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quinta-feira, 7 de abril de 2016

Dragão do Mar] Programação cultural de abril de 2016, no Dragão do Mar

FUNCIONAMENTO

// Geral: de segunda a quinta, das 8h às 22h; e de sexta a domingo e feriados, das 8h às 23h. // Bilheterias: de terça a domingo, das 14h às 20h.
// Cinema do Dragão-Fundação Joaquim Nabuco: de terça a domingo, das 14h às 22h.
// Museus e Multigaleria: terça a sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (acesso até as 20h30). Gratuito.

// Atenção: às segundas-feiras, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não abre cinema, cafés, museus, Multigaleria e bilheterias.

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► Teatro Infantil [Temporada de Arte Cearense]
O Mágico de Oz
Cia Camarim de Teatro

Doroth e seu lindo cãozinho Totó, através da força de vontade e dos sonhos, são levados à Terra de Oz. Por lá, Doroth faz novos amigos – o Espantalho, o Lenhador de Lata e o Leão Covarde –, encara perigos, vive histórias fantásticas e precisa enfrentar seus próprios medos. Depois de tantas aventuras, a menina descobre que seus sapatos de rubi têm poderes mágicos e podem levá-la para qualquer parte. Mas não existe melhor lugar do mundo que a própria casa. Um clássico indiscutível entre crianças, jovens e adultos revelado pela Cia Camarim de Teatro.

Dias 2, 9, 16 e 23 de abril de 2016, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Livre.


► A Farsa do Panelada
Cia Galharufas Produções Artísticas

No Pedaço, um lugar situado entre o Céu e o Inferno, Panelada, um ganancioso que fez fortuna vendendo panelas em intermináveis prestações, atormenta a vida de Dona Marica por conta da dívida de uma panela de pressão, que ela vem pagando religiosamente há décadas. Porém, tudo muda quando Santa Edwiges, a protetora dos endividados, e o seu assessor, Anjo Gabriel, decidem interceder junto da mulher, desconjuntando todas as Leis do Pedaço, do Céu, Inferno e do Mercado. Na conclusão, a desbocada santa se alia temporariamente com um desmoralizado demônio, livrando definitivamente Dona Marica das garras do Panelada.

Dias 2, 9, 16, 23 de abril de 2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). 12 anos.


► Kitanda no Dragão – Feira de Economia da Negritude

O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e a Rede Kilofé de Economia de Negras e Negros realizam, no dia 3 de abril de 2016, a primeira edição da Kitanda no Dragão – Feira de Economia da Negritude, que visa, entre outros objetivos, mobilizar e dar visibilidade às iniciativas de potencial econômico da população negra no Ceará. Gratuita, a programação inclui mesa-redonda e plenária sobre Economia de Negras e Negros e Empreendedorismo Criativo, apresentações artísticas e feira de empreendedores auto-reconhecidos como negras e negros.

Presidente da Rede Kilofé, Luiz Bernardo Lamparina explica que o termo “kitanda”, de origem quimbundo (língua da família banta, falada em Angola), significa mercado, lugar de mercado ou feira e é também amplamente utilizado por outros povos de tradição banta. A Kitanda no Dragão será, portanto, este lugar de comercialização, divulgação de produtos e serviços, mas também espaço de formação para produtores e empreendedores, espaço de articulação, trocas e contatos para ampliação das possibilidades de negócios.

A Kitanda no Dragão objetiva ainda fortalecer as conquistas que a luta do Movimento Negro vem alcançando no Ceará e no Brasil, por meio da temática da Economia do Negro e/ou Afro Empreendedorismo, e fazer ecoar aqui, no Ceará, a afirmação do tema da Década Internacional do Afrodescendente 2015 a 2024, instituída pela Assembleia das Nações Unidas: Afrodescendentes – Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento.

Nesta primeira edição, às 9h30, no Auditório do Dragão, o braço de formação da feira apresenta a mesa-redonda Economia de Negras e Negros no Ceará: Uma Iniciativa Histórica, com Luiz Bernardo Lamparina; Rede Kilofé de Economia de Negras e Negros – Uma proposta de sustentabilidade, com Fátima Mesquita, da Mangará Instituto de Desenvolvimento Sustentável; e Empreendedorismo Criativo, com Johnson Sales, da Rede e Economia Criativa do Ceará. Após os seminários, abre-se a plenária, com ideias, compreensões e possíveis respostas para os assuntos expostos.

Das 14h às 20h, na Arena Dragão do Mar, será realizada a feira com exposição e comercialização de produtos e serviços de empreendedores locais com a temática das culturas das populações negras brasileiras e de matriz africana. Estão confirmados os seguintes expositores: Com Baobá, PretaBiten, Afro Nagô, Lamparina/Nandyala, Adriana de Maria, Ori Noir, Ateliê da Sil, Mulheres Criativas, Dario Mesquita, Alessandra, Museu de Bonecas de Pano, Guarderia de Meninos, Luna Confecções, Andre Valente, Pedro Jorge, Marcos e Marcas, Felly Brown, Menah Acessórios, Elaine Cristiane Alves Fernandes, Andreza Lima, Inês Artesã, Lucila Arte de Inventar Moda e Dri Acessórios.

Apresentações artísticas
           
Além dos seminários e feira, a Kitanda no Dragão – Feira de Economia da Negritude também compreende apresentações artísticas. Na Arena Dragão do Mar, às 16h, tem show musical da Cia Bate Palmas e, às 18h, o Maracatu Nação Iracema.

Já na Praça Verde, o Grupo Nóis de Teatro apresenta, às 19h, o espetáculo Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro.  Vencedor do Prêmio Funarte de Arte Negra, a montagem narra a saga de um negro (Natanael) que nasce numa situação muito comum a de muitos brasileiros: vive inserido num sistema de opressão e violência e, aos 18 anos, resolve entrar pra polícia militar. O Grupo apresenta uma dramaturgia épica, em que o ator narrador é o grande foco desta “tragédia afro”, que traz ainda elementos alegóricos e representativos do universo do movimento negro no Brasil e faz referência direta à mitologia dos Orixás.
De volta à Arena Dragão do Mar, às 20h, é a vez de a cantora cearense Lorena Nunes apresentar sua arte.

Temas

Durante o ano de 2016, o Dragão do Mar e a Rede Kilofé vão realizar quatro edições da Kitanda no Dragão. Cada edição celebra uma data importante para o Movimento Negro na cidade. A feira do dia 3 de abril celebra os 133 anos da abolição da escravatura em Fortaleza, completados no dia 25 de março. A segunda edição – que será realizada no dia 29 de maio – homenageia os 73 anos da abolição da escravidão em Fortaleza, completados dia 24 de maio.

Em referência ao Dia de Luta da Mulher Negra Brasileira e Afro-Latino-
Americana e Caribenha (25 de julho) e também à Teresa de Benguela, líder
quilombola do século XVIII, será realizada a terceira edição da Kitanda no Dragão, no dia 31 de julho. A última edição está marcada para o dia 20 de novembro, Dia Consciência Negra e Dia de Zumbi dos Palmares.

Apoio

A Kitanda no Dragão – Feira de Economia da Negritude tem o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), na articulação estadual de representações de expressões culturais de negros e negras, e ainda da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Estado do Ceará (Ceppir), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Federação dos Trabalhadores Empregados e Empregadas no Comércio e Serviço do Estado do Ceará (Fetrace), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Parceria: Mangará Instituto para o Desenvolvimento Sustentável.

Sobre a Rede Kilofé de Economia de Negras e Negros

Kilofé, palavra de origem na língua Fon, significa “o que você deseja”. Assim, designa a Rede Kilofé de Economia de Negras e Negros, que tem, por finalidade, apoiar o desenvolvimento de grupos de empreendedoras e empreendedores e de microempreendedores individuais em todas as áreas da atividade econômica, com ênfase no desenvolvimento, produção e comercialização de produtos e serviços com a temática das culturas das populações negras brasileiras e de matriz africana, tais como, artesanato, música, luthieria, alimentação, moda, beleza, religiosidade, entre outros.

Dia 3 de abril de 2016, das 9h30 às 20h, no Auditório, Arena Dragão do Mar e Praça Verde. Acesso gratuito.


► As Aventuras de Nando e Bia – Os Viajantes da Paz
Teatro Novo – Adaptação: Rafael Barbosa – Direção: Sidney Malveira

O espetáculo “As aventuras de Nando e Bia – Os Viajantes da Paz” conta a história de duas crianças que vêm do futuro para ajudar o planeta Azul (planeta Terra) em destruição por causa do Sr. Violência. Chegando aqui, no presente, se deparam com situações do cotidiano, cantigas e brincadeiras infantis nas quais encontram o possível motivo para o caos em que o mundo se transformará num futuro não muito distante, de onde eles vêm. Nando e Bia têm uma missão: construir junto das crianças (do espetáculo e do público) uma grande e iluminada árvore da Paz.

A copa da arvore é composta pela luz do coração de cada criança que se compromete a ser um “Missionário da Paz”. Mas a missão de Nando e Bia só estará completa se conseguirem fazer brilhar, no topo da árvore, a luz do coração endurecido de uma criança já crescida, que causou tanta dor ao Planeta Azul, o Sr. Violência.  

O Grupo Teatro Novo, ao longo dos últimos 50 anos, vem contribuindo para o cenário cultural cearense de forma significativa, no âmbito cultural e social, através da promoção de espetáculos, oficinas e debates, dentre outras ações desenvolvidas que beneficiam a classe artística e o público em geral.
Em 2015, o Grupo Teatro Novo celebrou 50 anos de atividades e, em 2016, realiza a encenação do espetáculo de teatro infantil inédito “As aventuras de Nando e Bia – Os Viajantes da Paz” baseado no livro “Pazeante, O Viajante da Paz – Parlendas com Cantigas de Paz”, de Clovis Nunes, e com adaptação do dramaturgo Rafael Barbosa e direção de Sidney Malveira.

Esta obra teatral utilizar-se-á das linguagens do teatro, dança, música, técnicas circenses e projeção 3D, de forma lúdica, com cantigas de roda e brincadeiras diversas para tratarmos de um tema sutil, ousado e transformador, a Paz, tão almejada por todos e tão negligenciada, que nos alimentamos e cultivamos uma cultura de violência, mesmo que por meio de uma “ingênua” brincadeira ou cantiga de criança.

Sem qualquer ligação ou conotação religiosa, este espetáculo pretende ser dinâmico e envolvente para convidar à reflexão de todos, crianças, jovens e adultos sobre uma Paz que pode e deve ser cultivada nas pequenas situações do nosso cotidiano, para nos distanciarmos daquilo que nos separa, a Violência, seja por preconceito de cor, credo, gênero, classe social e tantos outros motivos que não justificam, mas nos motivam a praticá-la.

Dias 3, 10, 17 e 24 de abril de 2016, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). Livre.



► Teatro da Terça [Temporada de Arte Cearense]
Prometeu
Habitat de Atores – Nucleo para a tua ação
No terreiro cênico, a experiência de uma desmontada construção da mítica prisão de Prometeu, aquele que vê antes.  Em repiques de tocaia, a história do titã convida-nos dubiamente a dançar em comunidade, trazendo à baila reflexos sobre poder, conhecimento e decisões.

Dias 5, 12, 19 e 26 de abril de 2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Classificação etária: 16 anos.


►Abertura da exposição Reflexos da Alma
Artista: Dora Moreira

O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura apresenta a exposição Reflexos da Alma, da artista Dora Moreira. A partir de cinco peças, a artista utiliza do elemento espelho para instigar no observador a percepção do que foge à retina. Da sensação ao objeto observado, entrar na toca do coelho e perscrutar outros universos. Desdobram-se assim sombras e reflexos.

Em exposição de 5 de abril a 5 de maio  de 2016, na Varanda dos Museus. Visitação: de terça a sexta, das 9h às 19h (com acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (com acesso até as 20h30). Gratuito.


► Mostra de Dança Experimental [Temporada de Arte Cearense]

Flashes, de Marina Carleial, Karla Brito e Tiago Lopes
Cena. Fotografia. Imagem. Corpo. Dança.

Solo de Barro, de Nívea Jorge
Barro. Elemento imagético e sensorial. É o mote para explorar o desconhecido: planos, eixos, texturas, toques – numa descoberta de novos percursos corporais através da motricidade articular. O diálogo de dois corpos, entre movimentos e sonoridades, na busca da (re)significância do “eu” ancestral percebendo o corpo como sujeito e objeto de arte. Vivências que refletem o eco da natureza humana e inanimada. “Filhos criados no leite de barro. No chão de terra batida. No torno da vida.”


Dias 6, 13, 20 e 27 de abril de 2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Livre.


► Debate com Ginga
Com Mestre Rafael Magnata (Capoeira Angola Òrun Àiyé)

O Debate com Ginga é realizado uma vez por mês no Auditório do Dragão do Mar, proporcionando discussões de temáticas que se relacionam com a capoeira. Realizado pelo Grupo Capoeira Brasil, promove ainda oficinas e vivências de manifestações afro-brasileiras ou relacionadas com a capoeira. O debate promove a troca de saberes ao convidar pessoas oriundas de diversos setores da sociedade e de campos do saber.

“O Debate com Ginga é uma proposta de ir além dos espaços mais tradicionais da capoeira, instigando os capoeiristas a buscarem ampliar suas fontes de conhecimento e suas visões das temáticas que atravessam nossa arte”, afirma Luciano Hebert, corda marrom do Grupo Capoeira Brasil e coordenador do projeto.

Nesta edição, sob o tema “A Capoeira Angola em Fortaleza”, o debate contará com a presença do Mestre Rafael Magnata (Capoeira Angola Òrun Àiyé), que compartilhará suas pesquisas e vivências sobre a capoeira angola. O evento é aberto ao público.

A Capoeira e o Grupo Capoeira Brasil
A origem da Capoeira ainda hoje é discutida por diversos estudiosos da área, mas acredita-se que ela remonta aos tempos da escravidão e provavelmente foi criada pelos negros escravos aqui no Brasil na ânsia de se libertarem. A capoeira atravessou diversas fases e inúmeras adversidades, sendo até considerada uma prática ilegal e proibida.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Capoeira encontra-se presente em todo o território nacional e em mais de 150 países, tornando-se inviável contabilizar o número de praticantes. A Capoeira hoje é incentivada e amparada por Lei federal e em 2008 foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, sendo candidata a tornar-se patrimônio da humanidade.

O Grupo Capoeira Brasil, fundado em 1988 (ano de comemoração de 100 anos da abolição da escravatura), na cidade de Niterói, pelos mestres Paulinho Sabiá (Niterói – RJ), Boneco (Barra - RJ) e Paulão Ceará (Fortaleza - CE), surgiu com o objetivo de incentivar, divulgar e resgatar a cultura e a arte da Capoeira, valendo-se desse instrumento como um meio de transformação e incentivando os praticantes a se tornarem cidadãos críticos.

Dia 6 de abril de 2016, às 19h, no Auditório. Gratuito.


► Mostra de Videografias Performativas e Mostra Entre-Performances

Cada vez mais presente no dia-a-dia das grandes cidades, a performance é uma linguagem artística que pode ganhar vida em qualquer lugar, a depender da proposta e criatividade do artista. Em abril, variadas atrações dessa linguagem vão tomar as ruas do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, com a Mostra de Videografias Performativas e a Mostra Entre-Performances.

As mostras são realizada pelo Dragão do Mar em parceria com o festival Ponto.CE e Aproince (Associação dos Produtores Independentes do Ceará). De 7 a 22 de abril, a Multigaleria recebe a Mostra de Videografias Performativas, com trabalhos de seis artistas/grupos. Já nos dias 15, 16 e 17 de abril, espalham-se pelo Dragão apresentações da Mostra Entre-Performances.

>>> Mostra de Videografias Performativas

Fortaleza é um ovo
De Marcelo Ikeda
É uma performance apresentada por Sara Síntique, realizada no Passeio Público, em Fortaleza, como parte da programação do Mês da Fotografia. Nele, Sara quebra 90 ovos em diversas áreas de seu próprio corpo, enquanto executa um conjunto de ações. O cinegrafista Marcelo Ikeda tomou como base a performance de Sara Sítique para realizar uma obra audiovisual promovendo o diálogo entre as manifestações artísticas, algo que se aproxime do vídeo, da performance e da dança. Desse modo, Ikeda não se preocupa em meramente registrar a performance de Sara, mas promover o diálogo entre o ato performático e a linguagem audiovisual.

"Quebra de ovos. Banho de ovos. Para além das metáforas sobre essa "Fortaleza Ovo", ou sobre o ovo em si, eu queria na imagem esse amarelo, essa cor de sol que toma a cidade inteira na maior parte do tempo. Esse amarelo que cega, que queima, que é corpo urbano, corpo da cidade luz. Mas a primeira imagem, na criação, era a do corpo que se derrama, que são sabe para onde vai. É o que tenho sentindo aqui, dos rumores da cidade. A forma dela mudando, se destruindo para a construção de um novo estado de ser – muitas vezes ou quase sempre, incerto e de aflição. O incômodo, o cheiro, a dificuldade da quebra – tudo sensorial e diante dos olhos. E havia também o sair de casa. Dar vista para a rua. Escolher a rua. Fugir do ninho, desse algo frágil que está entre nós – frágil, mas potente, porque nos separa. É sobre o que se faz quando é preciso romper a crosta, partir a casa que nos protege. Durante o processo, eu descubro desse muro as suas lascas e seus impasses. Descubro, na quebra, o movimento, e este me permite tornar pó as arestas. A imagem é estranha, suja. Muitas vezes, asco. E esse asco, é nesse asco, é bela. Como muito do que vejo e do que sinto e sentimos daqui. Fortaleza é um ovo, certamente, para além da significação de um tal ciclo de pessoas conhecidas".
*Projeto contemplado pelos Editais Culturais do Dragão do Mar


Vo(L)to
Ogiva – ação.imagem
Foi criado a partir do cotidiano pessoal transformado em arte/ativismo e das inquietações que ocorrem no período eleitoral. Os onze candidatos à presidência do Brasil carregam discursos e argumentos e a sociedade civil carrega a decisão. Decisão por qual lógica? Que peso é esse que carregamos que volta à cada Eleição?

Criada em 2014, a Ogiva – ação.imagem tem como foco de pesquisa discussões que surgem a partir de datas e acontecimentos da sociedade atual. O objeto artístico trabalhado é móvel e modificado, autônomo, temporário e transitório. A performance Vo(l)to, idealizada e realizada pelo performer Aquele Mario, foi impulsionada pelas discussões sobre o sistema político vigente, ao representar, através de pedras, os candidatos à presidência e o título de eleitor, na qual o performer carregou durante 3 horas de deslocamento até o local de votação.

Com a captação de imagens de Marie Auip e o olhar artístico de Ágata Melquíades, a performance se transformou em vídeo. Desde 2014, o video-performance Vo(l)to já foi apresentado no Festival Ipêrformático em Campo Grande (MS), Festival IP com circulação Nacional, na Mostra Convergência em Palmas (TO), do Sesc Tocantins, e foi contemplado pelo Editais Culturais 2015/2016, do Instituto Dragão do Mar, em Fortaleza (CE).
*Projeto contemplado pelos Editais Culturais do Dragão do Mar


Pachamama
Natalia Coehl
É uma ação performativa de grande impacto, que questiona a produção e o descarte do lixo, trazendo em evidência aquilo que não se tem interesse em ver. A intervenção se inicia duas semanas antes, a partir do acúmulo de lixo produzido neste período. Todos estes resíduos são amarrados em uma rede de pesca, criando assim a indumentária da performance. O intuito é trazer para o corpo a sensação de estar sufocada e presa, dificultando assim a movimentação.

O figurino provoca emoções criando, a partir delas, uma dança improvisada, que possibilita uma interação surreal com os transeuntes e o espaço. Modifica-se assim a atmosfera do local, deixando o acaso, as incertezas e as reais sensações acontecerem através das imagens apresentadas.
*Projeto contemplado pelos Editais Culturais do Dragão do Mar


Dia Internacional do Cafuné
Juliana Capibaribe
Ação performática: de vida: de rezo: disseminação do dia Internacional do Cafuné e da Reza de Embalar da personagem fictícia 'A Rezadeira Vândala'. Intervenção Artística na Avenida Paulista, no dia 12 de janeiro de 2016, durante a manifestação contra a tarifa de R$ 3,80.
(...)
.Divulgação de uma notícia de comemoração inventada: dia internacional do Cafuné.
.Disseminação de um rezo vândalo: reza de Embalar Seu Menino e Dona Menina.
.Fazer existir de uma personagem: A Rezadeira Vândala, que surgiu junto às notícias de manifestações políticas em 2013 e 2014, em Fortaleza.


Mensurar
Waléria Américo
Andar deitada, cobrir uma extensão com o corpo e demarcar o tamanho do lugar por cada pausa. A coleção de medidas particulares somam a imprecisão. Miragem em ato para a cidade ou imagem ponte da qual liga distâncias sentidas. Mais: http://muros.art.br/?page_id=1124


Atalho para o nada
Júnior Pimenta
Mais informações em breve.

De 7 a 22 de abril, na Multigaleria. Visitação: de terça a sexta, das 10h às 22h (com acesso até das 21h30); e sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (com acesso até as 20h30). Acesso gratuito. Classificação Livre.


>>> Mostra Entre-Performances

Dia 15

Os Cegos
Desvio Coletivo
É uma performance urbana realizada pelo Desvio Coletivo em parceria com o Laboratório de Práticas Performativas da Universidade de São Paulo. Seu caráter de obra aberta remete a diferentes leituras: a redução da nossa existência à função produtiva e ao consumo, o excesso de trabalho, o aprisionamento e a petrificação da vida, a automatização do cotidiano, a degeneração ética que se alastra no atual estágio da sociedade. A proposta visual de Cegos faz uma crítica à condição massacrante característica de todo tipo de trabalho corporativo iconizado no terno e gravata usados pelos homens e no terninho ou tailleur adotado por mulheres nas grandes metrópoles.

Com a obra, desenvolve-se a pesquisa em cena relacional em espaços urbanos, que teatraliza homens e mulheres vestidos a rigor, vendados e cobertos de lama, criticando a cegueira social dos detentores dos poderes executivo, legislativo e econômico, assim como simbolizando a alienação decorrente da condição massacrante característica de todo tipo de trabalho corporativo.

A intervenção é realizada a partir de oficinas teóricas e práticas, oportunidade em que o coro performativo se forma e o trabalho ganha vida. A estreia de CEGOS foi na Avenida Paulista, seguida de ação no Rio de Janeiro, em 2012. A performance foi desenvolvida com o grupo de atores em Paris, a versão Consumo, também apresentada em Natal (RN), em 2013. Durante o ano de 2014, a pesquisa se desenvolveu, no sentido da inclusão dos participantes no planejamento e nas adaptações cênicas realizadas em diversas cidades dentro e fora do país.

A obra foi selecionada para integrar o Programa Palco Giratório do Sesc, circulando quase todas as capitais brasileiras, além de ter sido contemplada pelo edital da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo, dentro do projeto "Cidades em Performance" e circulou em Paris, Amsterdam, Barcelona, Ilha da Madeira e Nova York.

Em 2015, a intervenção representou o Brasil na Quadrienal Internacional de Praga, na República Tcheca, bem como participou da Virada Cultural de São Paulo e do Festival Internacional de Dança de Londrina (PR). Ainda em 2015, o projeto foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, na categoria Circulação, prevendo mais dez apresentações em estados em que ainda não foi realizado. Em 2016, é realizada em San José em Costa Rica, em parceria com a Escola de Artes Dramáticas da Universidade de Costa Rica e LAB Memoria de la artes escénicas. Desde de sua criação, são aproximadamente cinquenta apresentações em 21 estados brasileiros, e sete países, envolvendo em sua trajetória mais de mil participantes.

16h > Percurso urbano – Entorno do Dragão do Mar


O Lixo também ergue muros: CORPOENTORNO
Artur Dória
Um processo que o artista denomina de "mistura caminhante". Retalhos de imagens experimentais que entortam e embaçam a vista; sentido mais valia. O quê|quem será esse que caminha entre passantes, tão afoitos por se divertir? Ele se avoluma em resquícios, partes indecifráveis de um entorno desaparecido, que só oferece as margens a uma cidade escancaradamente desovada. Zona morta? É na experiência íntima deste choque que um híbrido é gerado. Um corpo-muro que se desloca em direções indistintas, não anunciadas.

Também um corpo-resto ou corpo-entulho, formado por aquilo que fora praticado em caminhada, foto, vídeo, texto, coleta, conversa. Práticas que foram se afirmando. Caminhada corajosa, enveredando por horários vazios, experimentando sensações hostis. O corpo, neste entremeio, se veste destes restos que agora se assentam maleáveis na pele deste caminhante, explorador experimental.

O corpo, em transmutação, torna-se um conjunto estranho. Espaço sensível que vive das estranhezas urbanas, que só vê a movimentação quando anoitece em dia de festa, em horários, por assim dizer, turísticos. A cidade ali está em falta, barrada de sua ocorrência. Mas, ao invés de entrar, nesta que sublinho como zona de segurança, eu quero sair; eu vou sair. Saiu. O corpo - não mais o meu, despossuído - é esse fora|dentro que se oferece ao mundo, um entrecruzamento de sensações que são aterradas de qualquer convicção.

Este corpo estranho é este que invade e desestabiliza a paciência dos que não querem se envolver. É um imã provocador porque quer saber o que muitos outros esqueceram que sabiam. Corpo que faz proximidade com aquilo que é desagradável ou se faz imperceptível aos sentidos em outros horários do dia. O corpo, caminhando vestido destes dejetos que entopem e atravessam estes espaços, é uma lembrança, um souvenir que reverbera, em um esforço exaustivo, uma vontade aguerrida de resistir ao esquecimento.

19h > Percurso urbano partindo da passarela do Dragão do Mar
*Projeto contemplado pelos Editais Culturais do Dragão do Mar


Heólia
Vanessa Santos
Heólia tem como tema a relação do ar com o corpo e suas poéticas. Um devir-coisa fecundado pelo deslocamento dessas fronteiras que delimitam o sujeito e o objeto gerando outras subjetividades a partir de um elemento-corpo em comum, o ar. Ele na obra preenche, atravessa e transforma os corpos em um só. Ar esse que é corpo que afeta e compõe. O processo iniciou no final de 2013 em um laboratório de criação no curso de Bacharelado em Dança da Universidade Federal do Ceará.

20h > na Multigaleria



Dia 16

"Bichxs - Alimente os Animais"
No Barraco da Constância Tem!
Ação. Transição. Tempos e espaços variantes. Mobilidade. Efemeridade. Investigação de volumes. Agenciamento de planos. Equilíbrio provisório. Superfície lisa. Criação de imagens. A obra e o espaço público. A cidade como uma selva plural. A obra e o público. Dualismo entre o fetiche contemplativo e a intimidade interativa, proporcionando diferentes tipos de relação.

Pessoas variantes diante da obra ou juntas à obra. Estar diante de ou estar com. O entre o popismo e o experimentalismo. O uso e o não-uso de artifícios como magnetismo. A espetacularização e o não-espetáculo. Caracterizar-se e despir-se. Processo. Realidade possível.

O que é possível ao corpo na sua relação com o espaço se nos desfizermos de humanos para sermos transitoriedades em corpos que permutam a cidade como uma selva plural? O que é possível quando existe uma proposição de ação para um determinado espaço urbano onde se almeja a possibilidade de compor uma paisagem diferente, mas com seus carros, seus asfaltos e suas luzes artificiais fazendo parte de uma floresta com mato em mistura?

19h > na Multigaleria


Lutus
Eric Barbosa e Diego Salvador
A solenidade da circunstância , a opulência da comitiva só servem para enfatizar o drama da situação. Quanto maior o apego... maior o sofrimento do luto. Rações e interpretações reativas a uma perda significativa, geralmente, pela morte de outro ser, perda material, objeto, sentidos e vigor. O luto em diferentes formas de expressão em culturas distintas e atemporais, sem buscas assertivas referenciais de tempo. A perda, aperto no peito, vazio e silêncio no corpo-fala; aliadas aos sentimentos naturais de interpretação, dessa condição. ser/estar vivo. Descamar-se, repartir, romper frestas, criar rupturas através de métodos de fuga.

O processo criativo performático apresentado pelos artistas Eric Barbosa e Diego Salvador retratam o luto como representação e seus desdobramentos por fases sensoriais e como cada ser lida com seus processos de luto. O trabalho desenvolvido evolui de acordo com as lembranças apresentadas de cada artista e, da forma como são abordadas e expostas, representando o luto pessoal de cada. Seus estigmas, traumas, dores, figuras, objetos, a simplicitude, o resguardo, o silêncio, pseudo-superações, sons e escutas íntimas em um brado de resignações, expostas como disparador do ato performático dos artistas aqui envolvidos.

O processo de pesquisa da performance foi baseado nas obras do pintor russo Ivan Kramskoi (1837-1887). O tipo de pintura que é produzido por Kramskoi tem algo de realista e que possui uma forte ligação como um profundo observador e intérprete da natureza humana. Nas obras, a expressão de suas impressões, comedida, rigorosa e simples. Na elaboração da performance, a pintura Tristeza Inconsolável serviu como referência, cujo artista adotou a heroína com as características do retrato de sua esposa SN Kramskaya.

21h > na Arena Dragão do Mar
  

Dia 17

Pedras Portuguesas – Pedras que se deslocam
Ana Carla de Souza, William Pereira Monte e Honório Felix
Espaços públicos, experiências, afetos, percepções, cidades.

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