Nos últimos anos a inclusão
digital passou a ser um indicador importante no quadro de desenvolvimento de
qualquer país. A partir da segunda metade dos anos 90, a sociedade brasileira
assistiu a uma notável expansão do uso da internet e dos telefones celulares.
Inclusão digital é a democratização do acesso às tecnologias da informação,
visando a inclusão de todos na sociedade da informação. Contudo, inclusão
digital é também simplificar as atividades, maximizar o tempo e as suas
potencialidades. Um indivíduo incluído digitalmente é aquele que usa desse
suporte para melhorar as suas condições de vida.
Deixemos claro que, para que a
inclusão digital aconteça, é preciso três instrumentos básicos: computador,
acesso à internet e domínio dessas ferramentas, já que, não basta apenas o
cidadão possuir um computador conectado à internet para ser considerado um
incluído digital. Um total de 102,1 milhões de brasileiros possuem acesso à
Internet no Brasil, de acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em novembro do ano passado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número pode até parecer
expressivo, mas corresponde a cerca de 49% da população brasileira. Isso
significa que 51% dos mais de 200 milhões de brasileiros ainda não estão
incluídos no mundo digital, o que ajuda a explicar a performance ruim do Brasil
em uma outra pesquisa: o Brasil está em 72º no ranking global de taxa de acesso
às tecnologias da informação, segundo o índice Integrado de Telefonia, Internet
e Celular.
Em outra pesquisa, o Brasil
aparece na 18º posição de um ranking de 75 países que identifica as condições
de acesso à internet. O levantamento foi realizado pela The Economist
Inteligence Unit em parceria com o Facebook. O estudo também mostra que o
Brasil está entre os dez países do mundo com maior número de população
desconectada.
A grande dificuldade é
compreender que a inclusão digital não é somente aumentar as vendas de
computadores ou ensinar as pessoas a acessarem as redes sociais. Claro que isso
também faz parte, entretanto, a inclusão digital está ligada a adoção de uma
nova cultura na utilização dos computadores e da internet.
A desigualdade na distribuição de
renda é, sem dúvidas, um fator decisivo para o Brasil quando comparado com os
outros países do mundo. Dentro dessa realidade, o Brasil vem buscando
desenvolver ações visando à inclusão digital como parte da visão de sociedade
inclusiva, principalmente com os idosos, pessoas com deficiência, população de
zonas de difícil acesso.
É preciso incentivar a inclusão
digital como oportunidade de crescimento do conhecimento, de criação e
exposição de ideias inovadoras, além do incentivo à sustentabilidade,
comunicação eficiente entre as pessoas, entre tantas outras possibilidades que
até hoje são muito mal exploradas. Os brasileiros precisam entender que o
computador e a internet são ferramentas capazes de melhorar a qualidade de vida
de todos nós, expandindo a visão de mundo e conectando diversas culturas.
Janguiê
Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário
Maurício de Nassau – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do
grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com
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