Atualmente, observamos as
instituições educacionais focarem as suas atenções em instrumentalizar o ensino
para alcançar a qualidade. Entretanto, os resultados parecem não condizer com a
quantidade de investimentos. Procura-se de todas as formas melhorar a apresentação
dos conteúdos, a dinâmica das aulas, os materiais didáticos etc., e nesse
entremeio se perde de foco o estudante. Professores imersos em uma gama de
atividades periféricas buscam, muitas vezes sem sucesso, conciliar as inúmeras
tarefas, e em meio a todas essas expectativas, mais uma vez o educando fica em
segundo plano.
É preciso que professores e
gestores tenham sempre em mente que o êxito da aprendizagem reside no próprio
educando e que os mecanismos periféricos são auxiliares nesse processo. Nesse
sentido, podemos considerar, dentre muitos aspectos relacionados à aquisição de
conhecimentos, o conceito de inteligências múltiplas. O conceito de
inteligências múltiplas foi desenvolvido nos anos 1980, a partir de estudos
realizados por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard, liderada
pelo psicólogo Howard Gardner, e tinha como objetivo identificar as diferentes
habilidades do indivíduo.
Essa percepção de inteligência
ampliou o conceito difundido pelo pesquisador Alfred Binet (1857-1911), que
considerava as áreas de conhecimentos relacionadas à Matemática e à Linguagem
identificadas pela medida dos testes de QI (quociente de inteligência). O
conceito inicial de Binet passa então por uma complexificação de processos, que
extrapolam a linguística e a lógico-matemática, sem deixar de considerá-las.
Gardner passa a dar visibilidade às inteligências espacial, pictória, musical,
corporal-sinestésica, naturalista, interpessoal e intrapessoal. Segundo o
autor, essas habilidades já estariam presentes no cérebro de todos os
indivíduos. Entretanto, algumas seriam mais afloradas que as outras.
A escola, enquanto espaço
formal de ensino, deve orientar seus esforços para conhecer mais de perto as
habilidades latentes em seus educandos a partir da diversificação de suas
práticas pedagógicas envolvendo atividades e avaliações diferenciadas. Sabemos que os processos de mudanças na
concepção e execução de ações pedagógicas ainda são bastante lentos com relação
aos estudos que já vem sendo produzidos nesta área, mas por outro lado, os
professores podem e devem iniciar essas mudanças buscando alternativas mais
atrativas que não se reduzam à produção de atividades escritas.
Nesse ponto, a formação
continuada – aprofundamento nas pesquisas sobre inteligências múltiplas – por
parte das pedagogas e pedagogos em exercício, é fundamental para impulsionar a
visibilidade dessas inteligências e ampliar a diversidade de propostas para o
desenvolvimento da aprendizagem e o reconhecimento dessas habilidades.
Profª. Ma. Hele Guerreiro
Professora do Curso de
Pedagogia da UniAteneu
Mestra em Educação
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Pedagogia da UniAteneu. Acesse: http://uniateneu.edu.br/
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