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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Junho] Professora Valeria Zotelli ministra aula em Fortaleza neste fim de semana

A professora Valéria Zotelli, especialista em Direito Tributário, estará nesta hoje (09) e manhã ministrando aula sobre Gestão de Impostos, no MBA de Finanças, realizado pela Sant Paul – Escola de Negócios, em parceria com o IFA7. A disciplina se propõe estudar as regras tributárias do país para gerir a vida empresarial e pessoal com o menor custo fiscal possível, dentro da licitude que permite nosso ordenamento jurídico.

A sonegação fiscal tem um custo social e financeiro incalculável para o Brasil. Seja do grande ou do pequeno empresário ou até mesmo pessoa física. Estudo realizado pelo SINPROFAZ (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda) com dados do exercício de 2016, sobre a evasão fiscal do Brasil, indica uma sonegação de tributos no valor de R$ 571,5 bilhões. Esse número coloca o país em segundo lugar no ranking de país mais sonegador do mundo, perdendo apenas para a Rússia, de acordo levantamento feito pelo grupo internacional Tax Justice Network.

Para minimizar esses danos que têm prejudicado os cofres do governo, a Receita Federal tem lançado mão de mecanismos cada vez mais avançados, expondo toda a “cadeira produtiva” da sonegação. O governo lançou mão da tecnologia e criou um verdadeiro Big Brother, onde todos os movimentos do contribuinte são monitorados.

Desde a informatização introduzida pelo Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), alguns procedimentos adotados usualmente por quem está no regime do Simples ou enquadrado como Microempreendedor Individual (MEI) ficaram ao alcance da Receita.

“Abrir empresa em nome do filho ou do funcionário é prática de alguns empresários – mas, ao fazer chegar o lucro de todas essas empresas para o dono principal, o indivíduo que emprestou o nome para a empresa precisa declarar esses rendimentos e, como não tem como declarar sem pagar Imposto de Renda, acaba ficando exposto”, lembra Valeria Zotelli.

Existem ainda outros mecanismos utilizados pelo governo. Eles avaliam inclusive postagens em redes sociais não condizentes com o patrimônio declarado pelo contribuinte. É analisado se a renda que a pessoa declarou consegue de fato pagar a vida que ostenta. Se isso não bate, eles começam a investigar de onde vem esse dinheiro.

O cruzamento de informações não para por aí. “Quem está dentro das regras do MEI pode ter receita anual até R$ 60 mil reais e, neste caso, paga apenas R$ 50 por mês em impostos. Mas há a exigência de que o MEI só tenha um funcionário – porém alguns têm três funcionários, dos quais dois não registrados formalmente. Se um desses dois entrar na Justiça pedindo vínculo empregatício, por exemplo, o próprio juiz do Trabalho pode enviar a informação para a Receita, evidenciando que a pessoa enquadrada como MEI na verdade não cumpriu a regra”, explica Zotelli.


O cruzamento desses dados tem sido essencial para rastrear os investigados da maior operação contra a corrupção já instalada no Brasil - a operação Lava Jato, que tem ajudado a minimizar os danos. De acordo com a Polícia Federal, já foram recuperados R$ 3,15 bilhões desde o início da operação até janeiro desse ano.

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