Mad Professor é o músico e
produtor que lançou o nome ao mundo após unir reggae e música eletrônica, pela
primeira vez, na década de 1980.
A cantora inglesa Aisha acompanha Professor em diversos
projetos, desde então. A apresentação se inicia às 19h e segue com ingressos à
venda
Nesta quinta-feira (26), o Centro
Dragão do Mar de Arte e Cultura realiza edição especial do programa Dub no
Dragão, trazendo dois reconhecidos nomes internacionais do dub: o músico,
produtor e engenheiro de som Mad Professor e a cantora inglesa Aisha, pela
primeira vez em Fortaleza. Estilo musical que remixa e incrementa músicas de
reggae, o dub tem em Mad Professor um de seus maiores artistas, elevando para
outro nível as mixagens, após unir reggae e música eletrônica, ainda na década
de 1980. O Dub no Dragão tem início às 19h, na Praça Verde, e contará ainda com
os Djs do Dub Foundation Sound System, parceiro na realização desse programa.
Os ingressos seguem à venda na bilheteria do Dragão e custam R$ 10,00 (inteira)
e R$ 5,00 (meia).
Mad Professor
Nascido em 1955, na Guiana, na
América do Sul, Neil Fraser ganhou o apelido de Mad Professor ainda na
pré-adolescência graças ao interesse intenso por música eletrônica. Aos 20
anos, ele se mudou com a família para Londres, na Inglaterra, e começou a
construir seu próprio rádio. Em 1979, abriu estúdio próprio – o Ariwa –, que,
no meio dos anos 80, já era o maior estúdio de propriedade negra no Reino
Unido. De lá para cá, produziu grandes singles do gênero dub, gravou o primeiro
álbum, Dub Me Crazy, e dirigiu o álbum inovador de reggae Macka B, afetando de
vez a cena do reggae britânico. Em meados dos anos 1980, a era ragga estava
começando e as produções totalmente digitais começaram a dominar o reggae, ganhando
cada vez mais projeção o som espacial e louco de Mad Professor. Enquanto os
detratores de ragga reclamavam que o trabalho dele parecia estéril, muitos
elogiavam seus efeitos de outro mundo e arranjos inventivos.
Aisha
Além de produtor também de trip-hop,
Mad Professor é um engenheiro de som conhecido por produções em trabalhos remix
para Massive Attack, Sade, Pato Banton, Nação Zumbi, entre outros. Mad
Professor produziu também, ainda na década de 1980, os dois primeiros álbuns da
cantora inglesa Aisha, High Sacerdotisa e True Roots, clássicos do reggae
roots, sob o selo Ariwa. A música Creator, hino do reggae roots, é uma das
canções através da qual Aisha ganhou o mundo. Em 2004, a cantora inglesa se
uniu a Mad Professor, em diversas apresentações nos Estados Unidos. No show no
Dragão, a dupla promete extasiar o público com os maiores clássicos da carreira
dos dois.
Dub Foundation Sound System
Parceiro realizador do Dub no Dragão,
o Dub Foundation Sound System abre a noite, na Praça Verde. Fundado em 2006,
por iniciativa do Caio Dub Foundation, possui hoje um sistema de som formado
por amplificadores e caixas que chegam à potência de 10 mil watts. Esse
equipamento, feito segundo projetos ingleses e jamaicanos, busca reproduzir
fielmente os detalhes do reggae, transmitindo toda a sua força e usando vinis
como matéria-prima. Utilizam também uma série de delays e efeitos ligados ao
gênero dub, para criar uma atmosfera psicodélica.
CONFIRA OS VÍDEOS:
BREVE HISTÓRIA DOS SOUND SYSTEMS
Se num futuro distante um
historiador fosse tentar descobrir qual o evento ou invenção foi responsável
pelo surgimento de gêneros musicais tão diferentes como o Rap, a Música
Eletrônica, o Reggae, o Ska, o Rocksteady, o Dub, Dancehall, Dubstep, Jungle, e
outras inúmeras variações de música com apelo às frequências graves, ele
acabaria por chegar em algo que resultou de pobreza extrema, uma localização
geográfica estratégica, e de um povo com uma fantástica alegria de viver apesar
de seu sofrimento. Ele chegaria à periferia de Kingston, capital da Jamaica,
uma pequena ilha no meio do Caribe, nos anos 1940/1950, e sua maravilhosa
invenção: o SOUND SYSTEM.
Naqueles anos do pós-guerra, a
diversão era pouca e inacessível, e alguns clubes para os mais abastados utilizavam
caríssimas "Big Bands", tocando sucessos americanos. Devido à posição
geográfica e à língua inglesa, muitos jamaicanos adoravam a música americana,
porém apenas alguns desfrutavam dela. Os rádios e mesmo os toca-discos eram
inacessíveis à maior parte da população.
Foi nesse contexto que surgiu a
ideia de colocar algumas caixas de som feitas em casa no meio da rua, ligadas a
toca-discos, amplificadores e microfones, imitando uma rádio com seus
apresentadores. Os discos reproduzidos eram discos americanos, sobretudo de
Rhythm & Blues. Isto rapidamente virou um fenômeno e uma cultura.
Os donos de tais aparelhagens
conseguiam lucro vendendo comida e bebida e, às vezes, fazendo festas fechadas
com admissão bastante acessível. O público e a competição entre os sound
systems fazia com que tivessem que aumentar o tamanho das caixas e aparelhagem.
Buscavam na América os últimos lançamentos, sempre tentando desbancar seus
concorrentes.
Porém, nos EUA, não havia música
suficiente para suprir a voracidade dos sound systems, isso acabou fazendo
surgir um mercado fonográfico local, que gravava música americana feita por
jamaicanos. Eles não demoraram muito a acrescentar um “tempero”, misturando
Calypso, Mento e outros sabores locais ao Rhythm & Blues, e provocando o
nascimento do primeiro gênero totalmente jamaicano: o Ska, em 1962.
Um pouco à frente, em 1966, o Ska
foi desacelerado, tornando-se o Rocksteady. Logo após, em 1968, outras
modificações dos criativos jamaicanos criam o Reggae e, em 1969, o Dub, que é
uma variação instrumental do Reggae adicionada de efeitos. Tudo isso era
fomentado pelos sound systems, cujos donos haviam criado estúdios e gravadoras
locais.
No fim dos anos 1960, uma grande
crise começou a afetar a ilha, provocando uma grande imigração de jamaicanos
para a Inglaterra e para os EUA. Alguns levaram na bagagem o apreço pelos sound
systems e não demorou muito para que surgissem sound systems jamaicanos na
Inglaterra, feitos por imigrantes. Foi na Inglaterra que os sound systems
tomaram sua cara atual e depois se espalharam pelo mundo. O auge foi durante os
anos 1970 e 1980, quando fomentaram os estúdios jamaicanos a produzirem música
pra ser consumida na Inglaterra, modificando-a para as danças e comportamento
dos ingleses, mais urbanos.
Hoje em dia, os sound systems
atuam no mundo todo como difusores de música independente, principalmente o
Reggae, consistindo de equipes completas de caixas de som, amplificadores,
efeitos, djs com toca-discos e cantores ou MCs que animam o público e fazem
improvisos. Buscam realizar as festas em locais abertos, sem vínculos
comerciais, promovendo a integração de classes e tribos, e passando mensagens
de tolerância e compreensão através da música.
SERVIÇO:
Dub no Dragão – Edição Especial com Mad Professor, Aisha e Dub Foundation Sound System
Quando: dia 26 de outubro de 2017 (quinta-feira)
Hora: 19h
Onde: Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). À venda na bilheteria do Dragão (de terça a domingo, das 14h às 20h)
Classificação etária: 18 anos
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