Pesquisa mostra aumento de 18% na ingestão de bebida alcoólica e maior presença de comidas industrializadas durante a pandemia. Especialistas alertam que essa mudança pode prejudicar a fertilidade.
O Brasileiro está comendo mais comida industrializada e bebendo mais nesta pandemia. É o que mostra pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e Unicamp. O estudo revela aumento de 18% na ingestão de bebidas alcoólicas e crescimento no número de dias em que a comida industrializada ou o fast food passam a ser o prato principal na mesa. Nesse cenário de mudanças, especialistas em medicina reprodutiva alertam que tais comportamentos podem afetar a fertilidade.
“Não é que a comida em si vá deixar o homem ou a mulher infértil. Mas o excesso de alguns elementos presentes nas comidas industrializadas, ultra processadas, com excesso de açúcar ou gordura podem levar a um desequilíbrio hormonal e, isso sim, pode afetar diretamente a fertilidade”, conta a médica especialista em medicina reprodutiva e diretora da Fertibaby, Dra. Lilian Serio. “As comidas que precisam de muito conservantes, que são quase todos esses alimentos pré-prontos, congelados, de fast food, todos possuem alto teor de sódio, de corante, aditivos e outras substâncias que além de fazer mal ao organismo, favorece o acúmulo de gordura, e lembrando que excesso de peso afeta também a capacidade de fertilização”, reforça.
A médica alerta que é preciso que o casal, tanto o homem, como a mulher, tentem manter os hábitos saudáveis o máximo possível. "Incluir no cardápio uma grande variedade de frutas, legumes e vegetais, além de alimentos ricos em ômega 3 e selênio, como peixes, ovos e sementes são importantes para a saúde por conterem ácidos graxos que cuidam dos órgãos reprodutores".
A bebida alcoólica é outra vilã para a fertilidade. Um estudo publicado na revista British Medical Journal revelou que o consumo de álcool, mesmo se ingerido com moderação, reduz a taxa de fertilidade. Durante seis meses, pesquisadores avaliaram 430 casais dinamarqueses com idade entre 20 e 35 anos e que desejavam engravidar pela primeira vez.
Descobriu-se que mulheres que ingeriram entre um e cinco drinques por semana tiveram 39% a menos de chance de engravidar. Já mulheres que beberam mais de 10 drinques tiveram a sua fertilidade reduzida em 66%. “Por isso, é aconselhado aos pacientes em tratamento de reprodução assistida a limitar ou abster-se de álcool, já que existe um efeito negativo da bebida sobre o sucesso da gravidez", explica a médica.
Para quem está planejando uma gestação, “O ideal é evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e mudar a alimentação da mulher e do seu parceiro de três a seis meses antes da gestação ou do início do tratamento de fertilidade”, complementa.
Confira cinco dicas da especialista que pode ajudar casais que estão planejando ter filhos:
1- Evite bebidas alcóolicas -
O álcool afeta o funcionamento dos ovários, além de provocar alterações
profundas nos espermatozóides e aumentar o risco de abortamentos.
2 - Mantenha uma boa
alimentação - Alimentos saudáveis combatem os radicais livres e permitem uma
melhor ovulação e produção de espermatozóides. Aposte em uma alimentação bem
colorida, repleta de frutas, legumes, verduras e sementes. Alguns peixes e
frutos do mar, como salmão, atum e ostras, também são recomendados. As mulheres
devem consumir alimentos ricos em vitaminas E, complexo B, zinco, ômega 3 e
selênio.
3- Realize atividades físicas
- A boa manutenção da forma física permite uma melhor ovulação. Quem realiza
atividades físicas engravida mais e com mais saúde.
4 - Controle o peso - O
sobrepeso e a obesidade causam alterações hormonais e dificulta a ovulação. Os
espermatozóides têm sua qualidade diminuída também. A anorexia nervosa também
afeta a fertilidade. Uma dieta equilibrada pode manter o peso e ajuda a manter
a saúde reprodutiva.
5 - Diminua a cafeína - A cafeína está presente não somente no café, mas também em chás, refrigerantes, chocolates e chimarrão. Existem muitas pesquisas que apontam que o excesso de cafeína afeta a fertilidade, diminuindo as chances do casal de uma concepção.
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