Nielson Souza e Ana Paula Camargo no pas de deux “Pássaro de Fogo”, da São Paulo Companhia de Dança.
Foto: Wilian Aguiar
Apresentada pelo Ministério da
Cultura, Petrobras, Enel e Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, a XI
Bienal começa no dia 19 de outubro com Edisca em Sobral e dia 20 em Fortaleza,
no Theatro José de Alencar, palco da abertura oficial com a São Paulo Companhia
de Dança e os cearenses Fauller e Wilemara Barros. A programação é gratuita e
se estende a cinco outras cidades cearenses.
Em 1997 a Bienal de Dança do
Ceará realizava sua primeira edição. Naquele momento não havia ainda a
percepção clara de que essa iniciativa seria um divisor de águas na história da
dança cearense. Em 2017, a
Bienal Internacional de Dança do Ceará celebra 20 anos de existência e chega à
sua 11ª edição. Será de 19 a
29 de outubro com programação em Fortaleza e mais seis cidades cearenses,
somando 25 companhias locais, nove nacionais e nove de mais sete países.
Com toda a programação gratuita,
a XI Bienal de Dança acontece em Sobral (19 a 22/10), Fortaleza (20 a 29/10), Paracuru (20 e
21/10), Trairí(20 e 21/10), Aquiraz (21 e 22/10), Juazeiro do Norte (25 e
26/10) e Itapipoca (27 e 28/10). Em Fortaleza, leva espetáculos ao Theatro José
de Alencar, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Cineteatro São Luiz, Sesc
Iracema, Centro Cultural Bom Jardim, Praça dos Leões e Centro Cultural Banco do
Nordeste.
NOITE DE ABERTURA EM SOBRAL E
FORTALEZA
A programação começa em Sobral,
no dia 19 de outubro, quinta-feira, com Edisca apresentando Religare, às 21h,
em palco montado na Praça São João. Lançado em 2015, este é o 11º e mais
recente trabalho da escola, fundada em 1991 pela coreógrafa Dora Andrade. Em 2012 a Edisca recebeu a
Ordem do Mérito Cultural, maior comenda da Cultura do país, concedida pelo
Governo Federal. Dora e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, serão homenageados
pela Bienal na noite de abertura na cidade.
Em Fortaleza, a Bienal volta ao
Theatro José de Alencar depois de dois anos em outros espaços, com abertura
oficial desta edição na sexta-feira, 20, a partir das 21h. No Palco Principal, a Cia
Dita, do Ceará, abre a cena com dois solos: A cadeirinha e eu, uma criação de
Fauller a partir da obra homônima da coreógrafa cearense Silvia Moura, e A
morte do Cisne, com a bailarina Wilemara Barros.
De volta à Bienal, a São Paulo
Companhia de Dança traz para a noite de abertura desta edição em Fortaleza dois
trabalhos. Um deles é 14’20’’ (2002), coreografia e produção do checo
JiríKylián. É um extrato de sua obra 27’52´´, cujo título refere-se à duração
do espetáculo. A companhia também interpreta Pássaro de Fogo (2010),
coreografia, palco e figurino do alemão Marco Goecke, que criou este pas de
deuxpara a música de Stravinsky – composta para o balé de Michel Fokine
(1880-1942), The Firebird, estreado em 1910 – na ocasião dos 100 anos da obra,
durante o Holland Dance Festival (2010).
As homenagens na noite de
abertura em Fortaleza vão para o bailarino e coreógrafo cearense Cláudio
Bernardo, residente na Bélgica, Dora Andrade e o secretário da Cultura do
Ceará, Fabiano Piúba. E festejando os 20 anos da primeira edição, a programação
da noite de abertura em Sobral e Fortaleza termina com festa e o forró da
cantora Eliane e o DJ Guga de Castro, na Praça do Teatro São João na
quinta-feira, 19, e no Jardim do Theatro José de Alencar, na sexta-feira, dia
20.
A XI Bienal Internacional de
Dança do Ceará - 20 anos é apresentada pelo Ministério da Cultura, Petrobras,
Enel e Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. Patrocínio: Petrobras, Banco
do Nordeste e M. Dias Branco. Apoio Cultural: Governo do Estado do Ceará,
Prefeitura de Sobral através da Secretaria da Cultura, Juventude, Esporte e
Lazer-SEJEL e do Instituto ECOA, Prefeitura de Paracuru, por meio da Secretaria
de Turismo, Cultura e Meio Ambiente, e Prefeitura de Aquiraz, através da
Secretaria da Cultura. Apoio institucional: Embaixada da França, Instituto
Francês, TransArte, Consulado da França no Brasil em Recife, SESC-CE, Instituto
Goethe, Escócia, Bélgica, Canadá, Governo do Estado do Paraná, Governo do
Estado da Bahia e Governo do Estado de São Paulo. Parceria: Centro Dragão do
Mar de Arte e Cultura, Quitanda das Artes e Prodança. Realização: Proarte,
Indústria da Dança, Theatro São João, Theatro José de Alencar, Cineteatro São
Luiz, Porto Iracema das Artes, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, CCBJ e
CCBN.
AS ATRAÇÕES
Nesta edição comemorativa, a
Bienal apresenta companhias e bailarinos do Brasil,Itália, França, Alemanha,
Canadá, Congo, Bélgica e Argentina. Entre os nomes internacionais, a Bienal
recebe a companhia belga As Palavras, que apresenta Giovanni’s Club,
coreografia de Cláudio Bernardo, diretor da companhia, que entra em cena no
solo Só20, sobre sua carreira.
A Bienal também apresenta Francesco
Scavetta, da Itália, com StrangelyEnough; Vanessa Goodman, do Canadá, com
Container; FaustinLinyekula, do Gongo, de volta à Bienal, dessa vez com Le
Cargo; LuisGaray, da Argentina, também de volta ao Ceará. Da França, a Bienal
conta com a Cie Fêtes Galantes, da coreógrafa BéatriceMassin, com Mass B, um
dos espetáculos mais importantes do France-Dance 2016; Fanny de Chaillé com a
obra Gonzo Conférence; e o coreógrafo francês FabriceRamalingom, quevoltaà
Bienaldirigindo Nós, Tupi ornot Tupi, uma coprodução resultante de uma
residência combailarinos brasileiros de hip-hop, que atuaram na companhia do
carioca Bruno Beltrão. O espetáculo estreou em julho deste ano em Montpellier e
foi destaque também no Festival de Avignon, na França.
É forte a presença alemã nesta
edição da Bienal. Um deles é Chipping, espetáculo de Anna Konjetzky
especialmente para crianças, que será apresentado em Fortaleza e Aquiraz. Do
Brasil, a São Paulo Companhia de Dança traz uma obra do coreógrafo Marco
Goecke. E o Balé Teatro Guaíra apresenta em Fortaleza uma mostra do processo do
projeto Guaíra Dança, do também alemão Christoph Winkler, cuja estreia será em
novembro, em Curitiba e depois segue em turnê por Alemanha e Rússia. Outro
destaque é Die einen, die anderen, um trabalho de cooperação entre a coreógrafa
alemã ToulaLimnaios e a Cia GiraDança, do Rio Grande do Norte.
MAIS ATRAÇÕES NACIONAIS
O público da Bienal em Fortaleza
e interior terá a oportunidade de conferir grandes espetáculos de companhias
nacionais. Entre os destaques, o Balé Teatro Guaíra, do Paraná, que além do
projeto do Guaíra Dança, traz Carmen, obra que pertence ao imaginário da
civilização ocidental como uma das tragédias mais conhecidas da história da
arte. Este trabalho do Guaíra, coreografado por Luiz Fernando Bongiovanni,com
22 bailarinos em cena, se articula a partir da dramaturgia da ópera e da trilha
composta por RodionShchedrin e Georges Bizet.
Também do Paraná vem a
CuritibaCia de Dança, com dois trabalhos: Memória de Brinquedo, concepção e
coreografia de Luiz Fernando Bongiovanni, faz um resgate poético para
incentivar a brincadeira, resgate que parte da memória individual e coletiva,
desde sua representação simbólica até estudos recentes da neurociência que
apontam a brincadeira como uma atividade fundamental para o desenvolvimento
físico e psicológico das crianças. A companhia também apresenta Quando se calam
os anjos, criação de Airton Rodrigues, bailarino e coreógrafo do Balé Teatro
Guaíra.
O Balé Teatro Castro Alves
(BTCA), da Bahia, pela primeira vez, em seus 36 anos, fez um link artístico
entre o Ocidente e o Oriente, e acrescentou ao seu repertório uma montagem
inédita criada pelo dançarino, coreógrafo, compositor e ex-rapper sul-coreano
JaeDuk Kim, diretor da ModernTable Dance Company.O resultado é LubDub, mais
recente espetáculo do repertório da companhia, que estreou em abril e na Bienal
será apresentado em Fortaleza, Sobral e Aquiraz.
A Focus Cia de Dança, do Rio de
Janeiro, vem com dois grandes trabalhos do coreógrafo Alex Neural: 3 pontos é o
espetáculo mais emblemático de seu repertório e o de maior repercussão. Poucas
vezes a companhia apresentou esta montagem com música ao vivo, como vai fazer
na Bienal de Dança. O outro é As Canções que você fez pra mim, só com músicas
de Roberto Carlos, abrindo a programação em Paracuru e apresentações também em
Sobral e Fortaleza. De São Paulo, Maria Eugenia Almeida apresenta o solo Planta
do pé, um espetáculo onde expõe, através da dança e da fala, sua pesquisa sobre
as danças tradicionais, em especial as nordestinas. A dançarina tem no DNA o
talento herdado dos pais, o multiartista pernambucano Antonio Nóbrega e a
dançarina Rosane Almeida.
Quem também retorna à Bienal é
Lia Rodrigues Cia de Dança, que esteve presente à Bienal ao longo de todos
esses 20 anos. Vem com Aquilo de que somos feitos, que desde sua estreia, em
2000, já foi apresentado em todas as regiões do Brasil e, no exterior, alcançou
sucesso de crítica e público nas turnês realizadas na Europa, Américas do Sul e
do Norte. Na Escócia, onde participou do Fringe Festival, recebeu o prêmio
Herald Angel como um dos melhores espetáculos apresentados nos festivais de
Edimburgo em 2002.
As danças urbanas marcam o
trabalho da Cia Híbrida, do Rio de Janeiro, que apresenta Toque, co-produção
com as companhias Gelmini e La Truc, que estreou em junho de 2017. O espetáculo
foi criado em processo de colaboração entre França e Brasil, reunindo artistas
de diferentes nacionalidades e trajetórias, que através da música e da dança
urbana e contemporânea, trazem a saga do homem fragilizado, afetado por
desembrutecer seu olhar. Foi concebido e dirigido por Gustavo Gelmini, com
interpretação e coreografia de Renato Cruz e interpretação e música de Cyril
Hernandez.
CEARÁ EM CENA
Artistas e companhias do Ceará,
dos mais experientes até jovens intérpretes-criadores que começam a apresentar
seus trabalhos autorais, estarão nos diversos palcos da Bienal de Dança, em
Fortaleza e interior do Estado. Além da Edisca, que abre em Sobral e fecha a
programação em Fortaleza, Fauller e Wilemara Barros, que abrem em Fortaleza,
estão na 11ª edição da Bienal de Dança: Graça,Andréa Bardawil;Bar Baro e Praia
das Almas; Paracuru Cia de Dança; A delicadeza da loucura e Parágrafos e
Reticências, Arreios Cia de Dança; Vida ou Morte ao boi, Cia Flex de Dança
Contemporânea; Desespero para a felicidade ou se eu não gostar nada é para
sempre, Márcio Medeiros; Sob o véu, Canaan Cia de Dança; A Invenção do Baião
Teimoso,Cia Balé Baião; Degradação: um sacrifício pela novidade, Curso de
Iniciação em Dança Contemporânea – Paulo José/Prodança; Rara, No barraco da
Constância tem!; The bichxsmetazoa é quasi-desfile animalia,Isac Bento + No
barraco da Constância tem!; Canil, Edmar Cândido; O que deságua em mim, Ana
Vitória - Cia de Dança Alysson Amancio; Sandra Bar, Daniel Rufino; Solo de
Barro: Primordia, Nívea Jorge e Viana Jr.; Ossuário, Diogo Braga e Thales Luz;
Z O O M e O pensamento se faz na boca, Luiz Otávio Queiroz;Uma dança para meus
pesares,Maria Epinefrina e Wellington Fonseca; Solos proibidos em tempos de
intolerâncias, Rebentos Cia de Dança; KKKK, Victor Hugo Portela; AFRO-DIZIA, Grupo de Dança Cuca Mondubim -
Side Cia de Dança Transcender; Silvia Moura e Ricardo Guilherme; eIbirapema: O
Forró que eu faltei, Omí Cia de Dança.
FORMAÇÃO
Os projetos
artístico-pedagógicos, uma das marcas da bienal, têm um espaço privilegiado
nessa edição, contando com a participação de artistas docentes cearenses,
brasileiros e estrangeiros em residências, palestras, seminário, masterclasses
e oficinas. Em meio às ações formativas, destaca-se o curso que aborda a
prática pedagógica de dança para crianças e jovens com autismo, realizado no âmbito
da plataforma de acessibilidade da Bienal e ministrado pela professora e
pesquisadora mineira Anamaria Fernandes. Trata-se de uma atividade inédita no
contexto cearense, que conta com o apoio das graduações em dança da UFC e da
Associação TEAmo. Outra ação será o lançamento de uma publicação bilíngue,
resultado do seminário realizado com professores de várias universidades do
Brasil, além de docentes da Universidade Paris 8.
MÚSICA NA BIENAL
Os fins de noite da Bienal de
Dança e são marcados pelas Fringes, com atrações musicais em cena. Este ano, um
dos destaques é Don L, com show no dia 20 em Sobral e 21 em Fortaleza. O rapper
cearense radicado em São Paulo mudou o panorama do gênero com o grupo Costa a
Costa, na década passada e conquistou espaço próprio em carreira solo. Na
trilogia Roteiro Para Aïnouz, sua visão artística e de produção atinge o auge
criativo. Inspirado no trabalho do cineasta KarimAïnouz, o disco é organizado
em forma de uma narrativa contínua, dividida em três grandes atos. Lançado em
2017, RPA vol 3 inicia uma trilogia autobiográfica reversa, que retrata a
trajetória do rapper dos primeiros anos em Fortaleza até sua mudança para São
Paulo. Com grande repercussão entre artistas, influenciadores e fãs, esta obra
já fez história como um dos melhores discos de rap brasileiro em todos os
tempos.
BIENAL DE DANÇA – 20 ANOS
Fazendo um retrospecto desses 20
anos, percebe-se a imensa importância que a Bienal teve como instância geradora
e catalisadora dos mais diversos processos relativos à produção, difusão,
formação e fruição em dança no Estado do Ceará. Se hoje o Ceará passou a
integrar as cartografias da dança contemporânea nacional e internacional, muito
disso deve-se às múltiplas ações e processos desenvolvidos pelo evento no decorrer
de suas edições. Que venham mais 20 anos!
SERVIÇO:
XI Bienal Internacional de Dança
do Ceará - De 19 a
29 de outubro com programação em Sobral (19 a 22/10), Fortaleza (20 a 29/10), Paracuru (20 e
21/10), Trairí(20 e 21/10), Aquiraz (21 e 22/10), Juazeiro do Norte (25 e
26/10) e Itapipoca (27 e 28/10). Site oficial: www.bienaldedanca.com. Tel:
(85)3231-9623. GRATUITO.
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