A pandemia do novo Coronavírus, como já sabemos, mudou completamente o cenário mundial em todas as áreas da vida humana, não sendo diferente na educação. A Organização das Nações Unidas (ONU) passou a orientar as decisões acerca da pandemia mundialmente, pois a situação passou a agravar ainda mais o cenário com o aumento significativo do número de infectados. No Brasil, especificamente no Ceará, as escolas públicas e privadas fecharam as portas por volta de 17 de março de 2020. Surge então um grande desafio na educação brasileira: como continuar as aulas a distância com crianças tão pequenas?
A Educação Infantil é uma modalidade onde o contato está presente em todas as atividades. Quando fazemos Educação Infantil, pensamos imediatamente em prática, em uso de jogos, brinquedos e brincadeiras, em troca, em afeto, em socialização... afinal, são o que embasam a aprendizagem de crianças pequenas. Assim, aprendemos com teóricos renomados, como Vygotksy, Piaget, Wallon, Antunes, Ferreiro, Kishimoto e muitos outros. Mas com a pandemia do novo Coronavírus, essas práticas ficaram inviabilizadas devido à necessidade do distanciamento social. As escolas e professores tiveram que reinventar metodologias e se reinventar enquanto profissionais da educação, para continuar o trabalho de educar nesse novo tempo.
Intrinsicamente ligada a todo esse processo, pois atuo na Educação Infantil, no Fundamental e no Ensino Superior, percebi as dificuldades enfrentadas pela maioria dos professores, em dar continuidade às aulas de modo remoto, assim como as próprias secretarias de educação tiveram um grande trabalho para encontrar um melhor formato à essa demanda. Nada foi ou está sendo fácil nesse cenário de pandemia e de distanciamento. No entanto, nos esforçamos para manter estreitos os laços com nossos pequenos alunos. Gravamos aulas, postamos vídeos, fazemos chamadas de vídeo, mandamos muitos áudios... Tentamos trabalhar os conteúdos e também demonstrar todo o afeto possível através desses meios.
A participação das famílias vem sendo indispensável nesse processo. Mas, vale ressaltar que grande parte dos alunos da escola pública não tem acesso à Internet ou a aparelhos celulares e/ou computadores, excluindo-os de certa forma desse formato educacional. Para esses casos, os professores estão separando atividades impressas, onde as famílias estão recebendo nas escolas, para poder trabalhar os conteúdos com as crianças.
Já são quatro meses sem aulas presenciais e se faz necessário uma reflexão acerca de todo esse cenário educacional. Eu convido você que atua na educação, sobretudo, você professor, para pensarmos... Onde acertamos? Onde erramos? O que precisamos mudar em nossas práticas educativas? Será que nossas formações e capacitações realmente abrangem os conhecimentos que a educação atual e mundial demanda? Será que os responsáveis por equipar e manter as escolas estão cumprindo com as necessidades? Considero que ao voltarmos ao “normal”, nada deva ser simplesmente como antes. Nossas aulas e formações devem ser reforçadas em aspectos tecnológicos, sem perder, é claro, a essência da educação infantil, como já citamos. As escolas devem ser equipadas e cumprir com protocolos de segurança para esse retorno gradual as aulas presenciais.
Profª. Sâmia de Alencar Sousa
Docente do Curso de Pedagogia da UniAteneu
Especialista em Gestão Escolar e Psicopedagogia Clínica e Institucional
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