De 25 de setembro a 20 de
outubro, a ABN promoveu uma pesquisa com os associados para mapear as relações
entre os especialistas e as empresas de seguro e planos de saúde. A consulta
teve 224 participantes e identificou os principais problemas para o atendimento
médico no sistema suplementar.
A maior parte (51,34%) possui
mais de 15 anos de formado, pertencendo às regiões Sudeste (46,43%) e Sul
(23,21%). Do total, 32,59% atendem de um a três planos de saúde, 4,46% de
quatro a cinco e 26,34% trabalham para mais de cinco operadoras.
Os outros 36,61% não atuam no
segmento. Entre eles, prevalece a justificativa da baixa remuneração para
evitar vínculos com as operadoras (82,39%).
“O Sudeste concentra a maior
população dos entrevistados, presentes
em polos regionais, decorrentes, provavelmente, da superespecialização. Havendo
desigualdade geográfica entre a oferta e a procura, são necessários programas
de incentivo para viabilizar os perfis desses profissionais, sob um olhar para
o futuro. Já o fato de 36,61% não trabalharem com planos de saúde reflete uma
tendência atual, consequente à competitividade do mercado privado e às
exigências, sobretudo, nos consultórios. Baixa remuneração salarial,
dificuldades nos relacionamentos, interferência nas propostas de tratamento e
restrição na solicitação e na autorização de exames são fatores que dificultam
os neurologistas a atuarem com planos de saúde”, avalia Francisca Goreth
Fantini, coordenadora da Comissão de Exercício Profissional da ABN.
Interferência no exercício da
medicina é gritante
Do grupo que atende planos de
saúde, menos de 30% consideram o relacionamento bom ou ótimo. E apenas 1,41%
diz que a remuneração é boa. A avaliação ótima não teve uma só indicação.
Trocando em miúdos, isso significa que praticamente 99% estão insatisfeitos com
os valores dos honorários.
A autonomia no exercício
profissional da medicina é desrespeitada de maneira alarmante. Oito entre cada
dez especialistas responderam que sofrem interferência em suas decisões (56,34%
às vezes e 15,49% com frequência).
Restrições na solicitação e na
autorização de exames foram apontadas por 87,47%. Cinco em cada dez médicos
enfrentam dificuldades para internar um paciente, algo inconcebível.
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