Coberturas – Artes – Lançamentos – Frontstage – Backstage – Tecnologia – Coluna Social – Eventos – Happy Hour – Coquetel – Coffee Break – Palestras – Briefing – Desfiles – Moda – Feiras – Chás – Fotos – Exposições – Assessoria de Imprensa e Comunicação Nacional

sábado, 11 de setembro de 2010

[Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza] Apresenta Jornada Brasileira de Imagens ao Vivo propõe uma nova forma de fazer e interagir com imagens e sons

O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 - Centro - fone: (85) 3464.3108) realiza, no período de 13 (próxima segunda-feira) a 23 deste mês, a Jornada Brasileira de Imagens ao Vivo. Além do CCBNB-Fortaleza, a Jornada acontecerá em outros espaços, como a Vila das Artes e a Casa Amarela, através da realização de oficinas, performances, palestras e debates gratuitos com personalidades que representam o estado da arte das Imagens ao Vivo no Brasil.

Segundo o curador e produtor da jornada, sociólogo Júlio Lira, a produção de Imagens ao Vivo propõe uma nova forma de fazer e interagir com imagens e sons. "Além da edição em tempo real, diante dos espectadores, outra característica desta arte parece se afirmar com igual potência: são resultantes de um processo de afirmação de autonomia por parte dos criadores, produtores e públicos diante das normatizações do sistema de produção e exibição dominante instituído e projetado a partir dos Estados Unidos", declara.

Na América Latina, o Brasil tem se destacado na produção de obras deste tipo. Nas mostras anuais que se sucedem em São Paulo e Rio de Janeiro, mais de 40 artistas já se apresentaram. Este ano o Itaú Cultural levou mostras mais simplificadas para Curitiba e Belo Horizonte.

"Percebemos também em Fortaleza a necessidade de lançar olhares sobre essas práticas audiovisuais que não correspondem aos padrões desenhados e desejados pela grande indústria. Interessa-nos evidenciar a produção de Imagens ao Vivo - esta forma de produção criativa impossível de ser assimilada pela atual disposição da indústria cinematográfica", visualiza Júlio Lira.

As Imagens ao Vivo também são conhecidas como Live Images ou Cinema ao Vivo. São práticas de expressão audiovisual eletrônica nas quais uma significativa parte do processo criativo das imagens em movimento acontece em tempo real e na presença do público, sob a direção de um ou mais criadores-exibidores.

Há produções que utilizam imagens de arquivos pré-gravadas, numa espécie de quebra-cabeça sempre renovado. Outras trabalham projetando situações que estão acontecendo naquele momento. Há também os criadores que se utilizam de softwares para sintetizar imagens abstratas. "Para uns, a criação se aproxima de um tipo de música visual; para outros, a brincadeira é deslinearizar as narrativas utilizando hipertextos. Enfim, este tipo de produção audiovisual escapa às classificações e fronteiras", destaca Júlio Lira.

O curador e produtor da Jornada enfatiza que o evento foi pensado de forma a funcionar, além do entretenimento que é, como uma intervenção cultural em Fortaleza. "A proposta é oferecer elementos para que estas práticas sociais possam se desenvolver com regularidade e consistência em Fortaleza, seja subsidiando artistas e técnicos, seja ampliando o repertório do público ou descortinando as questões estéticas e sociais para todos os interessados", afirma.

A Jornada selecionou trabalhos que já podem ser considerados antológicos, tanto por suas características artísticas, quanto por suas participações em um muito recente e já histórico momento de surgimento de um circuito dedicado a este tipo de prática estética. "Por outro lado, acrescentamos criações audiovisuais realizadas recentemente em Fortaleza, sinalizando um estado da arte local", informa Júlio Lira.

Outra proposição da Jornada é apresentar, dentro dos recursos disponíveis, uma maior diversidade de proposições estéticas e tecnológicas, de forma a levar o público a compreender e se nutrir da natureza multiforme das práticas de edição ao vivo e das questões estéticas envolvidas. Daí a presença de propostas diferenciadas: "há narrativa hipertextual, montagem musical, cinema abstrato, de produção de imagens sintéticas, interação corpo-imagem - todas convergindo na conciliação entre planejamento e improviso, na valorização da pesquisa experimental e na intimidade com os recursos tecnológicos, tão evidentes em softwares e interfaces desenvolvidas especialmente para várias obras que serão apresentadas", delineia o curador e produtor do evento.

A expectativa é também de pensar sobre os caminhos para a gestão política das inter-relações entre arte, ciência e tecnologia. "Como facilitar o desenvolvimento de redes e ambientes criativos com tal interdisciplinaridade? Como pensar em culturas que sejam estruturalmente mais preparadas para a fluidez das novas práticas estéticas? Como pensar em políticas públicas culturais que contemplem as novas sociabilidades decorrentes da informatização do cotidiano? Finalmente, há um desejo de que os encontros contrariem a noção de consumo cultural. Que a possibilidade de encontros, diálogos, de imaginação cultural se instaure", ressalta Júlio Lira.

As palestras e debates da Jornada procuram oferecer aos participantes um quadro da produção das imagens ao vivo no mundo e mais especificamente no Brasil. "A ideia é mostrar artistas, obras, processos de criação colaborativos, eventos, financiadores, enfim, como acontece a emergência deste novo campo artístico", salienta o organizador.

"Estamos dando especial atenção à discussão e aprendizagem sobre softwares, condição básica para a divulgação da prática. Teremos oficina de apresentação dos programas Quase-Cinema, Walking Tools e do soft-interface Engrenagem. Foram reservadas vagas para exibidores populares e alunos dos cursos de Cinema. Além disso, está prevista uma mesa para discutir especificamente a relação entre "Softwares, interfaces digitais e práticas poéticas do Audiovisual ao Vivo". O software em si é um objeto (um dispositivo artístico) ou um suporte para processos artísticos? Certamente, esses momentos de palestras e debates servirão para jogar luz sobre questões como essa", finaliza Júlio Lira.

Conheça a seguir a Programação da Jornada Brasileira de Imagens ao Vivo:

Oficinas:

Oficina de apresentação do software quase-cinema, com Alexandre Rangel
de 13 a 16 de setembro, a partir das 18 h, na Vila das Artes

Oficina de apresentação da interface e software Engrenagem, com Bruno Viana
de 17 a 20 de setembro, a partir das 17h, na Vila das Artes

Informações e inscrições na Vila das Artes: (85) 3105-1404

Performances:

Pinturas de luz, com Alexandre Rangel
Dia 15 de setembro, 18h, no CCBNB

Kairos, com Cia Independente de Dança,
Cristiana Parente e Pedro Parente
dia 16 de setembro, 18h, no CCNB

Aufhebung, com projeto/banda HOL (Henrique Rosque)
Dia 17 de setembro, 20:30h, na Vila das Artes

Fortaleza, com Fred, Thaís e Uirá
Dia 17 de setembro, 21:30h, na Vila das Artes

Hermess, com coletivo Laborg
Dia 18 de setembro, 20:30h, na Vila das Artes

Ressaca, de Bruno Vianna
Dia 18 de setembro, 21:30h, na Vila das Artes

Ressaca / Pinturas de luz, culminância das oficinas
Dias 22 e 23 de setembro, 21:30h, na Casa Amarela

Palestras e debates:

O estado da arte das imagens ao vivo, palestra com Márcia Derraik (pesquisadora, curadora da mostra Live Cinema)
Dia 15 de setembro, 19h no CCBNB

Softwares, interfaces digitais e as práticas poéticas do Audiovisual ao Vivo, mesa redonda com Alexandre Rangel, Pedro Parente, Bruno Vianna, 1mpar
Dia 16 de setembro, 19h no CCBNB

Processos criativos e performáticos da música visual, palestra com Henrique Roscoe  e coletivo Laborg
Dia 17  de setembro, 19h na Vila das Artes

Narrativas hipertextuais e Cinema ao Vivo,
palestra com Bruno Vianna
Dia 18 de setembro, 19h na Casa Amarela

Processos colaborativos na produção audiovisual, palestra com Karla Brunet
Dia 20 de setembro, 19h, na Casa Amarela

Relações entre arte e tecnologias digitais no Brasil, entrevista de Cícero Inácio da Silva a Júlio Lira e Paulo Amoreira
Dia 21 de setembro, 19h, no CCBNB

Ao vivo: o movimento do quadro ao pixel, palestra com Patrícia Moran e Beatriz Furtado (mediação)
Dia 22 de setembro, 19 horas, na Casa Amarela



No blog: http://cinemaaovivo.wordpress.com

Nenhum comentário: