A mostra sobre o universo feminino da pesca
artesanal no Ceará, com 30 fotos e vídeo documental, segue em cartaz até 03 de
setembro com visitação gratuita de segunda a sexta-feira no equipamento
cultural dos Correios.
A partir de projeto pioneiro de
pesquisa antropológica visual e ensaios fotográficos sobre mulheres que
participam ativamente da pesca no Ceará, os fotógrafos Sérgio Carvalho e
Fernanda Oliveira apresentam a exposição “SEREIAS”, que abre às 16 horas do dia
13 de julho (quarta-feira) no Espaço Cultural Correios Fortaleza (ECC- R.
Senador Alencar, 38 – Centro), ficando em cartaz até 03 de setembro com uma
série de atividades. São 30 imagens sobre o universo feminino da pesca
artesanal no Ceará, pela dupla de pesquisadores-fotógrafos, que se unem no
espaço expositivo ao vídeo documental do projeto feito pelo cineasta Tibico
Brasil e making of por Mika Holanda, sob curadoria das pesquisadoras Angela
Magalhães e Nadja Peregrino com expografia pelo designer e produtor cultural
Ademar Assaoka e textos da jornalista Iana Soares. O projeto recebeu os prêmios
Latino-Americano de Fotografia da Colômbia e o Chico Albuquerque de Fotografia
da Secretaria de Cultura do Ceará.
Além de visitas guiadas gratuitas
ao público (de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h), agendamentos podem ser
feitos pelo (85) 3255-7142 e a exposição levará estudantes de escolas da rede
pública à mostra.“O projeto fotográficoe de pesquisa antropológica
instrumentoua coleta de dados e informações visuais, e por meio das imagens
registrou e agora expõe esses ricos documentos sobre a cultura litorânea da
pesca artesanal e feminina”, ressalta a fotógrafa e co-pesquisadora Fernanda
Oliveira.
A exposição também contemplará a
produção do livro SEREIAS, que serálançado em agosto próximo, no Centro Dragão
do Mar de Arte e Cultura (CDMAC). A publicação “traz as imagens e documentações
sobre as mulheres que desenvolvem essa atividade econômica ou retiram seus
sustento domar, tais como pescadoras, marisqueiras, lagosteieras, algueiras, e
que se encontram em quase toda a faixa litorânea do Estado do Ceará”, detalha o
fotógrafo e parceiro na pesquisa, Sérgio Carvalho. O livro também terá
exemplares doados aos principais museus e institutos de arte, bibliotecas municipais,
Instituto Terra Mar, associações ligadas à Rede Tucum e escolas públicas das
principais cidades cearenses.
O projeto expositivo e editorial
“Sereias” tem patrocínio dos Correios através de Sistema Aberto de Seleção de
Patrocínios, sob produção da Ânima Produtora Cultural, que visam, junto ao
trabalho autoral de fotografia e pesquisa, contribuir também para o
reconhecimento e a conscientização das mulheres como pescadoras e para
preservação e valorização da pesca artesanal como atividade geradora de renda e
desenvolvimento sociocultural das comunidades alcançadas.
O Projeto “Sereias”
Iniciada em 2012, a pesquisa e
documentação visual antropológica pela dupla Fernanda Oliveira e Sérgio
Carvalho foi executado em torno de cinco anos. O apanhado revela o universo
feminino do mundo da pesca artesanal no Ceará, queapesar de praticamente
desconhecido na sociedade de uma maneira geral, tem tais personagens inseridas
numa atividade, predominantemente masculina, em que as pescadoras, além de
exercerem a pesca,estão sujeitas à dupla jornada de trabalho, cuidando dos
filhos e da casa.
Apesar de serem ainda minoria,
aos poucos, essas mulheres vêm se impondo num setor que guarda uma cultura de
preconceitos em relação a elas. Vencer as barreiras não tem sido tarefa fácil,
principalmente porque somente agora, elas próprias estão se reconhecendo como
pescadoras, à medida que estão se organizando em associações e/ou colônias de
pescadores. Verifica-se que muitas delas desenvolvem um trabalho de pesca, mas
não se consideram pescadoras, porque fazem aquilo como extensão dos afazeres
domésticos, como necessidade de sobrevivência. Mesmo com os afazeres domésticos
e a dupla jornada de trabalho, as mulheres vêm cada vez mais assumindo a pesca
como atividade profissional e se engajando em associações e grupos que defendem
os direitos dos pescadores e do meio ambiente.
Ressaltamos também que em muitas
comunidades, os pescadores artesanais e suas famílias foram e ainda são
expulsos das terras em que moravam, para que fossem cedidos lugares ao turismo.
Nessa disputa de territórios, as comunidades pesqueiras são as que mais sofrem
no litoral do estado, por isso algumas comunidades lutam pela criação de
reservas extrativistas como maneira de garantir a sua permanência e a preservação
da área.
A experiência dos dois
pesquisadores e fotógrafos com livros já publicados, projetos premiados e
exposições fotográficas produzidas, auxiliou também ao projeto “Sereias” a ter
apoios fundamentais. Entre os quais, o do Instituto Terramar (http://www.terramar.org.br)
- ONG sem fins lucrativos, que atua na Zona Costeira do Ceará, visando o
desenvolvimento humano com justiça socioambiental, cidadania, participação
política, autonomia dos grupos organizados e fortalecimento da identidade
cultural dos Povos do Mar do Ceará. Da mesma forma,o apoio da Rede Tucum
(http://www.tucum.org) - formada por comunidades na zona costeira cearense, com
a participação de comunidades costeiras, entre indígenas, pescadores e
moradores de assentamentos rurais, entre outras parcerias institucionais.
OS FOTÓGRAFOS E PESQUISADORES
. Fernanda Oliveira é fotógrafa e
pesquisadora. Mestra em Comunicação e Linguagens - linha Fotografia e
Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará UFC (2012) e Especialista em
Teorias da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (2008).
Possui graduação em
Comunicação Social pela Universidade de Fortaleza (2005) e
ensina no curso de Comunicação (Jornalismo; Publicidade e Propaganda) e no
curso de Design da FIC Faculdade Integrada do Ceará em Fortaleza (Grupo
Estácio).
Graduanda em Psicologia pela
Universidade de Fortaleza UNIFOR (2012). É coordenadora de memória do Fórum da
Fotografia Cearense e durante 3 anos assumiu a diretoria Executiva do IFOTO
Instituto de Fotografia de Fortaleza. Como jornalista, Fernanda Oliveira foi
repórter fotográfica do Jornal Diário do Nordeste. Realizou, ainda, diversos
trabalhos institucionais e documentais para organizações não-governamentais e
outras empresas na área de fotografia e também na área de assessoria de
comunição.
Fernanda vem desenvolvendo outros
projetos de experimentação estética e documental como: "Mulheres Líderes
no Sertão Central do Ceará"; "Santa Terezinha - o morro de uma
cidade" e "As Cores Violetas", os quais fora agraciada com seis
prêmios e publicação de livros dos mesmos. Com o projeto "Sereias Mulheres
do Mar" ganhou o prêmio internacional Latino Americano de fotografia na
Colômbia 2013. Teve os seus projetos expostos nos principais festivais de
fotografia brasileiros como Fotoarte Brasília 2007 (Mulheres Líderes),
FestfotoPOA 2010 (Sta Terezinha: o Morro de uma cidade; e o projeto As Cores
Violetas), Paraty em Foco 2011 (As Cores Violetas), Paraty em Foco 2013 (Nos
Caminhos da Caravana Farkas) e Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia 2014 e
Editais de Arte do Centro Cultural dos Correios 2015 com o projeto
"Sereias: Mulheres do Mar". Finalista no Prêmio Marc Ferrez de
Fotografia 2014. Ministrou Workshop de Documentário Imaginário na mostra paralela
do Festival Outono Fotográfico 2016 Espanha.
ü Sérgio Carvalho, 46 anos,
piauiense, fotografa desde os anos 1990, desenvolvendo a fotografia como
expressão artística documental. Fez diversas exposições e participoude salões
de arte e festivais de fotografia, como nas quatro edições do DeVERcidade em
Fortaleza (2005, 2006, 2007 e 2010), FotoArteBrasilia (2010), Festival de La Luz (2010 – Argentina),
Fotopoa 2012 (Porto Alegre), PhotobookAward 2011 (Kassel -Alemanha) e POY LATAM
2013.
Em 2005 participou de coletivo
fotográfico que produziu o documentário “Gente do Delta”, contemplado com o
Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia da Secretaria de Cultura do Ceará
(SECULT-CE). Em 2006 foi um dos vencedores do Edital de Artes da
FUNCET/Fortaleza, com o ensaio “Docas do Mucuripe”, em coautoria com o
fotógrafo Paulo Gutemberg, cujo livro foi publicado em 2010. No mesmo ano,
publicou o livro “Retrato Escravo”, junto ao fotógrafo João Roberto Ripper,
publicação indicada como uma das melhores de 2010 pelo Internacional Photobook
Festival 2011(Kassel, Alemanha) e Menção Honrosa no POY LATAM 2013.
Também publicou os livros
“Barbearia do Tempo” (2011), “Às vezes, criança – Um quase retrato de uma
infância roubada” (2012) com o poeta Rubervam Du Nascimento e o livro “Homens-Caranguejo”
(trabalho coletivo, 2013). É membro-fundador e ex-diretor do IFOTO – Instituto
da Fotografia, em Fortaleza/CE.
SERVIÇO:
Exposição“SEREIAS”, de Fernanda
Oliveira e Sérgio Carvalho
Ø
Abertura: dia 13 de julho, às 16h.
Ø
Local: Espaço Cultural Correios Fortaleza (R. Senador Alencar, 38 –
Centro – Fortaleza).
Ø
Visitações até 03 de setembro,de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Entrada franca.
Ø
Fone para agendamentos de visitas guiadas e informações: (85) 3255 7142.
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