FUNCIONAMENTO
// Geral: de segunda a quinta,
das 8h às 22h; e de sexta a domingo e feriados, das 8h às 23h. // Bilheterias:
de terça a domingo, das 14h às 20h.
// Cinema do Dragão-Fundação
Joaquim Nabuco: de terça a domingo, das 14h às 22h.
// Museus e Multigaleria: terça a
sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); sábados, domingos e feriados, das
14h às 21h (acesso até as 20h30). Gratuito.
// Atenção: às segundas-feiras, o
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não abre cinema, cafés, museus,
Multigaleria e bilheterias.
Acompanhe nossa programação
também pelas redes sociais:
Facebook: Centro Dragão do Mar de
Arte e Cultura
Instagram: @dragaodomar
Periscope e Twitter:
@_dragaodomar
► Teatro Infantil [Temporada de
Arte Cearense]
O Mágico de Oz
Cia Camarim de Teatro
Doroth e seu lindo cãozinho Totó,
através da força de vontade e dos sonhos, são levados à Terra de Oz. Por lá,
Doroth faz novos amigos – o Espantalho, o Lenhador de Lata e o Leão Covarde –,
encara perigos, vive histórias fantásticas e precisa enfrentar seus próprios
medos. Depois de tantas aventuras, a menina descobre que seus sapatos de rubi
têm poderes mágicos e podem levá-la para qualquer parte. Mas não existe melhor
lugar do mundo que a própria casa. Um clássico indiscutível entre crianças,
jovens e adultos revelado pela Cia Camarim de Teatro.
Dias 2, 9, 16 e 23 de abril de
2016, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Livre.
► A Farsa do Panelada
Cia Galharufas Produções
Artísticas
No Pedaço, um lugar situado entre
o Céu e o Inferno, Panelada, um ganancioso que fez fortuna vendendo panelas em
intermináveis prestações, atormenta a vida de Dona Marica por conta da dívida
de uma panela de pressão, que ela vem pagando religiosamente há décadas. Porém,
tudo muda quando Santa Edwiges, a protetora dos endividados, e o seu assessor,
Anjo Gabriel, decidem interceder junto da mulher, desconjuntando todas as Leis
do Pedaço, do Céu, Inferno e do Mercado. Na conclusão, a desbocada santa se
alia temporariamente com um desmoralizado demônio, livrando definitivamente
Dona Marica das garras do Panelada.
Dias 2, 9, 16, 23 de abril de
2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). 12
anos.
► Kitanda no Dragão – Feira de
Economia da Negritude
O Centro Dragão do Mar de Arte e
Cultura e a Rede Kilofé de Economia de Negras e Negros realizam, no dia 3 de
abril de 2016, a
primeira edição da Kitanda no Dragão – Feira de Economia da Negritude, que
visa, entre outros objetivos, mobilizar e dar visibilidade às iniciativas de
potencial econômico da população negra no Ceará. Gratuita, a programação inclui
mesa-redonda e plenária sobre Economia de Negras e Negros e Empreendedorismo
Criativo, apresentações artísticas e feira de empreendedores auto-reconhecidos
como negras e negros.
Presidente da Rede Kilofé, Luiz
Bernardo Lamparina explica que o termo “kitanda”, de origem quimbundo (língua
da família banta, falada em Angola), significa mercado, lugar de mercado ou
feira e é também amplamente utilizado por outros povos de tradição banta. A
Kitanda no Dragão será, portanto, este lugar de comercialização, divulgação de
produtos e serviços, mas também espaço de formação para produtores e
empreendedores, espaço de articulação, trocas e contatos para ampliação das
possibilidades de negócios.
A Kitanda no Dragão objetiva
ainda fortalecer as conquistas que a luta do Movimento Negro vem alcançando no
Ceará e no Brasil, por meio da temática da Economia do Negro e/ou Afro
Empreendedorismo, e fazer ecoar aqui, no Ceará, a afirmação do tema da Década
Internacional do Afrodescendente 2015
a 2024, instituída pela Assembleia das Nações Unidas:
Afrodescendentes – Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento.
Nesta primeira edição, às 9h30,
no Auditório do Dragão, o braço de formação da feira apresenta a mesa-redonda
Economia de Negras e Negros no Ceará: Uma Iniciativa Histórica, com Luiz
Bernardo Lamparina; Rede Kilofé de Economia de Negras e Negros – Uma proposta
de sustentabilidade, com Fátima Mesquita, da Mangará Instituto de
Desenvolvimento Sustentável; e Empreendedorismo Criativo, com Johnson Sales, da
Rede e Economia Criativa do Ceará. Após os seminários, abre-se a plenária, com ideias,
compreensões e possíveis respostas para os assuntos expostos.
Das 14h às 20h, na Arena Dragão
do Mar, será realizada a feira com exposição e comercialização de produtos e
serviços de empreendedores locais com a temática das culturas das populações negras
brasileiras e de matriz africana. Estão confirmados os seguintes expositores:
Com Baobá, PretaBiten, Afro Nagô, Lamparina/Nandyala, Adriana de Maria, Ori
Noir, Ateliê da Sil, Mulheres Criativas, Dario Mesquita, Alessandra, Museu de
Bonecas de Pano, Guarderia de Meninos, Luna Confecções, Andre Valente, Pedro
Jorge, Marcos e Marcas, Felly Brown, Menah Acessórios, Elaine Cristiane Alves
Fernandes, Andreza Lima, Inês Artesã, Lucila Arte de Inventar Moda e Dri
Acessórios.
Apresentações artísticas
Além dos seminários e feira, a
Kitanda no Dragão – Feira de Economia da Negritude também compreende
apresentações artísticas. Na Arena Dragão do Mar, às 16h, tem show musical da
Cia Bate Palmas e, às 18h, o Maracatu Nação Iracema.
Já na Praça Verde, o Grupo Nóis
de Teatro apresenta, às 19h, o espetáculo Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio
Negreiro. Vencedor do Prêmio Funarte de
Arte Negra, a montagem narra a saga de um negro (Natanael) que nasce numa
situação muito comum a de muitos brasileiros: vive inserido num sistema de
opressão e violência e, aos 18 anos, resolve entrar pra polícia militar. O
Grupo apresenta uma dramaturgia épica, em que o ator narrador é o grande foco
desta “tragédia afro”, que traz ainda elementos alegóricos e representativos do
universo do movimento negro no Brasil e faz referência direta à mitologia dos
Orixás.
De volta à Arena Dragão do Mar,
às 20h, é a vez de a cantora cearense Lorena Nunes apresentar sua arte.
Temas
Durante o ano de 2016, o Dragão
do Mar e a Rede Kilofé vão realizar quatro edições da Kitanda no Dragão. Cada
edição celebra uma data importante para o Movimento Negro na cidade. A feira do
dia 3 de abril celebra os 133 anos da abolição da escravatura em Fortaleza,
completados no dia 25 de março. A segunda edição – que será realizada no dia 29
de maio – homenageia os 73 anos da abolição da escravidão em Fortaleza,
completados dia 24 de maio.
Em referência ao Dia de Luta da
Mulher Negra Brasileira e Afro-Latino-
Americana e Caribenha (25 de
julho) e também à Teresa de Benguela, líder
quilombola do século XVIII, será
realizada a terceira edição da Kitanda no Dragão, no dia 31 de julho. A última
edição está marcada para o dia 20 de novembro, Dia Consciência Negra e Dia de
Zumbi dos Palmares.
Apoio
A Kitanda no Dragão – Feira de
Economia da Negritude tem o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará
(Secult-CE), na articulação estadual de representações de expressões culturais
de negros e negras, e ainda da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial do Estado do Ceará (Ceppir), da Central Única dos
Trabalhadores (CUT), da Federação dos Trabalhadores Empregados e Empregadas no
Comércio e Serviço do Estado do Ceará (Fetrace), Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra). Parceria: Mangará Instituto para o Desenvolvimento
Sustentável.
Sobre a Rede Kilofé de Economia
de Negras e Negros
Kilofé, palavra de origem na
língua Fon, significa “o que você deseja”. Assim, designa a Rede Kilofé de
Economia de Negras e Negros, que tem, por finalidade, apoiar o desenvolvimento
de grupos de empreendedoras e empreendedores e de microempreendedores
individuais em todas as áreas da atividade econômica, com ênfase no
desenvolvimento, produção e comercialização de produtos e serviços com a
temática das culturas das populações negras brasileiras e de matriz africana,
tais como, artesanato, música, luthieria, alimentação, moda, beleza,
religiosidade, entre outros.
Dia 3 de abril de 2016, das 9h30
às 20h, no Auditório, Arena Dragão do Mar e Praça Verde. Acesso gratuito.
► As Aventuras de Nando e Bia –
Os Viajantes da Paz
Teatro Novo – Adaptação: Rafael
Barbosa – Direção: Sidney Malveira
O espetáculo “As aventuras de
Nando e Bia – Os Viajantes da Paz” conta a história de duas crianças que vêm do
futuro para ajudar o planeta Azul (planeta Terra) em destruição por causa do Sr.
Violência. Chegando aqui, no presente, se deparam com situações do cotidiano,
cantigas e brincadeiras infantis nas quais encontram o possível motivo para o
caos em que o mundo se transformará num futuro não muito distante, de onde eles
vêm. Nando e Bia têm uma missão: construir junto das crianças (do espetáculo e
do público) uma grande e iluminada árvore da Paz.
A copa da arvore é composta pela
luz do coração de cada criança que se compromete a ser um “Missionário da Paz”.
Mas a missão de Nando e Bia só estará completa se conseguirem fazer brilhar, no
topo da árvore, a luz do coração endurecido de uma criança já crescida, que
causou tanta dor ao Planeta Azul, o Sr. Violência.
O Grupo Teatro Novo, ao longo dos
últimos 50 anos, vem contribuindo para o cenário cultural cearense de forma
significativa, no âmbito cultural e social, através da promoção de espetáculos,
oficinas e debates, dentre outras ações desenvolvidas que beneficiam a classe
artística e o público em geral.
Em 2015, o Grupo Teatro Novo
celebrou 50 anos de atividades e, em 2016, realiza a encenação do espetáculo de
teatro infantil inédito “As aventuras de Nando e Bia – Os Viajantes da Paz”
baseado no livro “Pazeante, O Viajante da Paz – Parlendas com Cantigas de Paz”,
de Clovis Nunes, e com adaptação do dramaturgo Rafael Barbosa e direção de
Sidney Malveira.
Esta obra teatral utilizar-se-á
das linguagens do teatro, dança, música, técnicas circenses e projeção 3D, de
forma lúdica, com cantigas de roda e brincadeiras diversas para tratarmos de um
tema sutil, ousado e transformador, a Paz, tão almejada por todos e tão
negligenciada, que nos alimentamos e cultivamos uma cultura de violência, mesmo
que por meio de uma “ingênua” brincadeira ou cantiga de criança.
Sem qualquer ligação ou conotação
religiosa, este espetáculo pretende ser dinâmico e envolvente para convidar à
reflexão de todos, crianças, jovens e adultos sobre uma Paz que pode e deve ser
cultivada nas pequenas situações do nosso cotidiano, para nos distanciarmos
daquilo que nos separa, a Violência, seja por preconceito de cor, credo,
gênero, classe social e tantos outros motivos que não justificam, mas nos
motivam a praticá-la.
Dias 3, 10, 17 e 24 de abril de
2016, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). Livre.
► Teatro da Terça [Temporada de
Arte Cearense]
Prometeu
Habitat de Atores – Nucleo para a
tua ação
No terreiro cênico, a experiência
de uma desmontada construção da mítica prisão de Prometeu, aquele que vê
antes. Em repiques de tocaia, a história
do titã convida-nos dubiamente a dançar em comunidade, trazendo à baila
reflexos sobre poder, conhecimento e decisões.
Dias 5, 12, 19 e 26 de abril de
2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia).
Classificação etária: 16 anos.
►Abertura da exposição Reflexos
da Alma
Artista: Dora Moreira
O Centro Dragão do Mar de Arte e
Cultura apresenta a exposição Reflexos da Alma, da artista Dora Moreira. A
partir de cinco peças, a artista utiliza do elemento espelho para instigar no
observador a percepção do que foge à retina. Da sensação ao objeto observado,
entrar na toca do coelho e perscrutar outros universos. Desdobram-se assim
sombras e reflexos.
Em exposição de 5 de abril a 5 de
maio de 2016, na Varanda dos Museus.
Visitação: de terça a sexta, das 9h às 19h (com acesso até as 18h30); e aos
sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (com acesso até as 20h30).
Gratuito.
► Mostra de Dança Experimental
[Temporada de Arte Cearense]
Flashes, de Marina Carleial,
Karla Brito e Tiago Lopes
Cena. Fotografia. Imagem. Corpo.
Dança.
Solo de Barro, de Nívea Jorge
Barro. Elemento imagético e
sensorial. É o mote para explorar o desconhecido: planos, eixos, texturas,
toques – numa descoberta de novos percursos corporais através da motricidade
articular. O diálogo de dois corpos, entre movimentos e sonoridades, na busca
da (re)significância do “eu” ancestral percebendo o corpo como sujeito e objeto
de arte. Vivências que refletem o eco da natureza humana e inanimada. “Filhos
criados no leite de barro. No chão de terra batida. No torno da vida.”
Dias 6, 13, 20 e 27 de abril de
2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Livre.
► Debate com Ginga
Com Mestre Rafael Magnata
(Capoeira Angola Òrun Àiyé)
O Debate com Ginga é realizado
uma vez por mês no Auditório do Dragão do Mar, proporcionando discussões de
temáticas que se relacionam com a capoeira. Realizado pelo Grupo Capoeira
Brasil, promove ainda oficinas e vivências de manifestações afro-brasileiras ou
relacionadas com a capoeira. O debate promove a troca de saberes ao convidar
pessoas oriundas de diversos setores da sociedade e de campos do saber.
“O Debate com Ginga é uma
proposta de ir além dos espaços mais tradicionais da capoeira, instigando os
capoeiristas a buscarem ampliar suas fontes de conhecimento e suas visões das
temáticas que atravessam nossa arte”, afirma Luciano Hebert, corda marrom do
Grupo Capoeira Brasil e coordenador do projeto.
Nesta edição, sob o tema “A
Capoeira Angola em Fortaleza”, o debate contará com a presença do Mestre Rafael
Magnata (Capoeira Angola Òrun Àiyé), que compartilhará suas pesquisas e
vivências sobre a capoeira angola. O evento é aberto ao público.
A Capoeira e o Grupo Capoeira
Brasil
A origem da Capoeira ainda hoje é
discutida por diversos estudiosos da área, mas acredita-se que ela remonta aos
tempos da escravidão e provavelmente foi criada pelos negros escravos aqui no
Brasil na ânsia de se libertarem. A capoeira atravessou diversas fases e
inúmeras adversidades, sendo até considerada uma prática ilegal e proibida.
Segundo o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Capoeira encontra-se presente em todo
o território nacional e em mais de 150 países, tornando-se inviável contabilizar
o número de praticantes. A Capoeira hoje é incentivada e amparada por Lei
federal e em 2008 foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil,
sendo candidata a tornar-se patrimônio da humanidade.
O Grupo Capoeira Brasil, fundado
em 1988 (ano de comemoração de 100 anos da abolição da escravatura), na cidade
de Niterói, pelos mestres Paulinho Sabiá (Niterói – RJ), Boneco (Barra - RJ) e
Paulão Ceará (Fortaleza - CE), surgiu com o objetivo de incentivar, divulgar e
resgatar a cultura e a arte da Capoeira, valendo-se desse instrumento como um
meio de transformação e incentivando os praticantes a se tornarem cidadãos
críticos.
Dia 6 de abril de 2016, às 19h,
no Auditório. Gratuito.
► Mostra de Videografias
Performativas e Mostra Entre-Performances
Cada vez mais presente no
dia-a-dia das grandes cidades, a performance é uma linguagem artística que pode
ganhar vida em qualquer lugar, a depender da proposta e criatividade do
artista. Em abril, variadas atrações dessa linguagem vão tomar as ruas do
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, com a Mostra de Videografias
Performativas e a Mostra Entre-Performances.
As mostras são realizada pelo
Dragão do Mar em parceria com o festival Ponto.CE e Aproince (Associação dos
Produtores Independentes do Ceará). De 7 a 22 de abril, a Multigaleria recebe a Mostra
de Videografias Performativas, com trabalhos de seis artistas/grupos. Já nos
dias 15, 16 e 17 de abril, espalham-se pelo Dragão apresentações da Mostra
Entre-Performances.
>>> Mostra de
Videografias Performativas
Fortaleza é um ovo
De Marcelo Ikeda
É uma performance apresentada por
Sara Síntique, realizada no Passeio Público, em Fortaleza, como parte da
programação do Mês da Fotografia. Nele, Sara quebra 90 ovos em diversas áreas
de seu próprio corpo, enquanto executa um conjunto de ações. O cinegrafista
Marcelo Ikeda tomou como base a performance de Sara Sítique para realizar uma
obra audiovisual promovendo o diálogo entre as manifestações artísticas, algo
que se aproxime do vídeo, da performance e da dança. Desse modo, Ikeda não se
preocupa em meramente registrar a performance de Sara, mas promover o diálogo
entre o ato performático e a linguagem audiovisual.
"Quebra de ovos. Banho de
ovos. Para além das metáforas sobre essa "Fortaleza Ovo", ou sobre o
ovo em si, eu queria na imagem esse amarelo, essa cor de sol que toma a cidade
inteira na maior parte do tempo. Esse amarelo que cega, que queima, que é corpo
urbano, corpo da cidade luz. Mas a primeira imagem, na criação, era a do corpo
que se derrama, que são sabe para onde vai. É o que tenho sentindo aqui, dos
rumores da cidade. A forma dela mudando, se destruindo para a construção de um
novo estado de ser – muitas vezes ou quase sempre, incerto e de aflição. O
incômodo, o cheiro, a dificuldade da quebra – tudo sensorial e diante dos
olhos. E havia também o sair de casa. Dar vista para a rua. Escolher a rua.
Fugir do ninho, desse algo frágil que está entre nós – frágil, mas potente,
porque nos separa. É sobre o que se faz quando é preciso romper a crosta,
partir a casa que nos protege. Durante o processo, eu descubro desse muro as
suas lascas e seus impasses. Descubro, na quebra, o movimento, e este me
permite tornar pó as arestas. A imagem é estranha, suja. Muitas vezes, asco. E
esse asco, é nesse asco, é bela. Como muito do que vejo e do que sinto e
sentimos daqui. Fortaleza é um ovo, certamente, para além da significação de um
tal ciclo de pessoas conhecidas".
*Projeto contemplado pelos
Editais Culturais do Dragão do Mar
Vo(L)to
Ogiva – ação.imagem
Foi criado a partir do cotidiano
pessoal transformado em arte/ativismo e das inquietações que ocorrem no período
eleitoral. Os onze candidatos à presidência do Brasil carregam discursos e
argumentos e a sociedade civil carrega a decisão. Decisão por qual lógica? Que
peso é esse que carregamos que volta à cada Eleição?
Criada em 2014, a Ogiva – ação.imagem
tem como foco de pesquisa discussões que surgem a partir de datas e
acontecimentos da sociedade atual. O objeto artístico trabalhado é móvel e
modificado, autônomo, temporário e transitório. A performance Vo(l)to,
idealizada e realizada pelo performer Aquele Mario, foi impulsionada pelas
discussões sobre o sistema político vigente, ao representar, através de pedras,
os candidatos à presidência e o título de eleitor, na qual o performer carregou
durante 3 horas de deslocamento até o local de votação.
Com a captação de imagens de
Marie Auip e o olhar artístico de Ágata Melquíades, a performance se
transformou em vídeo.
Desde 2014, o video-performance Vo(l)to já foi apresentado no
Festival Ipêrformático em
Campo Grande (MS), Festival IP com circulação Nacional, na
Mostra Convergência em Palmas (TO), do Sesc Tocantins, e foi contemplado pelo
Editais Culturais 2015/2016, do Instituto Dragão do Mar, em Fortaleza (CE).
*Projeto contemplado pelos
Editais Culturais do Dragão do Mar
Pachamama
Natalia Coehl
É uma ação performativa de grande
impacto, que questiona a produção e o descarte do lixo, trazendo em evidência
aquilo que não se tem interesse em
ver. A intervenção se inicia duas semanas antes, a partir do
acúmulo de lixo produzido neste período. Todos estes resíduos são amarrados em
uma rede de pesca, criando assim a indumentária da performance. O intuito é
trazer para o corpo a sensação de estar sufocada e presa, dificultando assim a
movimentação.
O figurino provoca emoções
criando, a partir delas, uma dança improvisada, que possibilita uma interação
surreal com os transeuntes e o espaço. Modifica-se assim a atmosfera do local,
deixando o acaso, as incertezas e as reais sensações acontecerem através das
imagens apresentadas.
*Projeto contemplado pelos
Editais Culturais do Dragão do Mar
Dia Internacional do Cafuné
Juliana Capibaribe
Ação performática: de vida: de
rezo: disseminação do dia Internacional do Cafuné e da Reza de Embalar da
personagem fictícia 'A Rezadeira Vândala'. Intervenção Artística na Avenida
Paulista, no dia 12 de janeiro de 2016, durante a manifestação contra a tarifa
de R$ 3,80.
(...)
.Divulgação de uma notícia de
comemoração inventada: dia internacional do Cafuné.
.Disseminação de um rezo vândalo:
reza de Embalar Seu Menino e Dona Menina.
.Fazer existir de uma personagem:
A Rezadeira Vândala, que surgiu junto às notícias de manifestações políticas em
2013 e 2014, em Fortaleza.
Mensurar
Waléria Américo
Andar deitada, cobrir uma
extensão com o corpo e demarcar o tamanho do lugar por cada pausa. A coleção de
medidas particulares somam a imprecisão. Miragem em ato para a cidade ou imagem
ponte da qual liga distâncias sentidas. Mais: http://muros.art.br/?page_id=1124
Atalho para o nada
Júnior Pimenta
Mais informações em breve.
De 7 a 22 de abril, na
Multigaleria. Visitação: de terça a sexta, das 10h às 22h (com acesso até das
21h30); e sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (com acesso até as
20h30). Acesso gratuito. Classificação Livre.
>>> Mostra
Entre-Performances
Dia 15
Os Cegos
Desvio Coletivo
É uma performance urbana
realizada pelo Desvio Coletivo em parceria com o Laboratório de Práticas
Performativas da Universidade de São Paulo. Seu caráter de obra aberta remete a
diferentes leituras: a redução da nossa existência à função produtiva e ao
consumo, o excesso de trabalho, o aprisionamento e a petrificação da vida, a
automatização do cotidiano, a degeneração ética que se alastra no atual estágio
da sociedade. A proposta visual de Cegos faz uma crítica à condição massacrante
característica de todo tipo de trabalho corporativo iconizado no terno e
gravata usados pelos homens e no terninho ou tailleur adotado por mulheres nas
grandes metrópoles.
Com a obra, desenvolve-se a
pesquisa em cena relacional em espaços urbanos, que teatraliza homens e
mulheres vestidos a rigor, vendados e cobertos de lama, criticando a cegueira
social dos detentores dos poderes executivo, legislativo e econômico, assim como
simbolizando a alienação decorrente da condição massacrante característica de
todo tipo de trabalho corporativo.
A intervenção é realizada a
partir de oficinas teóricas e práticas, oportunidade em que o coro performativo
se forma e o trabalho ganha vida. A estreia de CEGOS foi na Avenida Paulista,
seguida de ação no Rio de Janeiro, em 2012. A performance foi desenvolvida com o
grupo de atores em Paris, a versão Consumo, também apresentada em Natal (RN),
em 2013. Durante o ano de 2014,
a pesquisa se desenvolveu, no sentido da inclusão dos
participantes no planejamento e nas adaptações cênicas realizadas em diversas
cidades dentro e fora do país.
A obra foi selecionada para
integrar o Programa Palco Giratório do Sesc, circulando quase todas as capitais
brasileiras, além de ter sido contemplada pelo edital da Pró-Reitoria de
Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo, dentro do projeto
"Cidades em Performance" e circulou em Paris, Amsterdam, Barcelona,
Ilha da Madeira e Nova York.
Em 2015, a intervenção
representou o Brasil na Quadrienal Internacional de Praga, na República Tcheca,
bem como participou da Virada Cultural de São Paulo e do Festival Internacional
de Dança de Londrina (PR). Ainda em 2015, o projeto foi contemplado pelo Prêmio
Funarte de Teatro Myriam Muniz, na categoria Circulação, prevendo mais dez
apresentações em estados em que ainda não foi realizado. Em 2016, é realizada em San José em Costa Rica,
em parceria com a Escola de Artes Dramáticas da Universidade de Costa Rica e
LAB Memoria de la artes escénicas. Desde de sua criação, são aproximadamente
cinquenta apresentações em 21 estados brasileiros, e sete países, envolvendo em
sua trajetória mais de mil participantes.
16h > Percurso urbano –
Entorno do Dragão do Mar
O Lixo também ergue muros:
CORPOENTORNO
Artur Dória
Um processo que o artista
denomina de "mistura caminhante". Retalhos de imagens experimentais
que entortam e embaçam a vista; sentido mais valia. O quê|quem será esse que
caminha entre passantes, tão afoitos por se divertir? Ele se avoluma em
resquícios, partes indecifráveis de um entorno desaparecido, que só oferece as
margens a uma cidade escancaradamente desovada. Zona morta? É na experiência
íntima deste choque que um híbrido é gerado. Um corpo-muro que se desloca em
direções indistintas, não anunciadas.
Também um corpo-resto ou
corpo-entulho, formado por aquilo que fora praticado em caminhada, foto, vídeo,
texto, coleta, conversa. Práticas que foram se afirmando. Caminhada corajosa,
enveredando por horários vazios, experimentando sensações hostis. O corpo,
neste entremeio, se veste destes restos que agora se assentam maleáveis na pele
deste caminhante, explorador experimental.
O corpo, em transmutação,
torna-se um conjunto estranho. Espaço sensível que vive das estranhezas
urbanas, que só vê a movimentação quando anoitece em dia de festa, em horários,
por assim dizer, turísticos. A cidade ali está em falta, barrada de sua
ocorrência. Mas, ao invés de entrar, nesta que sublinho como zona de segurança,
eu quero sair; eu vou sair. Saiu. O corpo - não mais o meu, despossuído - é
esse fora|dentro que se oferece ao mundo, um entrecruzamento de sensações que
são aterradas de qualquer convicção.
Este corpo estranho é este que
invade e desestabiliza a paciência dos que não querem se envolver. É um imã
provocador porque quer saber o que muitos outros esqueceram que sabiam. Corpo
que faz proximidade com aquilo que é desagradável ou se faz imperceptível aos
sentidos em outros horários do dia. O corpo, caminhando vestido destes dejetos
que entopem e atravessam estes espaços, é uma lembrança, um souvenir que
reverbera, em um esforço exaustivo, uma vontade aguerrida de resistir ao
esquecimento.
19h > Percurso urbano partindo
da passarela do Dragão do Mar
*Projeto contemplado pelos
Editais Culturais do Dragão do Mar
Heólia
Vanessa Santos
Heólia tem como tema a relação do
ar com o corpo e suas poéticas. Um devir-coisa fecundado pelo deslocamento
dessas fronteiras que delimitam o sujeito e o objeto gerando outras subjetividades
a partir de um elemento-corpo em comum, o ar. Ele na obra preenche, atravessa e
transforma os corpos em um só. Ar esse que é corpo que afeta e compõe. O
processo iniciou no final de 2013 em um laboratório de criação no curso de
Bacharelado em Dança da Universidade Federal do Ceará.
20h > na Multigaleria
Dia 16
"Bichxs - Alimente os
Animais"
No Barraco da Constância Tem!
Ação. Transição. Tempos e espaços
variantes. Mobilidade. Efemeridade. Investigação de volumes. Agenciamento de
planos. Equilíbrio provisório. Superfície lisa. Criação de imagens. A obra e o
espaço público. A cidade como uma selva plural. A obra e o público. Dualismo
entre o fetiche contemplativo e a intimidade interativa, proporcionando
diferentes tipos de relação.
Pessoas variantes diante da obra
ou juntas à obra. Estar diante de ou estar com. O entre o popismo e o
experimentalismo. O uso e o não-uso de artifícios como magnetismo. A
espetacularização e o não-espetáculo. Caracterizar-se e despir-se. Processo.
Realidade possível.
O que é possível ao corpo na sua
relação com o espaço se nos desfizermos de humanos para sermos transitoriedades
em corpos que permutam a cidade como uma selva plural? O que é possível quando
existe uma proposição de ação para um determinado espaço urbano onde se almeja
a possibilidade de compor uma paisagem diferente, mas com seus carros, seus
asfaltos e suas luzes artificiais fazendo parte de uma floresta com mato em
mistura?
19h > na Multigaleria
Lutus
Eric Barbosa e Diego Salvador
A solenidade da circunstância , a
opulência da comitiva só servem para enfatizar o drama da situação. Quanto
maior o apego... maior o sofrimento do luto. Rações e interpretações reativas a
uma perda significativa, geralmente, pela morte de outro ser, perda material,
objeto, sentidos e vigor. O luto em diferentes formas de expressão em culturas
distintas e atemporais, sem buscas assertivas referenciais de tempo. A perda,
aperto no peito, vazio e silêncio no corpo-fala; aliadas aos sentimentos
naturais de interpretação, dessa condição. ser/estar vivo. Descamar-se,
repartir, romper frestas, criar rupturas através de métodos de fuga.
O processo criativo performático
apresentado pelos artistas Eric Barbosa e Diego Salvador retratam o luto como
representação e seus desdobramentos por fases sensoriais e como cada ser lida
com seus processos de luto. O trabalho desenvolvido evolui de acordo com as
lembranças apresentadas de cada artista e, da forma como são abordadas e
expostas, representando o luto pessoal de cada. Seus estigmas, traumas, dores,
figuras, objetos, a simplicitude, o resguardo, o silêncio, pseudo-superações,
sons e escutas íntimas em um brado de resignações, expostas como disparador do
ato performático dos artistas aqui envolvidos.
O processo de pesquisa da
performance foi baseado nas obras do pintor russo Ivan Kramskoi (1837-1887). O
tipo de pintura que é produzido por Kramskoi tem algo de realista e que possui
uma forte ligação como um profundo observador e intérprete da natureza humana.
Nas obras, a expressão de suas impressões, comedida, rigorosa e simples. Na
elaboração da performance, a pintura Tristeza Inconsolável serviu como referência,
cujo artista adotou a heroína com as características do retrato de sua esposa
SN Kramskaya.
21h > na Arena Dragão do Mar
Dia 17
Pedras Portuguesas – Pedras que
se deslocam
Ana Carla de Souza, William
Pereira Monte e Honório Felix
Espaços públicos, experiências,
afetos, percepções, cidades.
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário