Vivendo sua maior crise há alguns
anos, o Brasil passa por problemas econômicos, sociais e políticos, mas, principalmente, passa por uma
crise de representatividade - a população brasileira não se vê representada
pelos políticos em que votaram. Os brasileiros têm observado que poucos
políticos estão fazendo jus a confiança que lhes foi depositada nas urnas.
Na última eleição, em 2014,
elegemos nossos representantes em nível de governo estadual, deputados
estaduais e federais e presidente da República. Em meio a tantos escândalos
de corrupção e mentiras a classe
política vem tentando sobreviver à Operação Lava Jato. O quadro atual nos leva
para uma reflexão: o que é ser um bom político?
No contexto da antiga
politicagem, o bom político brasileiro é aquele que promete um novo mundo,
sentado na mesa de num bar para beber com seu eleitorado, ou ainda aquele cara
simpático, que na véspera das eleições oferece
cestas básicas para aquelas famílias que sofrem com a seca.
Poderíamos dizer que um bom
político é aquele ético e honesto. Mas, essas são características que devem ser
inerentes a qualquer bom cidadão e não necessariamente um bom cidadão pode ser
tomado como um exemplo de um bom político. Além do conjunto de atitudes que
compõe o caráter de um cidadão, é preciso para o bom político ter habilidades
de relacionamento, capacidade administrativa e ideias propositivas.
Um bom político não é aquele que
enxerga política como profissão, mas como uma oportunidade de melhorar o bem
comum, a vida da coletividade. Um bom
político não é aquele que propõe inúmeros projetos, mas aquele que sabe focar
no que é necessário para a maioria. Um bom político é aquele que tem
conhecimento daquilo que o povo precisa e este conhecimento deve ser sempre a
favor do povo.
Estamos evoluindo como sociedade
e precisamos entender nosso papel. Temos que interagir com nossos
representantes, buscando informações, cobrando soluções para os problemas
sociais. O papel do político é ser um representante da sociedade, ser alguém
aberto a receber as demandas vindas da sociedade, principalmente as coletivas.
A principal característica que faz de um cidadão um bom político é sua
capacidade de colocar o interesse público acima dos seus próprios interesses.
O livro “O Monge e o Executivo”,
de James C. Hunter, deveria ser uma leitura obrigatória para os que ingressam
na carreira política. Através dele, é possível entender que liderança é a
habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente, visando
atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum. O papel do
líder é servir constantemente ao povo. O papel do político deve ser o de servir
diuturnamente a sociedade.
Um bom político é aquele que
cuida para que todos tenham acesso aos serviços públicos, em especial a saúde,
educação, saneamento, habitação, lazer, infraestrutura, etc., e luta para que esses serviços sejam
eficientes e de qualidade. É aquele que
busca oportunidades para que os menos favorecidos saiam das condições de
miséria e possam ascender na vida, e que cuida para que o dinheiro público não
seja desviado.
Em 2018 teremos novas eleições.
Que esses últimos anos de turbulência tenham servido de aprendizado para todos
nós e que, nas urnas, tenha início o resgate da credibilidade e acreditação na
classe política brasileira.
Política
a serviço da sociedade - Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito.
Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau - Fundador e
Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional –
janguie@sereducacional.com
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