O Festival Latino Americano de
Canoa Quebrada (Curta Canoa) encampa a bandeira “Cinema contra o golpe” abrindo
espaço na grade de programação para o acompanhamento do julgamento de anistia
do cearense Raimundo Nonato dos Santos Freire, acusado de subversão e levado
preso ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), durante a ditadura
militar no Brasil na década de 1960.
O ex-preso político receberá
pedido de perdão do Estado em julgamento de anistia estadual, às 19h, Na
próxima sexta-feira (08), em frente à Câmara Municipal de Aracati, no Litoral
Leste do Ceará. O julgamento público conta com o apoio da seção local da OAB, da
Universidade Vale do Jaguaribe, da Prefeitura e da Câmara Municipal e do
Festival Curta Canoa, que neste ano elencou filmes sobre o período da ditadura
brasileira.
Sobre Raimundo Nonato
Ao instalar em sua própria
residência um curso pré-vestibular para estudantes pobres, Raimundo Nonato
despertou a atenção das autoridades da repressão política nos primeiros meses
que se seguiram ao golpe militar de 1964. A época foi marcada pelo obscurantismo e
terror cultural, em que o simples fato de alguém ler livros que não fossem os
chamados "livros didáticos" despertava suspeita e perseguição.
Raimundo Nonato teve sua residência invadida, livros apreendidos e destruídos,
e foi levado preso ao DOPS cearense, sob acusação de subversão.
A sessão extraordinária será
realizada pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), por meio da
Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou (CEAWS). A comissão tem a missão de
acolher e julgar pedidos de julgamento e indenização de ex-presos políticos que
ficaram sob a custódia do Estado entre 1961 e 1979.
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