O autor do projeto Poema 193,
Diego de Santos, embarca em fevereiro para a capital federal
Contemplado pelo Prêmio de Arte
Contemporânea 2015 - Atos Visuais Funarte Brasília, ‘Poema 193’ , produzido pelo artista
plástico cearense, Diego de Santos, abre dia 15 de fevereiro e segue com
visitação até 02 de abril deste ano, na Galeria Fayga Ostrower, em Brasília. A
exposição tem curadoria da artista visual brasiliense, Yana Tamayo.
Em 2015, Diego se inscreveu para
o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea, um dos maiores do país nessa categoria,
e obteve nota máxima na aprovação do projeto. “Sabia que tinha um bom projeto e
torcia pela aprovação, mas não esperava a nota máxima. Me senti imensamente
feliz e orgulhoso pelo meu trabalho, estou realizando um sonho”, lembra
emocionado, Diego.
Agora, ele e sua equipe estão em
ritmo de pré-produção para embarcarem em fevereiro representando o Ceará, no
Distrito Federal. “Foram dezenas de inscrições de todo o Brasil e explodimos de
alegria quando saiu o resultado. Agora, estamos contando os dias para a mostra”
conta empolgada Renata Damasceno, produtora cultural.
“A exposição é um dos resultados
dos processos de experimentação do projeto Poema 193. Todos os elementos, suas
simbologias e conexões já eram, de certa forma, recorrentes na minha produção.
Eu já tinha uma pequena coleção de conchas e sempre pensei elas dentro de uma
proposição artística, só não tinha executado ainda porque estava em outros projetos,
mas veio a vez delas e juntamente com o fogo pude relacionar com uma
problemática social: os incêndios criminosos” descreve realizado, o artista.
Nos vídeos é possível observar
registros de conchas em chamas, em analogia com a estrutura de um lar e com o
fogo saindo de seu interior. Uma forma de tratar poeticamente da problemática
dos incêndios criminosos que atingem favelas e moradias precárias (por isso o
número dos bombeiros “193”
no título). Os ruídos que se ouvem são do entorno do ateliê (latido de cães,
canto dos pássaros, avião que passa, ventania etc.) e foram assumidos para que,
ao editar em slowmotion, dessem lugar a uma realidade distorcida e medonha, já
que não é mais possível identificar os sons. É como se o incêndio ganhasse voz,
se tornando, então, corpo testemunha de si mesmo.
Nos desenhos, o artista utiliza a
técnica de fixação da fuligem e o uso de diferentes processos de queima, além
da utilização das condições climáticas naturais e da parafina para a realização
dos desenhos. “A superfície do papel, posicionada acima da chama da lamparina,
recebe toda a fuligem liberada pelo fogo e nunca é possível determinar a imagem
a ser gerada. Em alguns momentos, antes de fixar a fuligem com verniz, submeto
aquele desenho à ação do lugar: esqueço-os na parede ou no chão para que
insetos caminhem sobre eles, deixando rastros; aproveito raros serenos,
deixando que gotículas de água da chuva fina intervenham sobre a fuligem.
Sujeitar os trabalhos a situações promovidas pelo entorno faz de “Poema 193” um irrecusável convite à
realização conjunta: eu e os efeitos do espaço ao redor” esclarece, de Santos.
A exposição conta com ação
educativa com mediadores para receber o público espontâneo, bem como grupos de
visita. Haverá também um educativo dedicado à acessibilidade, como texto
curatorial em braile e maquete tátil com elementos do processo de criação das
obras.
Sobre o artista:
Diego de Santos [Caucaia – CE,
1984] é formado em Artes Plásticas pelo IFCE e expõe desde 2005. Vive e
trabalha em Caucaia e Fortaleza. Em 2016, foi contemplado com o Prêmio de
Criação em Artes Visuais de Teresina, que consistiu em uma residência artística
na cidade por três meses, e como resultado final o projeto "À Margem Toda
Vida", percorrido de bicicleta de Teresina à Parnaíba, usando a estrada
como um laboratório a céu aberto. Em 2015, conquistou nota máxima no Prêmio
Funarte de Arte Contemporânea, onde expõe as obras de ‘Poema 193’ de fevereiro a abril
deste ano, em Brasília.
Em 2014 ganhou o prêmio PIPA
(Prêmio Investidor Profissional de Arte), o mais relevante prêmio brasileiro de
artes visuais, na categoria Online Popular e produziu o projeto "Lar é
Onde Ele Está" pelo Porto Iracema das Artes - Escola de Formação e Criação
do Ceará. Recentemente, foi premiado no Salão de Artes de Mato Grosso do Sul
(edição 2013), além de ter sido premiado também no 8º Salão de Arte SESC Amapá,
em 2010. Já participou de edições de feiras como SPArte e ArtRio. Tem obras no
acervo do Centro Cultural Banco do Nordeste (Fortaleza), da Galeria Graça
Landeira (Belém), Amparo 60 (Recife) e de vários galeristas, colecionadores e
curadores no Brasil e no exterior.
Sobre a curadora:
Yana Tamayo [Brasília, 1978] é
artista visual, educadora e curadora independente. Desde 2015 é gestora da Nave
arte | projeto | pesquisa, espaço independente onde desenvolve projetos de
pesquisa e formação em arte, curadoria e execução de exposições. Doutora em
Arte na linha de pesquisa Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília
- UnB (2015), é mestre pela mesma instituição e linha de pesquisa (2009) e
especialista pela Universidad Complutense de Madrid (2006). Graduou-se em Artes
Plásticas pela Escola de Belas Artes da UFMG (2003). Foi professora na
Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (2009-2010) e professora no curso de
Bacharelado em Artes Visuais da Universidade de Brasília como bolsista
Capes/REUNI durante os anos de seu doutorado. Como artista, produz e expõe com
regularidade desde 2003. Vive e trabalha em Brasília.
Serviço:
Exposição “Poema 193”
Artista: Diego de Santos
Curadoria: Yana Tamayo
Galeria Fayga Ostrower
Complexo Cultural Funarte
Brasília
Eixo Monumental, Setor de
Divulgação Cultural (entre a torre de TV e o Centro de Convenções). Brasília –
DF.
Abertura: dia 15 de fevereiro,
quarta-feira, às 19h.
Visitação: de 16 de fevereiro a 2
de abril, de terça a domingo, de 10h às 21h.
Entrada franca
Informações: (61) 3322-2076 /
3322-2029
www.funarte.gov.br
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