O farmacêutico é o
profissional com maior formação no âmbito do medicamento. Toda a sua construção
acadêmica é direcionada para compreender como substâncias químicas agem em
sistemas biológicos com função terapêutica. A compreensão de seu papel na
sociedade brasileira vem crescendo nos últimos 20 anos, desde a implantação da
lei dos genéricos em 1999, marco importante no mercado farmacêutico e que
proporcionou o aumento do consumo dos medicamentos e conhecimento da população
sobre um pouco da atividade deste profissional, que permaneceu durante muitos
anos apenas no campo das análises clínicas.
Com essa mudança, tornou-se
comum que as pessoas cobrem a presença e o conhecimento desse profissional
quando se trata de medicamento. O crescimento do acesso ao medicamento também
proporcionou à população a consciência de que é necessário o cuidado com possíveis
efeitos adversos e interações medicamentosas, o que está ligado diretamente ao
cuidado farmacêutico.
Diante do contexto, faz-se
necessário refletir sobre como está a relação desse profissional para além do
medicamento, já que o mesmo é prescrito para um indivíduo que possui todo um
contexto social, psicológico e de saúde e, provavelmente, alguém com alguma
patologia pontual ou crônica. Há nos profissionais e acadêmicos um
direcionamento para esse cuidado? Como podemos expandir a atuação do profissional
do medicamento para o profissional que, entre tudo, também possui empatia com o
paciente que fará uso deste produto farmacêutico?
É claro que essa empatia é
algo a ser sempre construído diariamente. Porém, é, de fato, necessário que
seja iniciada na formação deste profissional de saúde a inclusão de atividades
acadêmicas direcionadas para o conhecimento da sociedade em que vivemos,
formada por indivíduos que possuem peculiaridades físicas e psicológicas. É
importante também que o aluno e profissional, geralmente pessoas com afinidades
pela área química e biológica, se abram para conhecimentos do âmbito da
formação humana e que isso seja visto como algo que acrescenta e muito a
formação ética e a conduta de um profissional de saúde.
Lembrando que pensar saúde não
restringe ao que é biológico, mas pelo contrário, saúde contempla todos
aspectos humanos, e o medicamento também atua em todos esses emaranhados que
constrói a vida do paciente. Logo, que profissionais já em campo, professores e
alunos em formação se atentem para essa perspectiva a qual pode abrir espaço
para uma atividade mais integrada com o paciente em que o medicamento é o
vínculo e o objetivo final, objetivo pensado de forma coerente e conectada com
o social e com atuação de uma assistência farmacêutica que perpassa a reflexão
e o cuidado humano.
Profª. Dra. Isabelle
Gois
Professora do Curso
de Farmácia da UniAteneu
Doutora e mestra em
Farmacologia
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UniAteneu. Acesse: http://uniateneu.edu.br/
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