Teresa Fonseca - presidenta da SOBOPE
Dia Nacional de Combate ao Câncer
Infantojuvenil, 23 de novembro, lembra que a cura passa pela identificação
precoce da doença
Rafaela Jerônimo da Silva Carvalho acompanha há um ano o tratamento do filho, Rômulo Cézar Caetano
No próximo 23 de novembro
acontece o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, quando a
Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao
Adolescente com Câncer (CONIACC) chama a atenção da população brasileira para a
importância do diagnóstico precoce da doença. A entidade, que congrega 53
instituições de apoio à criança com câncer espalhadas por todo o País, reforça
que, quando descoberto cedo, o câncer em crianças e adolescentes tem mais
chances de cura.
A dona de casa Rafaela Jerônimo
da Silva Carvalho acompanha há um ano o tratamento do filho, Rômulo Cézar
Caetano, de 11 anos, na Casa de Acolhida Padre Eustáquio (CAPE), em São Luiz
(MA). Hospedada na casa de apoio desde novembro de 2016, Rafaela conta que o
diagnóstico precoce contribuiu para aumentar as chances de tratamento do filho
e, receber o suporte da casa de apoio tem sido fundamental.
“Aqui eu encontrei acolhida, é a
minha segunda casa, é onde eu tenho uma cama para eu dormir e meu filho também,
alimentação e outros benefícios que a CAPE nos proporciona. Conheci pessoas
boas, desde a parte da nutrição, psicologia, social, são todos queridos com a
gente”, destaca Rafaela.
O Instituto Nacional de Câncer
(INCA) estima que ocorrerão cerca de 12.600 novos casos de câncer em crianças e
adolescentes no país em 2017. Porém, o tratamento da criança com câncer é um
dos maiores exemplos de sucesso nas últimas décadas. A cura apresentou um giro
de 180 graus, passando de 80% de taxa de mortalidade para 80% de taxa de cura.
No entanto, a taxa de cura no
Brasil, de acordo a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), é
aquém do almejado. Um dos fatores que contribuem para isso é o diagnóstico
tardio. “Uma criança, quando tem a doença diagnosticada precocemente, pode ser
tratada com a possibilidade de ter menos sequelas e mais qualidade de vida, por
isso é tão importante a família ficar alerta a sinais e sintomas que podem ser
câncer e procurar um médico”, alerta Teresa Fonseca - presidenta da SOBOPE.
Pais e responsáveis, reforça
Teresa Fonseca, devem prestar atenção a sinais e sintomas que podem ser
confundidos com outras doenças comuns à infância, por isso, o cuidado deve ser
reforçado. A presidenta da SOBOPE chama a atenção para características como
palidez progressiva, dor óssea, nas articulações, inchaço que provocam
dificuldades de andar, manchas roxas ou sangramentos que não são de traumas -
principalmente nos membros inferiores e superiores - e febre prolongada que
deixa a criança em condições apáticas.
Dores de cabeça diárias matutinas
acompanhadas de vômito, alterações no equilíbrio, na visão, no andar,
convulsões, presença de ínguas frequentes, perda de peso importante, assim como
o comportamento da criança que deixa de brincar e só quer ficar deitada, também
podem sinalizar que algo não vai bem. “Diante desses sintomas é importante que
a criança seja avaliada por um médico”, alerta Teresa Fonseca.
A professora Maxsuila Aciole da
Silva Pequeno, estranhou quando o filho, George, de 3 anos, começou a apresentar
febre. “Eu o levei para o pediatra e, em princípio, era só uma pneumonia.
Depois de um tempo ele começou com uma dorzinha na mão, depois a dor foi para o
pé, depois apareceu no joelho e até essa dor chegar ao joelho, os médicos
diziam que ele queria chamar minha atenção. Eu insisti, sabia que ele tinha
alguma coisa, mas os médicos diziam que não. E então um dia ele ficou sem
andar. Foi quando voltamos para o pediatra e ele encaminhou a gente para Natal,
onde contamos com o apoio do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC-RN). No
dia 18 de outubro de 2016, George foi diagnosticado com leucemia. Conseguimos
fazer o tratamento precoce, mas no início eu não sabia o que eram aquelas
características que ele apresentava", lembra a mãe.
Para Rilder Campos, presidente da
CONIACC, o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil é mais uma data
importante para mobilizar a sociedade em prol da importância do diagnóstico
precoce da doença. “O câncer infantojuvenil é segunda causa de morte na faixa
etária entre 01 e 19 anos, só perde para fatores externos como acidentes,
então, precisamos nos unir para salvar as nossas crianças, identificando o
quanto antes os sinais e sintomas da doença, para que elas sejam curadas e
possam seguir com suas vidas”, alerta.
Sobre a CONIACC
A Confederação Nacional das
Instituições de Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer - CONIACC
representa as organizações de apoio à criança e ao adolescente com câncer
espalhadas por todo o Brasil. Atualmente conta com 53 filiadas.
A CONIACC propõe uma nova
abordagem do papel das Instituições de Assistência às Crianças e Adolescentes
com Câncer, ancoradas por uma visão de futuro, reconhecendo a responsabilidade
de sua liderança em proporcionar melhor qualidade de vida e dignidade, minimizando
a dor e o sofrimento dos pacientes portadores de câncer infantojuvenil.
A CONIACC possui um propósito bem
definido: estimular e apoiar, através de uma rede de ações em todos os níveis
da sociedade, um olhar mais sensível para a criança e o adolescente portadores
de câncer e suas famílias.
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