O projeto Memórias
Compartilhadas também tem o propósito de refletir não só sobre as memórias e a
tecnologia, mas sobre nossas próprias vidas. “A pandemia, o isolamento social,
nos levou a pensar o passado e sonhar com um futuro melhor. As imagens e sons
podem nos afetar e ajudar a encontrar o caminho”, frisa também o gestor.
O Novo MIS
O Projeto Memórias
Compartilhadas acontece online enquanto o MIS-CE passa por ampliação do espaço
e de seu conceito. O novo Museu da Imagem e do Som do Ceará será um novo
equipamento cultural, capaz de receber exposições e armazenar mais de 160 mil
itens do acervo formado por discos, fotos, filmes, VHS, DVDs, contemplando a
cultura popular, o teatro, o artesanato, o cinema e a música. O Novo MIS
abrigará também uma biblioteca, sala de pesquisa, auditório, salas multiuso,
salas de pesquisa e um café. O total de investimento da obra do Novo MIS, e de
reparo e manutenção da casa onde funciona o equipamento é de mais de R$15
milhões.
Serviço
Museu da Imagem e do Som do
Ceará
Projeto Memórias
Compartilhadas
Acesse: www.mis-ce.art.br
Data de lançamento:
Terça-feira, 9/6, às 20h, com bate-papo ao vivo no Youtube da Secult.
Participantes: Fabiano Piúba
(secretário da Cultura do Estado do Ceará); Silas de Paula (Diretor do MIS-CE);
Patrícia de Filippi (Consultora do MIS-CE)
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