FUNCIONAMENTO DO CENTRO DRAGÃO DO
MAR
Geral: de segunda a quinta, das
8h às 22h; e de sexta a domingo e feriados, das 8h às 23h. Bilheteria: de terça
a domingo, a partir das 14h.
Cinema do Dragão-Fundação Joaquim
Nabuco: de terça a domingo, das 14h às 22h.
Museus: de terça a sexta, das 9h
às 19h (acesso até as 18h30); sábado, domingo e feriados das 14h às 21h (acesso
até as 20h30). Gratuito.
Multigaleria: de terça a domingo,
das 14h às 21h (acesso até as 20h30). Gratuito.
OBS.: Às segundas-feiras, o
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não abre cinema, cafés, museus,
Multigaleria e bilheterias.
► CHAMAMENTO MALOCA DRAGÃO 2017//
OFICINAS TIRA-DÚVIDAS
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
realiza chamamento para inscrição de projetos artísticos e profissionais de
produção e área técnica do festival Maloca Dragão 2017. As inscrições já estão
abertas e podem ser realizadas até o dia 20 de março, gratuitamente, somente
pelo site http://malocadragao.org.br. Nos dias 14 e 16 de março, serão
realizadas ainda oficinas de tira-dúvidas para quem tiver dificuldade em
efetivar as inscrições.
A quarta edição do festival será realizada nos
dias 28, 29 e 30 de abril. Em 2016, mais de cem atrações, entre espetáculos
cênicos e musicais, se apresentaram em oito espaços do Festival. Cerca de 60%
da programação foi composta por trabalhos selecionados do banco de dados de
programação formado a partir de chamamento público. No total, foram 323
projetos inéditos inscritos para o festival, dos quais foram selecionados 75,
sendo 53 em música, 10 em Teatro, 01 em Circo, 06 em Literatura e 05 em Dança.
Muitos dos inscritos não
selecionados nesta etapa, porém, foram convidados para programas diversos do
Dragão do Mar, tais como Praça do Rock, Pôr do Som, Dragão Blues e Fuxico no
Dragão. Também neste ano, o banco de projetos formado com o chamamento alimentará
essa programação.
Projetos artísticos
Podem ser inscritos no chamamento
da Maloca Dragão 2017 projetos artísticos de Teatro, Música, Dança, Circo,
Literatura, Arte Urbana e Culturas Populares. É importante salientar que o
chamamento para a Maloca Dragão não é um edital, mas um meio usado para mapear
e formar um banco de projetos artísticos de todo o Estado, subsidiando assim o
trabalho da curadoria do festival.
Os selecionados vão compor uma
parte da programação da Maloca Dragão, que também terá artistas e grupos
convidados. Os proponentes dos projetos escolhidos serão contatados previamente
pela produção do festival, uma vez que a divulgação pública só se dará com a
veiculação da programação completa da Maloca, no site do festival.
Produção cultural
Novidade neste ano, o chamamento
contemplará também produtores culturais, técnicos de iluminação, som,
cenotecnia e roadies, que formarão um banco de dados de profissionais que
poderão ser convidados a trabalhar na Maloca Dragão 2017 e em demais ações
culturais do Centro Dragão do Mar.
Os inscritos receberão
qualificação gratuita através do Lab Maloca, curso de formação realizado pelo
Dragão do Mar e Porto Iracema das Artes, escola de formação e criação do Ceará,
ligada ao Instituto Dragão do Mar. No dia 23 de fevereiro, Dragão e Porto
realizaram um encontro aberto para escuta das demandas formativas e elaboração
da grade dos cursos a serem ofertados em abril próximo.
Segundo o diretor de Ação
Cultural do Dragão do Mar, João Wilson Damasceno, a reciclagem do conhecimento
dos profissionais técnicos da Maloca foi iniciada já em 2016, com cursos
gratuitos nas áreas de Produção, Técnicas de Sonorização, Iluminação, Montagem
Sub (Subs), Técnicas de Mixagem e Roadies, mas a experiência com a oferta de
vagas visa tornar ainda mais democrático o processo de contratação da força de
trabalho do festival, além de estimular o interesse por essas áreas que, com a
expansão do mercado cultural e de entretenimento, tornam-se cada vez mais
promissoras como geradoras de emprego e renda.
Inscrições
As inscrições no Chamamento da
Maloca Dragão 2017 devem ser feitas exclusivamente no endereço eletrônico
http://malocadragao.org.br/, onde também poderá ser acessado um passo a passo
da inscrição.
Entretanto, para efetivar a
inscrição e ter acesso ao formulário on-line, o interessado deverá,
primeiramente, se cadastrar no Mapa Cultural do Ceará
(http://mapa.cultura.ce.gov.br), plataforma digital que integra uma rede de
agentes culturais do nosso Estado. Entre os inúmeros benefícios gerados, a
participação no Mapa proporciona ao agente cultural a visibilidade aos seus
trabalhos, formação de networking, o acompanhamento da agenda cultural e a
consulta a outros projetos culturais.
Quem tiver dificuldade em concluir
o processo de inscrição poderá participar de oficinas de orientação, nos dias
14 e 16 de março, das 14h às 17h, no auditório do Dragão do Mar. O acesso é
gratuito, sem necessidade de inscrição prévia.
A Maloca Dragão
A Maloca Dragão celebra o
aniversário do Dragão do Mar que, em abril de 2017, completa 18 anos a serviço
da democratização do acesso à arte e à cultura. Além de marcar os anos de
história do Dragão, esse grande festival de artes integradas festeja a efervescência
da produção artística cearense, realizando uma mostra de lançamentos e estreias
de várias linguagens artísticas, seja de novos artistas e grupos, seja de
artistas já conhecidos com novos projetos, como também atrações nacionais e
internacionais.
Chegando à quarta edição, a
Maloca Dragão já se firmou no calendário cultural como o maior festival de
artes integradas do Ceará. No ano passado, o festival recebeu mais de 169 mil
pessoas, em quatro dias de programação.
Inscrições gratuitas até dia 20 de
março, no site http://malocadragao.org.br. Oficinas tira-dúvidas: dias 14 e 16
de março, das 14h às 17h, no Auditório. Acesso gratuito.
► Teatro da Terça [Temporada de
Arte Cearense]
O CANTIL 10 ANOS
Teatro Máquina
O Cantil surge de uma leitura
bastante específica de "A exceção e a regra", de Bertolt Brecht, onde
a palavra é suprimida para que o gesto seja enfatizado e o trabalho dos atores
possa ser refuncionalizado pelo exercício de demonstração e manipulação. Trata,
portanto, de uma viagem sem espaço nem tempo definidos. Dois homens seguem à
procura de algo. Para o patrão, a viagem é urgente e aterradora; para o
empregado, é apenas objeto de seu ganha-pão. Entre os dois, se estabelece uma
relação nos extremos da desconfiança total e da pura subserviência, relação
essa transfigurada pela ausência/presença do cantil.
Dias 14, 21 e 28 de março de
2017, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia).
Classificação: 12 anos.
► DEBATE COM GINGA
Tema: "A capoeira nas
escolas brasileiras: o exemplo do Japão com o judô"
Com Prof. Dr. Leandro Massuda
(UFC)
O Debate com Ginga é realizado
uma vez por mês no Auditório do Dragão do Mar, proporcionando discussões de
temáticas que se relacionam com a capoeira. Realizado pelo Grupo Capoeira
Brasil, promove ainda oficinas e vivências de manifestações afro-brasileiras ou
relacionadas com a capoeira. O debate promove a troca de saberes ao convidar
pessoas oriundas de diversos setores da sociedade e de campos do saber. Nesta
edição, o tema abordado será "A capoeira nas escolas brasileiras: o
exemplo do Japão com o judô", com Prof. Dr. Leandro Massuda (UFC).
“O Debate com Ginga é uma
proposta de ir além dos espaços mais tradicionais da capoeira, instigando os
capoeiristas a buscarem ampliar suas fontes de conhecimento e suas visões das
temáticas que atravessam nossa arte”, afirma Luciano Hebert, corda marrom do
Grupo Capoeira Brasil e coordenador do projeto.
O projeto Debate com Ginga
tornou-se Projeto de Extensão da Universidade Federal do Ceará-UFC, pelo
Instituto de Educação Física e Esportes – IEFES, desde novembro de 2016. Isto
significa que passou a ser reconhecido, conservado e apoiado pela Universidade,
como capaz de desenvolver atividades de caráter educativo, social, cultural,
científico e tecnológico, envolvendo a Capoeira, cujas diretrizes e escopo de
integração com a sociedade, agregam-se às linhas de pesquisa desenvolvidas pelo
IEFES-UFC. Deste modo, o projeto será ainda capaz de provocar a investigação
científica para alunos da graduação em Educação Física e outras áreas do
conhecimento, bem como a socialização destes para quem não tem acesso direto à
Universidade, com certificação a todos que dele participarem.
A Capoeira e o Grupo Capoeira
Brasil
A origem da Capoeira ainda hoje é
discutida por diversos estudiosos da área, mas acredita-se que ela remonta aos
tempos da escravidão, sendo criada provavelmente pelos negros escravos aqui no
Brasil, na ânsia de se libertarem. A capoeira atravessou diversas fases e
inúmeras adversidades, sendo até considerada uma prática ilegal e proibida.
Segundo o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Capoeira encontra-se presente em todo
o território nacional e em mais de 150 países, tornando-se inviável
contabilizar o número de praticantes. A Capoeira hoje é incentivada e amparada
por Lei Federal e em 2008 foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do
Brasil, sendo candidata a tornar-se patrimônio da humanidade.
O Grupo Capoeira Brasil, fundado
em 1988 (ano de comemoração dos 100 anos da Abolição da Escravatura), na cidade
de Niterói, pelos mestres Paulinho Sabiá (Niterói – RJ), Boneco (Barra - RJ) e
Paulão Ceará (Fortaleza - CE), surgiu com o objetivo de incentivar, divulgar e
resgatar a cultura e a arte da Capoeira, valendo-se desse instrumento como um
meio de transformação e incentivando os praticantes a se tornarem cidadãos
críticos.
Dia 15 de março de 2017, às 19h,
no Auditório. Acesso gratuito e livre.
► Espetáculos circenses
[Temporada de Arte Cearense]
CABARÉ DA DESGRAÇA
Cia As 10 Graças de Palhaçaria
São Crisóstomo declara de saída
que as burlas e o riso não provêm de Deus, mas são uma emanação do diabo e nós,
humanos, somos tonéis mal ajustados prestes a explodir, pois estamos sempre na
incessante fermentação da piedade e do temor divino. O riso! Não é uma
brincadeira e não temos a menor intenção de renunciar a ele. O Cabaré da
Desgraça é um convite à libertinagem e aos excessos. Exceder, transgredir e
deformar estão na ordem do espetáculo, uma variedade de números e absurdos onde
celebramos o inacabado, a mudança e a vida, pois o que importa é o agora!
Dias 15, 22 e 29 de março de
2017, às 20h, no Teatro do Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia).
Classificação: 18 anos.
►Nas Ruas do Dragão [Temporada de
Arte Cearense]
A SAGA DE JESUS CRISTO
Cia Epidemia de Bonecos
Zé Cariri e Matusalém apresentam
uma história que mostra os momentos significativos da vida de Jesus: no
deserto, Jesus é tentado pelo demônio. Encontra seus discípulos e outros
seguidores. Enquanto acontece o sermão da montanha, os homens sábios da
Galileia estranham o poder que aquele homem tinha, arrastando multidões com
suas palavras. Após a festejada entrada de Jesus em Jerusalém, é chegada a hora
da santa ceia. Enquanto isso, Judas conspira contra Jesus. E no monte das
oliveiras acontece à sua prisão... Ele é espancado e morto. Depois, ressuscita
e sobe ao céu.
Dias 16, 23 e 30 de março de
2017, às 19h, no Espaço Rogaciano Leite Filho. Acesso gratuito. Classificação
livre.
► Quinta com Dança Experimental
[Temporada de Arte Cearense]
UM CORPO JOGADO AO MAR
Bruno Gomes
Uma queda brusca de um corpo em
médio transe rasga o espaço, desloca-se. Encarnado na figura de uma deusa.
Deusa mostra. Deusa e Diabo. Grito seco, grito mudo de uma mãe oceano. O mar
como testemunha de um ato brutal e como território para este acontecimento,
entre a realidade e o que se pode inventar. O mar dorme fiel, sobre seus
túmulos. A deusa faz a terra cantar! Ela faz a terra ranger os dentes! Olhem
para o seu quadril de lá saem o céu e o inferno.
► Quinta com Dança [Temporada de
Arte Cearense]
ANATOMIA DAS COISAS ENCALHADAS
Silvia Moura
A relação com o descartável.
Através do uso, da manipulação dos objetos fazemos uma análise das nossas
relações pessoas. Em cena a trajetória de cada um na luta pela convivência com
o outro. Uma busca pelo entendimento das relações como modo de operar a vida,
um chamado a observação do consumo desenfreado de objetos e ao uso das pessoas
com parte de uma cadeia de consumo.
Dias 16, 23 e 30 de março de
2017, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia).
Classificação: livre.
► Teatro Infantil [Temporada de
Arte Cearense]
A MENINA DOS BRINCOS DE OURO
Paula Yemanjá e Edivaldo Batista
Baseado no conto homônimo de
Câmara Cascudo, os atores contam a história de Maria do Socorro, filha de
lavadeira e que sonha em ser cantora. Sua vida muda quando é raptada por
Venâncio, homem sem escrúpulos, que obriga a menina a cantar em troca do seu
belo par de brincos de ouro. A peça é o segundo trabalho da parceria de Paula
Yemanjá e Edvaldo Batista. Os atores se dedicam à pesquisa sobre linguagem
teatral para crianças e sua possibilidade de conexão com o teatro
contemporâneo.
Dias 18 e 19 de março de 2017, às
17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia). Classificação
livre.
► Varieté [Temporada de Arte
Cearense]
ABUKABUM
Igor Cândido
Diretamente de um lugar não tão
distante, Abu é um seguidor do grandessíssimo Mestre Halabe. O peregrino crê
que sua missão aqui na Terra é converter infiéis a seguir Halabe e que todos
que renegam ao seu Mestre devem ser exterminados.
Dia 19 de março de 2017, às
16h30, na Praça Verde. Classificação: livre.
► Nas Ruas do Dragão [Temporada
de Arte Cearense]
CH@FURDO
Dona Zefinha
Em Ch@furdo, três irmãos se
reúnem para realizar uma apresentação musical improvisada com a maioria dos
instrumentos feitos de materiais alternativos. Ao longo do espetáculo, vão
descobrindo, junto do público, diversas formas de composição musical. O irmão
mais velho tenta, a todo o momento, reger e organizar a apresentação, façanha
que se torna difícil uma vez que o irmão mais novo sempre se desconcentra,
atrapalhando os números e deixando o irmão do meio entre a obrigação e a
brincadeira. Chafurdo - que significa caos descontrole, algazarra e festa - é o
que proporciona os musicômicos Orlângelo Leal, Ângelo Márcio e Paulo Orlando,
provocando o público com música excêntrica e outras surpresas. Um espetáculo
livre para todos os públicos.
Dias 19 e 26 de março de 2017, às
17h, na Praça Verde. Acesso gratuito. Classificação: livre.
► TRANS-OHNO
Coletivo Artístico As Travestidas
Trans-Ohno investiga a
travestilidade no teatro e na dança, transitando entre referências filosóficas
do Butoh, sobretudo, na sensibilidade e poesia de Kazuo Ohno, que possui um
grande traço de travestilidade em suas composições cênicas. Os performers percorrem
trajetórias pessoais de (trans)formação, (re)descoberta e (des)construção para
a montagem de um espetáculo polifônico envolvendo as linguagens do teatro, da
dança, da música e do audiovisual, levantando questões sobre o universo trans e
a violência/marginalização da temática em questão.
Dias 19, 25 e 26 de março de
2017, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: Classificação: 14 anos.
// TODA SEMANA NO DRAGÃO DO MAR
Feira Dragão Arte
Feira de artesanato fruto da
parceria com Sebrae-CE e Siara-CE.
Sempre de sexta a domingo, das
17h às 22h, ao lado do Espelho D'Água. Acesso gratuito.
Planeta Hip Hop
Grupos promovem exibições de
dança e música hip hop.
Todos os sábados, às 19h, na
Arena Dragão do Mar. Gratuito.
Brincando e Pintando no Dragão do
Mar
Brincadeiras e atividades
infantis orientadas por monitores animam a criançada na Praça Verde.
Todos os domingos, das 16h às
19h, na Praça Verde. Gratuito.
Fuxico no Dragão
Atrações artísticas e uma
feirinha com vinte expositores de produtos criativos em design, moda e
gastronomia agitam as tardes de domingo.
Todos os domingos, das 16h às
20h, na Arena Dragão do Mar. Gratuito.
// PLANETÁRIO RUBENS DE AZEVEDO
O Centro Dragão do Mar de Arte e
Cultura informa que o Planetário Rubens de Azevedo passa por manutenção
corretiva. Está, portanto, temporariamente fechado para atendimento ao público.
// EXPOSIÇÕES
► Raimundo Cela – Um mestre
brasileiro
Curadoria: Denise Mattar
O advento do Modernismo no
Brasil, em 1922, e sua implantação, até o final dos anos 1940, foram
responsáveis pela depreciação dos artistas formados em bases acadêmicas. Nessa
zona de esquecimento permaneceram, por décadas, excelentes pintores como Eliseu
Visconti, Lucílio Albuquerque e Antônio Parreiras. Se isso ocorreu com pintores
do eixo Rio-São Paulo, o que dizer de um artista de origem acadêmica que optou
por viver e pintar sua terra natal, o Ceará? Essa miopia, finalmente, começa a
ser desconsiderada pela crítica, abrindo espaço para a descoberta de grandes
talentos esquecidos, como o pintor Raimundo Cela, cuja itinerância Raimundo
Cela – Um mestre brasileiro chega no dia 17 de janeiro ao Centro Dragão do Mar
de Arte e Cultura, depois de passar pelo Museu de Arte Brasileira da Fundação
Armando Álvares Penteado – MAB FAAP e pelo Museu Nacional de Belas Artes
(MNBA), no Rio de Janeiro. A mostra, com curadoria de Denise Mattar, tem
idealização da Galeria Almeida e Dale e patrocínio da MINALBA.
A retrospectiva, sucesso de
público nas duas capitais, cumprindo sua missão de apresentar aos paulistanos e
cariocas a obra do artista, abarca sua trajetória a partir de momentos-chave: o
prêmio da Escola Nacional de Belas Artes, a viagem à Europa, o retorno a
Camocim, a mudança para Fortaleza e a volta ao Rio de Janeiro. Desenhos,
gravuras, aquarelas e pinturas, de todas essas fases, permitem compreender o
seu processo criativo.
Segundo a curadora da mostra,
Denise Mattar, Raimundo Cela é um dos principais criadores da visualidade
cearense, ao destacar em sua obra pescadores e jangadeiros e a intensa luz das
praias cearenses e as nuvens rosadas do céu equatorial. “Cela descartou a
representação do nordestino como o sertanejo miserável e faminto, para mostrar
o trabalhador forte e decidido do litoral. Suas composições, minuciosamente
construídas, são plenas de ritmo e emoção. Elas reúnem a precisão do engenheiro
à sensibilidade do artista, o épico ao cotidiano, a precisão do desenho à energia
da cor”, afirma.
A exposição reúne obras do Museu
de Arte da Universidade Federal do Ceará, do Instituto Dragão do Mar, do
Palácio da Abolição, do Palácio Iracema, em Fortaleza, e do próprio Museu
Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, além de 15 coleções particulares de
Fortaleza, Rio e São Paulo. Em contribuição à preservação da memória do artista
e de sua obra, o projeto realizou o restauro de quatro obras que serão exibidas
ao público pela primeira vez: Rendeira (1931, óleo sobre madeira, 32 x 40,5 cm ); Cabeça de
vaqueiro (1931, óleo sobre madeira, 38 x 46 cm ) e Cabeça de Jangadeiro (1933, óleo sobre
madeira, 38 x 46 cm )
e Catequese (Óleo sobre tela 190 x 200 cm ).
A mostra abre com desenhos e
óleos de seus primeiros trabalhos, marcados pela influência do academicismo, ou
seja, obras determinadas pelo perfeito domínio da técnica clássica, na
composição de telas figurativas, evocações à Antiguidade Clássica e à paisagem
brasileira. Nesse setor, destaca-se, entre outras, o Último diálogo de Sócrates
(1917), obra premiada pela Escola Nacional de Belas Artes com uma viagem ao
exterior.
Por causa da Primeira Guerra, a
viagem acontece apenas em 1920, justamente o princípio dos anos loucos da
capital francesa, onde Cela dedica-se aos estudos da gravura em metal, dando
uma nova perspectiva à sua obra, não apenas na técnica, como também na
temática. Ao longo dos anos em que permanece na Europa, como o público verá na
exposição, seus desenhos, óleos e gravuras retratam cenas da paisagem francesa,
como na tela Paisagem de Saint-Agrève (1921), e da realidade parisiense e de
seus tipos, em estudos de nus e nos desenhos Ferreiro e Funileiro (1921).
Seus trabalhos despertam atenção
da crítica parisiense e ele tem obras selecionadas para o Salon des Artistes
Français. Nesse momento o artista sofre um AVC que o impede de pintar.
Retornando ao Brasil, reside em Camocim e fica sete anos sem pintar. Volta a
fazê-lo em 1929 e já realizando a temática que será a sua marca.
Um dos grandes destaques da
exposição e da obra de Cela, o painel Abolição (1938), estará reproduzido em
suas dimensões originais. Primeiro estado brasileiro a abolir a escravatura, em
25 de Março de 1884, o Ceará, terra-natal de Cela, encomenda a ele, em 1938, um
painel que simbolize o momento histórico tão marcante para o Ceará e para o
Brasil.
Raimundo Cela, sendo um moderno,
nunca foi um modernista. O valor da arte de Raimundo Cela deve-se ao fato de
ter sido concebida à margem das escolas, de não ter sido contaminada pelos
modismos passageiros.
Nas palavras de Cláudio Valério
Teixeira (artista plástico, restaurador e crítico de arte): “Na obra de Cela
nada é inocência, tudo é fruto de planejamento, economia e técnica. Mas tudo é
também movimento, força, agilidade e graça. Sua arte não procura simplesmente
imitar as coisas representadas, é de uma beleza solene, meio melancólica, mas
luminosa”.
O pintor, após um período em
Fortaleza, retornou ao Rio de Janeiro em 1945. Tornou-se professor de gravura
em metal da Escola Nacional de Belas Artes, cargo que ocuparia até a sua morte,
em 1954. Nesta última fase da carreira, Cela foi duas vezes premiado com a
medalha de ouro do Salão Nacional de Belas Artes.
Em cartaz até dia 26 de março de
2017, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE. Visitação: de terça a
sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e feriados,
das 14h às 21h (acesso até das 20h30). Gratuito.
► A Arte da Lembrança – A Saudade
na Fotografia Brasileira
A partir de 18 de janeiro
(quarta-feira), o Itaú Cultural e o Museu de Arte Contemporânea do Ceará –
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura abrem para visitação a exposição A Arte
da Lembrança – A Saudade na Fotografia Brasileira. Dois dias antes
(segunda-feira 16, às 19h), é realizada uma mesa com o curador da mostra
Diógenes Moura e o fotógrafo cearense Tiago Santana sobre os 10 anos de
pesquisa que culminaram nessa exposição e o trabalho do fotógrafo, voltado para
a arte e a religiosidade.
Em cartaz até 26 de março, A Arte
da Lembrança perfaz um percurso iconográfico deste sentimento pessoal e
universal, a saudade, registrado nos trabalhos em exibição em um arco de 80
anos, a partir da década de 1930, nos estados da Bahia, Pará, Pernambuco, Rio
de Janeiro e São Paulo. A mostra reúne 123 imagens de 36 artistas brasileiros,
ou residentes no país, em variados estilos e linguagens. São nomes de
representatividade na produção fotográfica do Brasil, como Alcir Lacerda, Alberto
Ferreira, Irene Almeida, Luiz Braga, Gilvan Barreto, Paula Sampaio e o cearense
Márcio Távora.
Além da curadoria de Moura, a
exposição tem pesquisa de Samuel de Jesus e projeto expográfico de Henrique
Idoeta Soares e Érica Pedrosa, do Núcleo de Produção do Itaú Cultural. Ela
chega a Fortaleza, seguindo uma itinerância iniciada em São Paulo, com
passagens posteriores por Belém e Salvador.
“A Arte da Lembrança convida o
espectador a iniciar um percurso singular em um espaço de associação de ideias
onde se juntam as experiências sensíveis que detemos do mundo”, observa o
curador. Pernambucano, poeta, fotógrafo e ex-curador de fotografia da
Pinacoteca do Estado de São Paulo, ele ganhou, em 2014 o prêmio da Associação
Paulista de Críticos de Arte (APCA) pela exposição Retumbante Natureza
Humanizada, realizada no Sesc Pinheiros com fotos de Luiz Braga, um dos
participantes desta mostra.
Para Moura, a tradução de saudade
vibra nas imagens selecionadas para esta exposição. “Nos rostos anônimos
oferecidos ao passante curioso, dispostos no cenário improvisado de um
fotógrafo popular”, diz complementando: “No desvio de uma rua, ou no meio da praça
pública, percebemos a estranha sensação do seu limiar imagético.”
Até chegar ao conjunto de obras a
serem exibidas, ele fez uma extensa pesquisa em todo o país em acervos
particulares e instituições públicas. Reuniu cópias de época e ampliações únicas
em pigmento mineral sobre papel algodão, entre outras, tanto em P&B quanto
em cor e videoprojeções. No Dragão do Mar, a montagem ocupa todo o primeiro
subsolo, com seis diferentes temáticas. Entre elas, o mar, a cidade das décadas
de 1940 a
1960 e a morte – esta, abordada não só do ponto de vista humano, mas também
material, mostrando o abandono de diferentes espaços.
Para citar algumas das obras,
encontra-se neste percurso fotos de ambientes desolados, que denotam as marcas
recentes da passagem de alguém, feitas pelo cearense Márcio Távora em 2011;
Alberto Ferreira retrata em três fotos a construção de Brasília. Rastros de uma
família e suas sutis tradições impressas em detalhes são fotografadas pelo
premiado fotógrafo oriundo do Pará, Luiz Braga. Vê-se ainda o piso que restou
de uma casa destruída no interior do Pernambuco, clicada por Gilvan Barreto em
2011; uma mulher consultando seu relógio, entre outras, diante do cinema na
Cinelândia, no Rio de Janeiro, feita por Kurt Klagsbrunn no final da década de
40. Conte-se aqui também as videoprojeções Vazio, realizada por Alberto Bittar,
em 2012, e Sonoro Diamante Negro, do ano de 2014, de Suely Nascimento.
Há ainda nove obras pertencentes
ao acervo do Itaú Cultural e outras quatro fotos selecionadas pelo curador
durante a pesquisa para a exposição, exibidas em formato de vídeo-projeção.
Elas remontam ao início do movimento modernista na fotografia nacional, nos
anos 1940, de autoria de German Lorca, José Oiticica Filho, Ademar Manarini,
José Yalenti, Julio Agostinelli e de dois estrangeiros residentes no país, o
letão Alexandre Berzin e o austríacoKurt Klagsbrunn. Neste espaço ainda há
trabalhos de Luciano Andrade, nascido em 1950, na Bahia, cujo olhar
contemporâneo dialoga com o dos demais artistas.
Como escreve o curador, são,
enfim, registros das cidades e suas demolições, da perda das paredes do tempo,
de objetos vazios à mercê da poeira do passado; da ausência e morte de entes
queridos por alguém.
Em cartaz até dia 26 de março de
2017, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE). Visitação: de terça a
sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); e sábados, domingos e feriados, das
14h às 21h (acesso até as 20h30). Gratuito.
► Exposição "Miolo de Pote:
a cerâmica cearense primitiva e atual" [Salas 3 e 4]
Reúne uma série de peças feitas
de barro, a mostra apresenta o dinamismo e vivacidade desta arte ancestral e
milenar, no Ceará, além de trazer ainda a contribuição de artistas plásticos e
visuais como Bosco Lisboa, Gentil Barreira e Tiago Santana.
Potes, panelas, alguidar, caco de
torrar café, brinquedos. A exposição Miolo de Pote revela um Ceará uno e
múltiplo, similar e diverso, em dia com as heranças indígenas, africanas,
ibéricas. “Primitiva e atual, a arte no barro mantém características próprias
em cada localidade ou região, seja no tipo de material, no desenho, nas
técnicas, seja no resultado final”, define a curadora Dodora Guimarães. Além
dela, a mostra tem ainda a contribuição curatorial da historiadora e diretora
de museus do Centro Dragão do Mar, Valéria Laena.
Miolo de Pote reúne, sobretudo,
duas coleções públicas: a do Museu da Cultura Cearense (Instituto Dragão do
Mar), feita entre 1997 e 1998, que cobriu a Região do Cariri, Saboeiro e
Iguatu; e a da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Governo do Estado do
Ceará), adquirida em 2005 e 2006, durante o Projeto Secult Itinerante, que
percorreu todo o Estado. Algumas peças advindas do Projeto Comida e da
exposição O Fabuloso Mundo do Barro, ambos do MCC, enriquecem a mostra que
conta ainda com a participação dos artistas plásticos e visuais Bosco Lisboa,
Gentil Barreira, Liara Leite, Sabyne Cavalcanti, Tiago Santana, Tércio Araripe,
Terry Araújo e Túlio Paracampos.
Instalação de Bosco Lisboa
Em julho, o MCC e o artista Bosco
Lisboa desenvolveram uma oficina gratuita, aberta ao público, cujas peças
produzidas agora são parte de uma instalação inédita, nesta exposição. Nas
aulas ministradas de 19 a
22 de julho, no ateliê da Praça Verde do Dragão do Mar, o artista ensinou as técnicas
para se trabalhar com argila.
Natural de Juazeiro do Norte
(CE), Bosco desenvolveu, por mais de dez anos, uma pesquisa com artesãos do
Sítio Touro e do bairro Tiradentes, tradicionais redutos da cerâmica de sua
cidade natal. Em 1994, passou a moldar o barro tendo em vista sua relação com o
cotidiano. Por seu trabalho, recebeu menção honrosa no Salão dos Novos em 1993,
em Fortaleza. Entre as exposições coletivas de que participou, destacam-se 1ª
Bienal do Cariri (Juazeiro do Norte, 2001), Bienal Naif’s (Sesc Piracicaba,
2004) e Projeto Abolição Tudo É de Barro, no Centro Cultural do Abolição
(Fortaleza, 2005).
Acessibilidade
Essa exposição oferece recursos
acessíveis para proporcionar autonomia ao público. Disponibilizamos: textos em
Braille, textos com letras ampliadas, peças que podem ser tocadas, vídeo de
Libras e mediação especializada
Em cartaz até 31 de março de
2017, no Piso Intermediário do Museu da Cultura Cearense. Visitação de terça a
sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e feriados,
das 14h às 21h (acesso até as 20h30). Gratuito.
► Exposição "Narrativas e
Alteridade – O outro de nós" [Encontros de Agosto 2016]
A partir do tema “Narrativas e
Alteridade”, o festival Encontros de Agosto 2016 propôs que fotógrafos dos nove
estados do Nordeste fossem além das próprias fronteiras, trazendo e
potencializando imagens de lugares e sujeitos imaginados. O público poderá
contemplar na exposição questões universais a partir das realidades locais,
percebendo aproximações e diferenças.
Esta exposição é composta de
mostras coletivas de fotógrafos cearenses e dos demais estados do Nordeste. “As
narrativas visuais têm como fundamento a alteridade, traduzida e discutida pelo
olhar de 54 fotógrafos, sendo 23 deles cearenses. É uma oportunidade única dos
espectadores verem essa rica produção nordestina em um só local. São mais de
300 fotos”, explica a coordenadora geral do evento, Patricia Veloso.
Os intercâmbios abrem canais de
comunicação para circuitos nacionais e internacionais. Após a exibição no
Ceará, as mostras serão adequadas para uma exposição itinerante. Mais sobre o
Encontros de Agosto: www.encontrosdeagosto.com.
Em cartaz até 31 de março de
2017, no Piso Superior do Museu da Cultura Cearense. Visitação de terça a
sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e feriados,
das 14h às 21h (acesso até as 20h30). Gratuito.
► Exposição Vaqueiros [Mostra
Permanente]
Em exibição no Museu da Cultura
Cearense desde 1998, a
Exposição Vaqueiros arrebata o público que nela identifica traços de sua
cultura e costumes. A exposição ao longo dos anos enriquece os saberes, instiga
reflexões, desperta emoções. Nela revelam-se inúmeros elementos que
possibilitam rememorar e reconstruir o que se compreende como o universo
sertanejo.
Na exposição, você conhecerá o
vaqueiro como profissional, sertanejo, trabalhador, conhecedor de inúmeras
funções e do meio em que habita, capaz de inúmeros feitos, viajará pelas
humildes manifestações do cotidiano, religiosidade e festividades e
testemunhará particularidades como a habilidade com o artesanato do couro, as
práticas da derrubada e da cria do gado, dentre outras.
No Piso Inferior do Museu da
Cultura Cearense. Visitação de terça a sexta, das 9h às 19h (acesso até as
18h30); e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (acesso até as
20h30). Gratuito.
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