Espetáculo solo “Anônimos”
comemora 10 Anos com Sidney Malveira
O espetáculo “Anônimos”
interpretado pelo ator Sidney Malveira volta a ser encenado nos dias 30 de
novembro e 07 de dezembro de 2016, às 19h30, no Teatro Morro do Ouro (Anexo do
Theatro José de Alencar), na Capital Cearense. A peça mostra um dia como outro
qualquer num lar de idosos, onde os moradores esperam ansiosamente pela visita
de seus familiares, parentes, amigos ou de qualquer pessoa que se disponibilize
a ouvir suas histórias, alegrias, tristezas e sonhos que se renovam a cada
amanhecer.
Fundamentado numa premissa de que
os idosos são sábios que habitam corpos frágeis, o espetáculo chega aos seus 10
anos de sucesso numa trajetória consecutiva de apresentações fora e dentro do
estado do Ceará. Talvez por isso muitas pessoas não enxerguem tal preciosidade
e facilmente se desvencilhem deles, da mesma forma que se livram de objetos
usados, aparentemente sem utilidade.
A troca de experiências e a
conscientização do espectador no cuidado com os idosos é outro detalhe
proporcionado pela peça que comemora também, 20 anos de palco de Malveira. O
ator percorre as vias da comédia e drama para “reviver” cenas do cotidiano de
três idosos, fazendo com que um espectador coadjuvante, sinta como se estivesse
num “bate-papo” descontraído. “Anônimos” aborda o tema de forma lúdica
envolvendo o público com as histórias que levam os seres humanos às suas
próprias vidas e ações cotidianas.
Pesquisa e Montagem
2006. É o ano em que surgiu
“Anônimos” fruto da pesquisa que Sidney Malveira realizou in loco, no Lar
Torres de Melo em Fortaleza (CE), e do estudo da mimese corpórea como linguagem
cênica para a construção de uma obra de arte atemporal e genuinamente brasileira.
A ação gerada de profundas mudanças socioculturais propõe um intercâmbio entre
as faixas etárias e a reflexão da condição humana de cada um, independente do
fator tempo.
Este espetáculo justifica-se na
tentativa de amenizar o destrato e abandono destes frágeis sábios, na tentativa
de resgatar a autoestima dos idosos e de contribuir para a conscientização das
novas gerações na valorização e respeito por eles; assim como, na difusão
cultural, dando oportunidade às pessoas de todas as classes sociais, o acesso à
cultura.
Durante os seus dez anos de
existência, “Anônimos” já foi visto em 09 estados brasileiros, em Portugal e,
também, em festivais nacionais e internacionais com expressivo retorno de
críticos e do público em geral. Além de carregar em sua bagagem, uma trajetória
de sucesso de prêmios, o espetáculo leva a cultura e a preocupação com o social.
Anônimos e Trajetória
Ao longo de sua trajetória, o
monólogo “Anônimos” foi agraciado por Editais Culturais das esferas Municipal,
Estadual e Federal, bem como, premiação de melhor atuação em Destaques do Ano
2006 - Balaio em Fortaleza (CE). Com estreia em setembro de 2006, o espetáculo
“Anônimos”, de Sidney Malveira contou no mesmo ano, com o Prêmio Funarte de
Teatro Myriam Muniz, na Categoria Pesquisa-Montagem.
A peça contabiliza dez anos de
trajetória e desde sua estreia, permanece em atividade através de temporadas em
caráter de Formação de Plateia, Projetos de Circulação pelos bairros de
Fortaleza, interior do Ceará e em cidades da região Nordeste (Salvador-Bahia,
Maceió-Alagoas, Teresina-Piauí, Sousa-Paraíba, dentre outras), além de ter
participado como espetáculo convidado de importantes festivais nacionais e
internacionais, a exemplo do Festival Internacional de Londrina - FILO,
Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia - FIAC e Festival de Teatro
Construção em Portugal.
O monólogo também foi contemplado
com os Prêmios de Circulação através do I Edital das Artes da Fundação de
Cultura de Fortaleza, Circulação Ceará e Circulação Nordeste, por meio do
Edital das Artes da SECULT-CE e Mecenas. Recebeu ainda, o Prêmio Balaio de
Fortaleza - Destaque 2006, na categoria Melhor Ator. Hoje, o consagrado
espetáculo soma mais de 100 apresentações feitas em caráter intimista, todas
apreciadas por mais de 10.000 espectadores. Apenas!
O Ator e Diretor Sidney
Malveira
Em 2016 faz 20 anos que ele é
ator, diretor e produtor cultural. Sidney Malveira é também, formado pelo Curso
de Direção Teatral através do Instituto Dragão do Mar ministrado por ícones do
Teatro Brasileiro, a exemplo de Clóvis Levi, Antônio Mercado e Celso Nunes. De
2001 até 2016, Sidney ocupa o cargo de presidente do Grupo Teatro Novo, que,
nesse período, já foi responsável pela idealização e montagem de 14 espetáculos
teatrais, seja na direção, atuação, cenografia e/ou produção.
O Projeto
“Ver, Ouvir, Sentir Anônimos”
Assumir o papel de colaborador
sócio-cultural-educativo é o objetivo do projeto “VER, OUVIR, SENTIR ANÔNIMOS”, apoiado pelo
programa Produção e Publicação em Artes 2016 de Fortaleza - Instituto Bela
Vista / SECULTFOR. Além de contribuir com a linguagem e estética no cenário
teatral cearense/brasileiro, ele contribui para a fruição estética e crítica ao
público em geral beneficiado, principalmente os 800 jovens estudantes do Ensino
Médio de Escolas Públicas da Capital Cearense.
O principal motivo que estimulou
o Teatro Novo a criar este projeto comemorativo de uma década de “ANÔNIMOS” é a
programação gratuita “ENCONTRO COM A JUVENTUDE”, que tem o intuito de
contribuir para a formação de jovens indivíduos conscientes e multiplicadores
do saber adquirido nas ações que compõem o mesmo. E, claro, os que visam
promover o conhecimento acerca de uma parte da história do teatro cearense
através do Grupo Teatro Novo que soma meio século de existência; a história do
Theatro José de Alencar em diálogo com Fortaleza e produção cultural promovida
por este órgão público de mais de um século.
Palavra do Diretor
“Ao constatarmos o impacto
positivo gerado por esta obra atemporal, nos últimos dez anos, envolvendo e
emocionando os mais diversos públicos de adultos e jovens, temos cada vez mais
forte, a convicção da necessidade de transpor todas as barreiras e ampliar, o
campo de atuação de “Anônimos”. Isso, de tal modo que possa ser visto pelo
maior número de espectadores, no intuito de agirmos como formadores de plateia
e de opinião, provocando nos espectadores (e na sociedade como desdobramento),
o senso crítico e a reflexão quanto ao envelhecer e a situação de nossos
idosos, bem como, a sensibilização do seu olhar para esse tema e sua
postura/conduta enquanto indivíduo e sociedade.
Os depoimentos e críticas
recebidos de espectadores e profissionais das Artes Cênicas fortalecem esse
nosso ideal, enquanto artistas e grupo teatral formador de opinião de darmos
continuidade à propagação deste espetáculo, posto que infelizmente as pesquisas
feitas pelo IBGE, Disque Denúncia, Jornais e Sites nacionais apontam o
crescente índice de longevidade no nosso país, além de deflagrarem o elevado e
crescente número de maus tratos aos idosos no Brasil.
Diante da constatação deste
rápido crescimento da população idosa e do aumento assustador da violência
contra a mesma, no Brasil e, ainda do resultado que “Anônimos” tem gerado no
espectador, seja ele crítico ou leigo, compreendemos que cabe a todos nós
reforçarmos a conscientização e o respeito nas relações inter-geracionais entre
a sociedade e, principalmente os jovens, no despertar da sensibilização do
nosso olhar sobre o idoso e de oferecer para este, o nosso carinho e
atenção.
Depoimentos e Críticas
O maior ato de amor de um artista
é a sua arte. Ela não vai tirar ninguém do anonimato – ainda bem!!! Mas vai,
por certo, dar nome à minúcia, ao detalhe, ao corriqueiro, ao dia-a-dia. Bravos
ao Sidney por celebrar o cotidiano, esse deus crônico e inexorável, que engole
o tempo e regurgita a vida.
Washington Hemes
(Ator/Pesquisador)
Sidney não só consegue ser muito
eficiente, mas espetacularmente defender estética e plástica cênica, fundidas
na riqueza de economia de interpretar e distanciamento crítico na razão do
teatro, sem perder nunca a ternura.
Maneco Nascimento (Jornalista e Diretor
Teatral - Teresina/PI)
O melhor espetáculo sociopolítico
que eu já assisti, de uma qualidade e de uma sensibilidade ímpares. O trabalho
é baseado em uma pesquisa muito bem trabalhada e de muita coragem, pois retrata
uma realidade de uma “minoria” pouco explorada e esquecida. Fiquei encantado,
muito emocionado.
Ayslan Rodriguez (Espectador no
IV Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia - FIAC)
Trata-se de uma declarada crítica
ao mecanismo social do descarte de certos grupos/sujeitos que, de algum modo,
não se inserem na ordem produtiva. Numa sociedade obcecada pela juventude, o
velho, de fato, se constitui num incômodo testemunho do inevitável curso da
natureza, e seu isolamento (muitas vezes compulsório), um flagrante sintoma de
como esse incômodo abala as fantasias sobre as quais nos erigimos enquanto
sujeitos.
Edilberto Mendes (Crítico do I
Festival de Artes Cênicas do Ceará)
SERVIÇO:
Anônimos
>Dias: 30/11 e 07/12 de 2016
>Horário: 19h30
>Teatro Morro do Ouro (Anexo
do Theatro José de Alencar)
>Capacidade: 90 lugares
>Entrada Franca
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