Um estudo publicado recentemente
na Fast Company e elaborado pela startup Expert Market, baseada no Texas (EUA),
indicou o Brasil no quinto lugar, em uma lista de 15 países quando o assunto
são os empreendedores mais determinados do mundo. A pesquisa indicou os países
nos quais, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas para empreender, há um
alto número de negócios criados em 2016.
O ranking surgiu de um
levantamento do Banco Mundial com 130 países que define qual a dificuldade em
cada um deles para empreender. Foram analisados três fatores: o tempo até
registrar oficialmente um novo negócio; o tempo até tomar todos os
procedimentos necessários para o negócio estar funcionando; e os custos
básicos.
Ainda de acordo com os dados, em
uma escala de 1 a
130, - sendo 1 a
indicação de que é mais fácil abrir um negócio e 130 de que é mais difícil - o
Brasil ficou com pontuação 125, ou seja, as dificuldades para abrir um negócio
no nosso país são muito altas. Entretanto, ao mesmo tempo, na escala que mede a
abertura de negócios e que varia de 1 - maior número de negócios criados - até
130 - mínimo negócios criados -, o Brasil ganha pontuação 48. Isso significa
dizer que o país tem um grande número de pessoas dispostas a empreender, mesmo
com todos as dificuldades e riscos envolvidos.
Essa determinação não é bem uma
novidade para os brasileiros. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM)
2015, já revelava que, em cada dez brasileiros adultos, quatro já têm uma
empresa ou estão envolvidos com a criação de uma. Em 2015, a taxa de
empreendedorismo no país foi de 39,3%, o maior índice dos últimos 14 anos e
quase o dobro do registrado em 2002, quando a taxa foi de 20,9%. Ou seja, em
2015, 52 milhões de brasileiros com idade entre 18 e 64 anos estavam envolvidos
na criação ou na manutenção de algum negócio, na condição de empreendedor
inicial ou já estabelecido.
Após o início da crise econômica
brasileira e o alto índice de desemprego que atinge mais de 12 milhões de
pessoas no Brasil, muitos brasileiros viram no empreendedorismo uma forma de
sobreviver. O talento nato do brasileiro justifica os números apurados pela
Unitfour: o número de empresas abertas em 2016 cresceu 20% se comparado a 2015,
sendo a necessidade de se ter uma fonte de renda após a demissão o fator
responsável pelos dados do estudo.
Para 2017, os empreendedores
viverão vários desafios. Entre eles, posso sinalizar a alta carga tributária, a
necessidade de uma gestão eficiente e a necessidade de encarar a tecnologia
como um recurso de apoio como os principais.
No primeiro aspecto, é preciso
entender que cada empresa, de acordo com seu tipo e porte, possui um regime de
tributação diferente e para quem está pensando em abrir um negócio, é preciso
levar em conta a importância do enquadramento tributário ideal para que o
negócio seja realmente rentável.
A gestão eficiente é, sem
dúvidas, um dos processos mais importantes de qualquer negócio. Quem quer
empreender não deve apenas achar que basta fazer a abertura da empresa, começar
a vender ou prestar determinado serviço e pronto. É preciso toda uma
estruturação e acompanhamento, nesses aspectos é que está justificada a
necessidade de uma gestão eficiente.
Não menos importante que os
outros está a tecnologia. Recurso indispensável para ser bem-sucedido em um
negócio. Sistemas, máquinas e plataformas novas estão disponíveis para auxiliar
as empresas. A tecnologia faz parte do mundo moderno.
É importante atentar para o
levantamento realizado pela Small Business Administration, agência de fomento a
pequenos negócios do governo dos Estados Unidos. Ele diz que apenas metade dos
novos negócios criados em 2013 irá sobreviver até 2018. Mas, executando tudo de
forma pensada e estruturada, o fracasso não é uma opção.
Brasil
do empreendedorismo – Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Reitor da
UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – Fundador e Presidente do
Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com
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