A obsessão por uma aparência
perfeita aflige diversas pessoas. Muitas meninas, jovens, na busca por
aceitação e adequação a um padrão de beleza, desenvolvem uma espécie de baixa autoestima
precoce. Psicoterapeuta ensina como os país podem ajudar nesse processo.
A preocupação com a beleza física
não é nenhuma novidade nos dias atuais. No entanto, com a ajuda da internet e,
consequentemente das mídias sociais, essa obsessão pela aparência perfeita
aumentou. E o que chama atenção neste fenômeno é que até as crianças estão
desenvolvendo uma preocupação muito grande com sua aparência em uma fixação
exacerbada, o que é reflexo da insegurança em si, segundo a psicoterapeuta
Maura de Albanesi.
Segunda ela, os adolescentes
ainda estão em fase de construção da personalidade. "A personalidade é um
conjunto de características comportamentais relacionadas à inteligência,
caráter, consciência e outros fatores que definem cada um de nós. É algo
puramente individual, que se constrói com o passar do tempo. A falta de
confiança em si, o medo de ser julgada e a busca por aprovação constante são
pontos que denotam um comportamento compreensível neste momento da vida, porém,
na sociedade atual há um grande exagero nisso tudo, o que é perigoso",
explica a psicoterapeuta.
Segundo Maura, isso é uma espécie
de baixa autoestima precoce, causada, diretamente, por um mundo cheio de
estímulos à superficialidade. "Vejamos, por exemplo, o mercado de beleza.
São inúmeros produtos e serviços que prometem milagres, a solução dos problemas
e tudo isso, supostamente, permite a adequação ao padrão de beleza
estabelecido. Mas esse padrão de beleza engana, e vende uma ideia de felicidade
que não existe, que é vaga e supérflua", diz Maura.
Todos querem ser aceitos, porém
os caminhos para conseguir esta "aceitação" começam pelo
autoconhecimento, e esse é um ensinamento que deve ser dado, principalmente,
pelos pais. A autoestima está intimamente ligada ao conhecimento que temos
sobre nós. Quando se sabe quem é, do que gosta ou não, quais são os pontos
fracos e fortes, talentos, medos e etc., o indivíduo desenvolve um grau de
satisfação consigo que é enorme, e gratificante. "Os pais devem ensinar
aos filhos que todos temos limitações e qualidades, estimular a autopercepção.
O que deve ficar claro é que não são os outros que devem nos apontar falhas ou
defeitos, essa análise deve partir do interior de cada um, bem como as
consequentes mudanças", comenta a especialista.
Dicas práticas
Segundo a psicoterapeuta, desde
pequenos os filhos podem ser incentivados pelos pais a se sentirem mais
confiantes, por meio de elogios. Ela desenvolveu dicas práticas para isso:
Tocar: "A forma de você
fazer a criança gostar de si mesma é tocá-la desde pequeno. Tem pais que não
abraçam, que não tocam a criança. Então, pra você gostar do corpo, você precisa
tocar. Tudo que você gosta, você toca. É igual quando você vai a uma loja e
gosta de uma blusa: você toca! A que você não gostou muito, você nem
mexe", explica a psicoterapeuta.
Elogiar: "A mãe precisa
elogiar porque a criança vai se percebendo a partir dos olhos da mãe. Se você
disser que ela está feia, ela vai se achar feia. Porque ela ainda não tem esse
referencial de bonito e feio. Então é preciso dizer pra criança 'você está
bonita', 'você é linda', 'olha o seu cabelo como é bonito', 'olha como ele faz
cachos interessantes', vai elogiando. De repente você está penteando o cabelo
dela, fala pra ela olhar para o espelho e ver como é linda, que olho lindo ela
tem. E traz objetivamente a beleza", destaca.
Cuidados com os termos:
"Também em brigas, às vezes usamos umas palavras que podem interferir,
como dizer que a criança é 'horrorosa', ela pode achar que não é só a atitude,
mas que ela é horrorosa. Então, se quiser brigar com a criança, não use esses
termos: pentelha, fedelha, nanica... É preciso que os pais tomem cuidado com os
adjetivos que usam com os filhos não só nessas situações, mas em todas",
alerta.
Reconhecer a própria beleza:
"A filha sempre se espelha na mãe, então a mãe também precisa gostar do
próprio corpo. Não adianta eu me achar feia e achar a minha filha bonita -
porque aí eu teria atitude e comportamento de alguém que se acha feia. Agora, a
mãe se achar bonita, automaticamente, a filha, que partiu dessa genética,
também vai se achar bonita. E se a mãe se cuidar, ela vai passar esse hábito
pra filha. Uma mãe desleixada, provavelmente vai ter uma filha desleixada. Como
eu vou ensinar isso pra minha filha? Eu vou me elogiar. Eu também vou olhar no
espelho e dizer 'nossa, que mãe que você tem, hein, filha?'. Às vezes até de
uma forma mais lúdica. Aí já emenda numa brincadeira, elogia o pai, e tudo, de
uma forma natural", finaliza.
Fonte: Maura de Albanesi é
psicoterapeuta do Instituto de Psicologia Avançada Maura de Albanesi.
Psicóloga, Palestrante, Escritora e Radialista. É mestre em Psicologia e
Religião e pós-graduada em Psicoterapia Corporal, Psicoterapia de Vivências
Passadas e Biografia Humana, pela PUC-SP. Presidente Fundadora do Renascimento
- Núcleo de Desenvolvimento Humano e Espiritual. | Site:
www.mauradealbanesi.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário