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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Exposição] CAIXA CULTURAL FORTALEZA REALIZA AGENDAMENTO DE VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO SOBRE ARTE ABORÍGENE DA AUSTRÁLIA


ARTISTA: Paddy Fordham Wainburranga, 1941 – 2006
REGIÃO: Beswick, Território do Norte, Katherine, Rembarrnga
OBRA: No Princípio dos Tempos, 1995 In the Beginning of Time
TÉCNICA: Serigrafia sobre papel fine-art

As obras da exposição apresentam a mais antiga tradição - ainda viva - artística do planeta, e celebram uma linguagem visual exuberante e inigualável




A mais vigorosa, significativa e diversificada coleção de obras de arte dos povos indígenas da Austrália está em exibição na CAIXA Cultural Fortaleza até o dia 13 de novembro de 2016. Na exposição O Tempo Dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália, estão reunidas mais de 70 obras, entre pinturas, esculturas e impressões, que englobam um período de 45 anos, desde o despertar da comercialização da arte aborígene contemporânea na década de 70 até o presente.

Escolas, universidades, projetos sociais, artistas e demais interessados podem realizar o agendamento de grupos para visitas guiadas. Para isso, devem entrar em contato com a bilheteria da CAIXA Cultural Fortaleza, por meio do telefone 3453-2770.

As obras expostas

Os trabalhos foram selecionados pelo curador brasileiro Clay D´Paula e pelos australianos Adrian Newstead e Djon Mundine, dentre uma extensa coleção de mais de duas mil obras da mais antiga galeria de arte aborígene da Austrália, a Galeria de Arte Coo-ee. Peças de coleções privadas também atravessaram o oceano exclusivamente para esta exposição.

A mostra reúne os artistas aborígenes de maior projeção internacional e com uma paleta refinada e repleta de cores, como a do celebrado artista Rover Thomas (1926-1998) com suas paisagens de cor ocre que mudaram, com sua visão, a percepção paisagística australiana. Suas pinturas podem ser apreciadas da mesma forma que as criadas pelos impressionistas no século XIX, mas, sem horizontes. A estética desenvolvida pelos artistas lembra o minimalismo e o expressionismo. Mas as obras criadas pelos artistas trazem uma linguagem visual única – lembrando que os artistas indígenas da Austrália, na sua grande maioria, não tiveram contato algum com a arte europeia.

Outra artista de destaque, considerada pela crítica como uma das maiores pintoras da abstração do século XX, é Emily Kame Kngwarray (1910-1996), que estará representada na mostra com dois trabalhos. Um deles é a pintura “Sem título, 1992”. Nela, em uma linguagem visual expressionista e singular,  cores vermelhas, alaranjadas e amarelas se mesclam para retratar as nuvens, o céu, a paisagem remota e inóspita do deserto australiano.

Os visitantes vão poder apreciar as bark paintings (pintura sobre entrecasca de eucalipto típica do norte tropical da Austrália, região conhecida como Arnhem Land.) Essa é uma das formas de expressão artística mais antigas do mundo, com mais de 40 mil anos. Inicialmente, as bark paintings tinham uma pobreza estética muito grande porque não foram criadas para durar, mas sim para cerimônias ou decoração. Hoje elas trazem uma arte cheia de detalhe, de uma execução primorosa, sendo consideradas  arte, e não artefato, e estão em museus renomados e coleções particulares em todo o mundo.

A arte aborígene contemporânea da Austrália

No Brasil, costuma-se pensar de forma equivocada em artefatos indígenas. Com isso, pode causar surpresa ao público brasileiro descobrir que a produção artística dos aborígenes da Austrália vem sendo cada vez mais valorizada e reconhecida como arte. As obras dos artistas aborígenes contemporâneos estão no MOMA de Nova Iorque,  em museus de arte contemporânea espalhados pelo mundo e já foram expostas nos principais eventos mundiais de arte, como a Bienal de Veneza, o Documenta, na Alemanha e a Bienal de São Paulo. A arte Aborígene da Austrália movimenta cerca de 200 milhões de dólares por ano naquele país-continente. Estima-se que hoje mais de 7 mil artistas indígenas vivam de sua prática artística.

"Nós, brasileiros,  tivemos, até hoje, poucas oportunidades de conhecer todo esse universo da arte aborígene da Austrália  –  o que pode, inclusive, levar-nos a refletir sobre os povos indígenas de nosso país. O  Brasil e a Austrália possuem muitas coisas em comum. Contribuir para aproximá-los e convidar ao diálogo é um dos objetivos dessa exposição", justifica o curador Clay D´Paula.

O Sonhar

Os artistas aborígenes pintam os seus sonhos (mas não a ideia Junguiana de sonhar e sua associação do inconsciente). Para eles pintarem  o seu "Sonhar" (traduzindo da palavra "Dreaming", em inglês) implica recontar estórias que são atemporais a fim de mantê-las vivas e repassá-las a futuras gerações. Não se trata de algo religioso, tem a ver com a sua sobrevivência. Essas pinturas contêm informações vitais, como por exemplo onde encontrar água "viva" permanente. Manter o "Sonhar" vivo é a motivação fundamental para a prática da arte dos artistas indígenas da Austrália. 

Reflexão: Com esta exposição os curadores buscam proporcionar ao  povo brasileiro a oportunidade de refletir sobre os povos indígenas da Austrália e do Brasil e sobre o impacto da colonização sobre eles. Reconhecer o potencial artístico dos nossos ameríndios pode ser uma forma de reconciliação com o passado e trazer uma nova perspectiva.

Serviço:

Exposição: O Tempo dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália
Local: CAIXA Cultural Fortaleza
Endereço: Av. Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema – Fortaleza / CE
Data: 14 de setembro a 13 de novembro de 2016
Horários: de terça a sábado, das 10h às 20h | domingo, das 10h às 19h
Classificação indicativa: Livre

Informações gerais | CAIXA Cultural Fortaleza:

(85) 3453-2770

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