A diversidade da dança marca o 8°
Festival de Dança do Litoral Oeste - Danças Múltiplas, que de 5 a 7 de maio acontece em
Itapipoca, Ceará, numa realização da Associação de Artes Cênicas de Itapipoca -
AARTI. Em cena, dança contemporânea, dança de salão, dança urbana, dança do
coco e teatro-dança, interpretados por companhias e artistas convidados. Além
de apresentações, compõem a programação performances, seminário, lançamento de
livro e homenagem.
Rui Moreira - Receita (vertical)
O Festival de Dança do Litoral
Oeste é um dos principais eventos de dança do estado do Ceará, propondo-se como
ação descentralizadora e democrática de circulação da dança, priorizando,
sobretudo, a dança cearense na sua diversidade. Desde a primeira edição o
Festival colabora para dar visibilidade à produção cultural, em especial para
fortalecer o segmento da dança e para a democratização do acesso à cultura na
Região do Litoral Oeste cearense. O Festival vem se desenhando como um espaço
privilegiado para a confluência de troca de experiências, convívio e celebração
dos afetos que articulam esta arte no Ceará.
Hilario Godoy Agüero
Coco do Alagadiço - Foto Lucas Soares
Alex Amorim e Islânia
Segue a programação do Festival:
SEMINÁRIO
O Festival já começa com
novidade, no dia 5, com a realização do 1º SEMINÁRIO DE DANÇA DO LITORAL OESTE
E VALE DO CURU. Para dialogar sobre o tema "Políticas públicas para a
dança do interior: Gestão, Formação e Mercado", foram convidados Rui
Moreira (Belo Horizonte/MG – Representante da Dança/FUNARTE), Andrea Bardawil
(Fortaleza/CE) e Flávio Sampaio (Paracuru/CE). O seminário acontecerá das 9h às
17h no auditório da FACEDI - Faculdade de Educação de Itapipoca (UECE). Após o
seminário, acontece o lançamento do livro “Dança Balé Baião, 20 anos em
companhia”, do bailarino e coreógrafo Gerson Moreno, exibição do vídeo
documentário de Cacheado Braga “Na oficina do Seu Zé” e apresentação de performance
da Cia. Balé Baião.
ESPETÁCULOS E PERFORMANCES
Este ano o Festival programou a
edição com artistas convidados, em sua maioria do Ceará. A dança contemporânea
estará representada por: Centro Coreográfico Leandro Netto, com o espetáculo
"Sodade"; Cia. Anagrama, com “Eu sou nós e as andorinhas”, ambos de
Fortaleza; Nazaré Rocha, de Itapajé/CE, apresenta o solo "Ritual",
uma releitura de solo da bailarina Edileusa Inácio (Cia. Balé Baião), cuja
primeira versão foi apresentada em 2005. É uma obra que evoca as forças
ancestrais femininas, a mãe das águas salgadas Iemanjá, divindade viva que se
faz poesia nos litorais do Nordeste. De Belo Horizonte/MG, o Festival recebe
Rui Moreira Cia de Danças, que apresenta o solo “Receita”, coreografia de
Henrique Rodovalho interpretada por Rui Moreira.
A dança-teatro aparece em dois
solos. Celebrando seus 25 anos de carreira artística, o cearense multifacetado
Orlângelo Leal é o intérprete criador do solo "Autômato”, onde usa
instrumentos musicais excêntricos como o marimbal, a flauta nasal e o caixapé,
produzindo efeitos sonoros ao vivo, combinando humor e dança numa divertida
brincadeira cenomusical. De Assunção, Paraguai, o ator, bailarino e coreógrafo
Hilario Godoy Agüero (Tercer Espacio Colectivo Artístico) apresenta
"Migraciones”, um relato poético, a partir da perspectiva de um homem
colocado em transe por deixar seu país e emigrar para outra terra, explora a
maneira como o corpo de homem se comporta ao ser submetido a esta situação.
A Escola de Dança Alex Amorim
traz a dança de salão ao Festival, apresentando o espetáculo "Passagens em
dança a três: Homem, Mulher e Música", resultado de pesquisa realizada em
diferentes corpos dançantes, que resultaram em muitas performances de Dança de
Salão na sua ampla variedade. O espetáculo tem coreografia, direção e
interpretação de Islânia Lopes e Alex Amorim.
O Mestre Moisés Cardozo, nomeado
em 2007 com o título de Tesouro Vivo da Cultura, pelo Governo do Estado do
Ceará, é o coordenador da Dança do Coco de Lagoa, um folguedo popular de raiz
afro-indígena nascido na comunidade de Alagadiço, no Distrito de Canaã, em
Trairi/CE. A brincadeira tem uma profunda relação com o universo do trabalho
nas casas de farinha, engenhos e pesca. Dança tradicional legítima de nossa
região que perdura até os dias atuais, mantida através do trabalho incansável
do Mestre Moisés e sua Escola de Coco, onde agrega crianças e jovens que
aprendem desde cedo o ofício da dança.
Side Project Cia (Fortaleza/CE),
com o espetáculo de danças urbanas “Transcender”. O grupo foi formado em 2012
com a proposta de difundir as danças urbanas e aprimorar os conhecimentos nos
vários estilos que englobam o termo.
PERFORMANCES INTERATIVAS
Na sexta e sábado a bailarina e
coreógrafa Silvia Moura, homenageada nesta edição do Festival, apresenta
Performances Interativas em locais diversos de Itapipoca, como a Estação
Rodoviária, a Feira/Camelódromo e a Praça do Cafita. As performances terão a
participação de Rafaela Mota e Gil Oliveira (Cia. Rebentos, de Itapipoca),
Thiago Soares (Cia Flex, de Trairi), Evando Sunshine e Bergson Sousa (Cia. de
Dança de Uruburetama), Luís Eduardo e Ernany Sousa (Escola Livre Balé Baião, de
Itapipoca) e Benedita Márcia (Cia. Balé Baião, de Itapipoca).
As cenas propostas vão instaurar
novas paisagens urbanas, trazendo um tempo que pertence à cena e será
transferido para o cotidiano. Corpos gerando imagens e movimentos que em si
podem modificar o olhar de quem sempre esteve ou passou por ali.
O 8° Festival de Dança do Litoral
Oeste é uma realização da COLECE e AARTI, numa consultoria executiva da
QUITANDA DAS ARTES, coprodução WM CULTURAL, produção da CÊNICA DIFUSÃO E
MARKINTG CULTURAL, apoio cultural do GOVERNO DO ESTADO através da SECULT.
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