Foto: Cleiton Martins
“Plantou Palavra, Colheu Poesia”
é o novo espetáculo do projeto, que teve estreia em Paracuru e depois de Marco
será apresentado em Guaiúba
Chega esta semana à cidade de Marco
o projeto InConto Marcado – Teatro Itinerante, com oficina teatral para
professores nesta terça-feira, dia 21 de novembro, das 8h às 11h, e espetáculo
“Plantou Palavra, Colheu Poesia” na quarta e quinta-feira, dias 22 e 23, às 9h
e às 14h30. A programação é gratuita e acontece na Escola de Ensino Fundamental
Manoel Paterno Silva.
O InConto Marcado leva a poesia
para dentro da escola como método e conteúdo, estimulo à leitura, como arte e
informação, disseminando um gênero que foi afastado de sua origem popular, a
cultura da oralidade, que já garantia o ensinamento da história entre os povos
de todas as raças, antes mesmo da palavra escrita. Tem como público-alvo alunos
de ensino fundamental da rede púbica, crianças de 5 a 12 anos de projetos sociais
realizados por ONGs, professores da rede pública, grupos de teatro, gestores
públicos de educação e cultura, familiares dos alunos e moradores dos arredores
dos espaços onde são realizados os espetáculos.
O novo espetáculo
Baseada no livro da escritora cearense
Socorro Acioli, que foi lançado em 2014 pela editora Armazém da Cultura, a peça
“Plantou Palavra, Colheu Poesia”, estreou agora em novembro com sucesso de
público. “Nós fizemos quatro sessões do espetáculo em Paracuru e recebemos
aproximadamente 600 crianças por apresentação”, conta a atriz e idealizadora do
projeto, Daniele Yanes.
Além disso, 80 professores
participaram da oficina de teatro, que é uma ação realizada pelo projeto desde
o início em 2011. “A gente tem feito esse trabalho com muita alegria, com esse
público lindo que são os professores da rede pública. Paracuru ficou
encantada”, comemora Daniele. Realizada com apoio institucional da Secretaria
da Cultura do Estado do Ceará (Secult) por meio do Edital Mecenas, tendo a Enel
como empresa apoiadora por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, esta
edição do InConto Marcado acontecerá também em Guaiúba, de 5 a 7 de dezembro.
Daniele explica que o espetáculo
“Plantou Palavra, Colheu Poesia” é uma homenagem aos poetas e cantadores nordestinos.
“É uma louvação a esses artistas nordestinos, essas figuras que são
genuinamente brasileiras, que trazem essa arte de rua, do sertão, ligada a
natureza. A Socorro Acioli também tem demonstrado a felicidade dela em ter uma
de suas obras montada em um espetáculo de teatro”, enfatiza a idealizadora do
projeto.
Socorro Acioli é uma das mais
referendadas autoras brasileiras de literatura infantil e juvenil. Em 2013 foi
vencedora do Prêmio Jabuti na categoria Infantil com o livro "Ela tem
olhos de céu". A obra “Plantou Palavra, Colheu Poesia” é, antes de tudo,
uma singela homenagem aos poetas e cantadores do sertão. O livro aborda a
seguinte questão: como a poesia pode frutificar em meio a todas as dificuldades
da vida, da seca, da fome e da falta de intimidade com as palavras? A obra
narra a trajetória de Francisco, um menino retirante que, em meio à procura de
um lugar melhor para viver, vai para Assaré e tem sua vida modificada quando
conhece Antônio, um agricultor poeta que na adaptação para o espetáculo foi
personificado na imagem de Patativa do Assaré. A partir deste encontro o menino
segue a busca do mistério das palavras e de como é que se faz “essa coisa tão
linda”, a poesia.
A nova montagem do InConto
Marcado, além da obra de Socorro Acioli, traz um destaque para a literatura de
Cordel por meio do livro “Miolo da Rapadura” (TUPYNANQUIM Editora), do renomado
cordelista e maior defensor do gênero na atualidade, Klévisson Viana, que em
2015 conquistou o terceiro lugar do Prêmio Jabuti na categoria Adaptação, com a
obra “O Guarani em cordel”. O novo espetáculo vem renovado também de elementos
cênicos, figurinos, cenários, direção e elenco. Em cena, juntam-se a Daniele
Yanes, atriz, produtora e idealizadora do projeto, dois novos integrantes, os
atores Miguel Campelo e Gleilton Silva.
A direção é de Geovana Pires é
atriz, diretora teatral, professora e coordenadora artística e pedagógica da
Casa Poema (RJ), instituição fundada por ela e pela atriz e poeta Elisa
Lucinda, referência de poesia falada no Brasil, que há 18 anos desenvolve uma
linguagem teatral tendo a poesia como fio narrativo. Em 2007, fundaram a
Companhia da Outra desenvolvendo a narrativa poética no palco. A dupla viaja
pelo Brasil e por diversos países do mundo apresentando recitais, espetáculos e
oficinas cuja ferramenta é a poesia.
“Sabemos que, de uma maneira
geral, a poesia anda afastada das escolas e dos livros escolares, pretendemos
então fazer um resgate da memória dos poetas nordestinos, mostrando uma nova
abordagem do texto poético, assumindo nele a conversa e a coloquialidade,
diminuindo assim a distância entre aluno e poema, professor e literatura,
espectador e ator”, explica Geovana Pires.
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