Dr.André
Guanabara
Fundamental para a saúde óssea
e muscular, ela também pode ser uma aliada na prevenção de alguns tipos de
câncer
Conhecida por ser obtida
através do sol, a chamada vitamina D, na
verdade é um hormônio produzido pelo
próprio corpo humano, e pode ser adquirida também por meio da alimentação. Ela
faz parte de uma classe própria e seus inúmeros efeitos no organismo ocorrem
similarmente à atuação dos hormônios, que agem influenciando as vias
metabólicas, as funções celulares e os genes.
Quando descoberta,
acreditava-se que ela só poderia ser adquirida por meio de alimentos. Porém, na
década de 70, os cientistas descobriram que se tratava de um hormônio e não uma
vitamina, mas como sua nomenclatura já estava consolidada, permaneceu assim. O
médico nutrólogo André Guanabara explica que para atuar como hormônio, a
vitamina D precisa passar por dois estágios de ativação, um no fígado e outro
nos rins. Entre outras funções, regula a
quantidade de cálcio e fósforo no organismo, aumentando a absorção desses sais
minerais no intestino, é responsável pela saúde dos ossos, e tem um importante
papel na força muscular. Além de suas funções mais conhecidas relacionadas à
saúde óssea e muscular, é responsável também por outras atividades, agindo como
reguladora do crescimento, do sistema imunológico, cardiovascular, controla o
metabolismo e os níveis de insulina em do corpo.
André Guanabara chama atenção
com relação a falta de vitamina D em
adultos, que pode acarretar, principalmente, na fragilidade dos ossos,
favorecendo a osteoporose. Nessas situações,
há uma perda de força muscular, o que pode facilitar as quedas. Já em crianças,
a deficiência acentuada pode comprometer o crescimento e levar a uma formação
inadequada dos ossos, dando origem ao chamado raquitismo, situação em que
ocorrem as deformidades ósseas. Outras ocorrências relacionadas à sua
deficiência no organismo são: Osteopenia, câncer, doenças infecciosas,
deficiências imunológicas, doenças autoimunitárias, infarto e acidente vascular
cerebral (AVC). O médico relata que estudos recentes mostram que a presença de
quantidades ideais de Vitamina D no organismo tem efeito anti-inflamatório, e
atua na prevenção do Diabetes e do Câncer.
“A principal forma de ativar a
vitamina D no organismo é através da exposição solar, combinada à alimentação
rica nesse nutriente. Alimentos como peixes gordurosos, óleo de fígado de
bacalhau e cogumelos secos são ricos em vitamina D. Leite, ovos e fígado bovino
também contém a vitamina, mas em menor quantidade”, acrescenta o nutrólogo. É
importante saber também, que para suprir a necessidade diária de vitamina D é
necessário o consumo em grande quantidade desses alimentos; por isso, sua
principal fonte no organismo vem da sua síntese na pele, por ação da luz solar.
Ela também pode ser produzida em laboratório para ser administrada na forma de
suplemento, quando há a deficiência e para a prevenção e tratamento de uma
série de doenças.
O
ideal é expor-se ao sol, sem filtro solar (para absorver a vitamina), por pelo
menos 20 minutos por dia, preferencialmente no início da manhã e no final da
tarde. Braços e pernas devem estar expostos, pois a quantidade de vitamina D
que será absorvida é proporcional a quantidade de pele que estiver exposta.
Para prevenir o câncer de pele, após os 15 a 20 minutos recomendados é
importante fazer uso do protetor solar.
Novas pesquisas relacionadas à
Vitamina D
Carência de vitamina D x
Patologias:
Asma: O tempo que pacientes
asmáticos ficam sob a luz do sol pode reduzir a gravidade e a prevalência dos
sintomas da asma, podendo contribuir para a minimização da inflamação
responsável por restringir as vias aéreas.
Gripe: A vitamina D
potencializa o sistema imunológico; uma pesquisa publicada no The American
Journal of Clinical Nutrition demonstrou que as crianças que usam a vitamina
diminuíram o risco de contrair a gripe.
Câncer: Câncer de mama,
próstata, cervical, colorretal, esofágico, gástrico, endometrial, ovariano,
pancreático ou renal, todos os tipos foram demonstrados serem mais proeminentes
entre pessoas com níveis inadequados de vitamina D.
Autismo: Na Suíça verificou-se
que a falta de vitamina D está ligada ao nascimento de crianças com autismo.
Estudos observaram que a vitamina D é importante para o desenvolvimento do
cérebro, ela ajuda a prevenir o autismo durante a gestação. Sua falta durante a
adolescência pode levar a depressão.
Doenças autoimunes: Estudos
atuais têm relacionado a deficiência de vitamina D com várias doenças
autoimunes, incluindo diabetes melito insulinodependente, esclerose múltipla,
doença inflamatória intestinal, lúpus eritematoso sistêmico e artrite
reumatoide. Diante dessas associações, sugere-se que a vitamina D seja um fator
extrínseco capaz de afetar a prevalência de doenças autoimunes.
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