FUNCIONAMENTO DO DRAGÃO DO MAR
// Geral: de segunda a quinta,
das 8h às 22h; e de sexta a domingo e feriados, das 8h às 23h. // Bilheterias:
de terça a domingo, das 14h às 20h.
// Cinema do Dragão-Fundação
Joaquim Nabuco: de terça a domingo, das 14h às 22h.
// Museus e Multigaleria: terça a
sexta, das 9h às 19h (acesso até as 18h30); sábados, domingos e feriados, das
14h às 21h (acesso até as 20h30). Gratuito.
// Atenção: às segundas-feiras, o
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não abre cinema, cafés, museus,
Multigaleria nem bilheterias.
Acompanhe nossa programação
também pelas redes sociais:
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Arte e Cultura
Instagram: @dragaodomar
Periscope e Twitter: @_dragaodomar
► Teatro da Terça [Temporada de
Arte Cearense]
Máquina Fatzer – Diga que você
está de acordo!
Teatro Máquina
"Diga que você está de
acordo!" parte dos fragmentos do Fatzer de Brecht, escritos entre 1926 e
1931. A fábula brechtiana se passa na I
Guerra Mundial: quatro soldados alemães desertores se veem confinados na casa
de um deles. Os quatro tentam chegar a um consenso para cada decisão, em
paródia à formação dos sovietes. Entre as figuras, Fatzer é o egoísta. Na
montagem do Teatro Máquina, o grupo se desafia a enfrentar o material textual
inacabado e desenvolver uma dramaturgia da cena, explorando a guerra como
situação motriz para improvisar e descobrir como a linguagem e o tempo do
teatro podem expressar os extremos da espera, da violência e da comunicação. Na
encenação de sua MÁQUINAFATZER, o grupo dá forma ao fragmento em tensão,
repetição, engajamento físico e na construção/destituição de uma língua
inventada. O espetáculo explora a potência do tempo presente em criação de ação
contínua, transfigurando os fantasmas do passado e do futuro no agora da
representação.
Dia 1º de março de 2016, às 20h,
no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia).
► Debate com Ginga
Realização: Grupo Capoeira Brasil
Debates sobre temas fundamentais
a organizações sociais e de cultura popular são tratados nos encontros mensais.
Dia 2 de março de 2016, às 19h,
no Auditório. Gratuito.
► O Sagrado e o Profano – As
vozes de uma cidade [III Mostra de Artes Porto Iracema]
Coletivo Atuantes em Cena
A relação entre o sagrado e o
profano na cidade de Juazeiro do Norte é o centro deste experimento, que traz
um olhar para os fenômenos religiosos e suas manifestações sociais. O grupo
visa ressignificar os sons produzidos pela cidade, gerando um trabalho corporal
do ator por meio dessas sonoridades e do jogo. O experimento é resultado de um
projeto de pesquisa e criação que integra a edição 2015 do Laboratório de
Pesquisa Teatral do Porto Iracema das Artes.
Dia 2 de março, às 20h, no Teatro
Dragão do Mar. Gratuito. Livre.
► Quinta com Dança Experimental
[Temporada de Arte Cearense]
Nácar
Victória Andrade e Tamires Sales
Duas. Saia que se faz vestir
corpo. Em Nácar, aparece a investigação das formas de se mostrar do escondido.
Um embate entre as imagens, os desejos e as dúvidas de duas mulheres imersas na
textura de suas saias.
► Quinta com Dança [Temporada de
Arte Cearense]
O Mais Profundo é a Pele
OMÌ Cia de Dança
O espetáculo se inspira nos
dilúvios sensoriais provocados pelo toque na pele do outro, transcendendo o
físico e chegando a questões nada puras. O trabalho cênico surgiu impulsionado
pelos questionamentos do próprio diretor, Éder Soares, sobre um distúrbio na
pele, chamado Dermografismo, que causa alergia na pele após ser tocado. Assim,
como a arte se alimenta deste universo de questões e sensações chamado de
Contato Físico?
Dias 3, 10, 17 e 24 de março de
2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Livre.
► Novo Som [Temporada de Arte
Cearense]
Com Ilya em Doce Náufrago e
Raveo
O programa Novo Som apresenta
shows de artistas que começam a marcar presença no cenário local. Nesta edição,
com Ilya em Doce
Náufrago e Raveo.
Ilya em Doce Náufrago
Nessa estrada musical, muitas
enchentes e lisergia naufragaram anseios e aspirações. Estar à deriva permite
descobertas e encontros de caminhos e desfrutes a cada instante. Em uma canoa
voadora, agora aliada aos Tripulantes da Sabiabarca – Carlos Hardy, Diego
Ramires, Aderui Jr e Ernesto Cartaxo, Ilya convida você a um banho de mar
hipnotizados pelo canto e sons experimentais em um repertório que passeia por
estilos do cancioneiro popular.
Raveo – Show Baile Batuque
Raveo atua na cena musical do
Ceará e da Bahia há oito anos e, nos últimos anos, dedica-se à carreira solo.
Faz parte dos grupos Maracatu Solar (CE) e Rimos de Batuque (CE), cantando e
tocando percussão. Em 2015, lançou um EP homônimo, em fevereiro, na cidade de
Salvador (BA); e, em abril, em Fortaleza (CE). O EP tem quatro músicas
inéditas, uma regravação e dois remixes. O álbum é formado por composições de
Raveo e seus parceiros musicais, compondo um repertório variado que mescla
maracatu, rock, reggae, samba reggae e ijexá com música eletrônica. Neste show,
Raveo traz o repertório de seu EP e outras canções.
Dia 4 de março de 2016, às 20h,
no Espaço Rogaciano Leite Filho. Gratuito.
► Teatro Infantil [Temporada de
Arte Cearense]
Alice e o País das Maravilhas
Teatro Plural
Trata-se da história de uma
menina que mora num apartamento de classe média de uma grande cidade do Brasil
e de cuja janela ela avista um bosque. Em casa, Alice é cercada de cuidados
extremos dos pais temerosos da violência e das más influências que ela pode
sofrer do mundo moderno.
Sentindo-se muito sozinha, a
menina descobre no coelho de pelúcia e nos aparelhos eletrodomésticos da casa,
os amigos, criando uma personalidade para cada um deles. O computador a leva a
um mundo virtual encantado, onde ela descobre as cartas do baralho de tarô.
O final surpreende pela
delicadeza e sensibilidade com que Alice compreende o amor de seus pais por ela
e o seu estado de filha e criança.
De forma lúdica e muito bem
humorada, cenas e conflitos são propostos, levando à reflexão de temas como:
solidão, incompreensão, relações familiares, violência e até a diferenciação
entre o real e o virtual.
Dias 5, 12, 19 e 26 de março de
2016, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). Livre.
► Brincando e Pintando no Dragão
do Mar
Imagem inline 1 PROGRAMAÇÃO
ESPECIAL
Além de brincadeiras e atividades
infantis sob orientação de monitores, tem ainda Oficina Jogo de Palhaço, com o
Grupo Garajal, e o espetáculo Os Palhaços, Branca de Neve e Chapeuzinho
Vermelho, da Cia Camarim.
Sinopse do espetáculo
Uma divertida viagem pelas
histórias de Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho. Abacate e Banana usam de
suas criatividades bufonescas para contar, cantar e representar esses dois
clássicos da literatura universal, um desejo profundo de utilizar a
criatividade para criar e divertir, vendo o mundo de maneira lúdica e
pedagógica onde a fantasia será o pontapé inicial para a diversão.
Dia 6 de março de 2016, das 16h
às 19h, na Praça Verde. Gratuito.
► Lançamento da instalação
Resquícios de um Povo Sobre o Mar
[Temporada de Arte Cearense]
Artista Ruy Aurélio – Curadoria
de Eduardo Bruno
A instalação surge a partir de
uma inquietude artística e arquitetônica acerca das ocupações dos espaços
urbanos. Nessa perspectiva, foi realizado um estudo “site specific” do Dragão
do Mar e seus entornos como o objetivo de pensar os modos poéticos de se
intervir politicamente na paisagem. Assim, a instalação propõe um resgate
memorial e afetivo com a comunidade do Poço da Draga por meio da instalação de
barquinhos e garrafinhas-invólucros dos fragmentos de histórias e depoimentos
dos moradores da comunidade/adjacências. Para tal, o interlocutor é convidado a
relacionar-se com o trabalho e, assim, mergulhar em uma comunidade que conta
suas visões acerca da cidade e do mar.
Dia 6 de março de 2016, às 17h, no
Espelho D'Água. Visitação livre de 7 de março a 5 de abril de 2016. Gratuito.
► Teatro da Terça [Temporada de
Arte Cearense]
Bando de Pássaros Gordos
Direção: Andréia Pires
Entre um encontro de degustação e
o ensaio de uma banda fantástica, seis atores inventam um mundo de impulsos. Um
mundo em que cada palavra dita e cada olhar têm apenas um significado. Cada
toque não tem passado nem futuro, cada beijo é um beijo desconhecido. A peça só
existe num tempo surreal.
FICHA TÉCNICA
Direção: Andréia Pires
Elenco: Bruna Pessoa, Lucas
Galvino, Gabriella Ribeiro, Rodrigo Ferrera, Leonardo William e Thiago Andrade
Texto: Produção Colaborativa
Sonoplastia (Bateria): Pepeu
Fotografia: Fernando Maia
Iluminação: Andréia Pires
Técnica: Pedro Henrique
Desenhos : Thiago Beck
Preparação Vocal: Ari Sousa
Produção Executiva: Thiago
Andrade
Produção em Cena: Marcos Paulo
Dias 8, 15, 22 e 29 de março de
2016, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia). 12 anos.
► Golpe de Vista #15
Ciclo mensal de conversas sobre
fotografia traz um tema a cada edição e convidados do meio para palestras, além
de oficinas gratuitas no sábado seguinte ao encontro. Nesta edição, “Tons de
Cinza: A fotografia preto e branco cearense”.
Dia 9 de março de 2016, às 19h,
no Auditório. Gratuito.
Oficina Golpe de Vista #15
O ciclo mensal de conversas sobre
fotografia oferece oficina sobre o tema “Tons de Cinza: A fotografia preto e
branco cearense”.
Dia 12 de março de 2016, das 14h
às 16h, no Auditório. Gratuito.
Contatos:
golpedevista.fotoclube@gmail.com / barbosa.eden@gmail.com / 988363715 - oi
(Eden Barbosa) / 998630499 – tim
► Os Miseráveis
Grupo Formosura
PROGRAMAÇÃO ESPECIAL
O Grupo Formosura se propôs a
estudar e encenar Os Miseráveis, de Victor Hugo, desejando também aprofundar
sua investigação sobre o boneco geminado. O experimento que se apresenta aqui,
fragmento do espetáculo em construção, traz o desafio de aliar a técnica do
boneco geminado a uma narrativa extensa, pois este tipo de boneco exige a
síntese da dramaturgia falada, para que as imagens possam surgir em sua
potência. Para os atores, o grande desafio dessa pesquisa é o de se permitir
ser complemento do boneco, treinando um corpo maleável e ao mesmo tempo
submetido à estética do geminado.
Dia 9 de março de 2016, às 19h,
no Teatro Dragão do Mar. Gratuito. 12 anos.
► Abertura da exposição
Estratégias Volume 1 de Botas Domício [Temporada de Arte Cearense]
Mais informações em breve.
Dia 10 de março de 2016, às 19h,
no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE). Visitação de 11 de março a 17
de abril de 2016. Gratuito.
► Irmão Por Meia Hora – Comédias
de um Mestre
Trupe Rebimboca com Pimenta
Imagem inline 1 PROGRAMAÇÃO
ESPECIAL
Uma carta, uma proposta
irrecusável de casamento e o azar do palhaço. O palhaço Pimenta vai armar todo
tipo de situação para casar a irmã do mestre com um milionário. O problema é
que a irmã viajou para longe. Uma sensacional comédia para rir do começo até o
fim.
Dias 12 e 13 de março de 2016, às
20h, no Teatro Dragão do Mar. Gratuito. 12 anos.
► Brincando e Pintando no Dragão
do Mar
Imagem inline 1 PROGRAMAÇÃO
ESPECIAL
Além de brincadeiras e atividades
infantis sob orientação de monitores, tem ainda Oficina de Malabares, com o
Grupo Garajal, e o espetáculo Tiquinho de Nada, do Circo Lúdico Experimental
(CLÊ).
Sinopse Tiquinho de Nada
A Clown NADA perambula pelas ruas
em mais um dia de labuta. De repente, vislumbra o espaço ideal para mais um de
seus shows de artes de rua. O dia passa... Vai arrumando sua praça numa
trapalhada daquelas. Até que então, no derradeiro tempo, no rush do centro, no
desmonte da banca do feirante, no recolher da tralha ambulante, no avexo das
sacolas pendulando pelos joelhos,
tudo para, a fim de que
finalmente Nada faça seu espetáculo. Terminado, Nada vê a noite vindo e ela
brinca com as sacolas vadias, reluzentes ao luar, abandonadas ao vento, a
dançar. Um tiquinho de Nada existente há cinco anos.
Dia 13 de março de 2016, das 16h
às 19h, na Praça Verde. Gratuito.
► Fuxico no Dragão
Especial Fuxico do Vinil
Uma vez ao mês, o Fuxico no
Dragão será tomado pela Feira do Vinil, comandada pelo DJ Alan Morais. Da
primeira edição em maio de 2013 até hoje, já foram 27 edições no Kukukaya.
Agora, a feira ocupará o Dragão do Mar, ganhando o nome de Fuxico do Vinil. A feira
reúne além dos vinis, objetos relacionados, como equipamentos de som,
artesanato e vestuário.
Dia 13 de março de 2016, das 16h
às 20h, na Arena Dragão do Mar. Gratuito.
► Sax in Cena [Circuito de Música
Erudita]
Primeiro quarteto de saxofones profissional
do Ceará, o grupo Sax in Cena apresenta obras de compositores franceses e peças
de Alberto Nepomuceno.
Dia 13 de março de 2016, às 18h,
no Auditório. Ingressos: R$ 4 e R$ 2 (meia).
► Noite das Estrelas
Todos os meses, sempre nas noites
de Quarto Crescente Lunar, o planetário disponibiliza telescópios ao público em
geral para observação astronômica de Crateras da Lua, Planetas, Nebulosas etc.
Dias 15 e 16 de março de 2016, às
19h, em frente ao Planetário. Gratuito.
► Comer Querer Ver
Outro Grupo de Teatro
PROGRAMAÇÃO ESPECIAL
Apresenta forma, cores, texturas,
gostos e tudo que esteja à vista no primeiro olhar como em um cartão de
visitas. A montagem traz quatro estórias sobre conflitos do homem contemporâneo
consigo mesmo, cotidianamente, e com o próximo, em seus relacionamentos. A peça
lança mão da homoafetividade como pano de fundo para estabelecer sua trama e é
uma comédia sobre a instabilidade humana.
Dia 16 de março de 2016, às 20h,
no Teatro Dragão do Mar. Gratuito. 12 anos.
► Espetáculo dos Sonhos
Mágico Goldini
PROGRAMAÇÃO ESPECIAL
O show mostra uma performance bem
variada de efeitos mágicos, capaz de despertar o interesse do público de todas
as idades. O show vai além do entretenimento: suspense, muita interatividade,
efeitos visuais e uma boa dose de humor são ingredientes para criar momentos
mágicos inesquecíveis e despertar sonhos.
Dias 19 e 20 de março, às 19h, no
Teatro Dragão do Mar. Gratuito. Livre.
► Polifonias [Temporada de Arte
Cearense]
Com Breculê e Gabriel Yang
Programa da Temporada de Arte
Cearense, o Polifonias apresenta, na mesma noite, dois shows de artistas da
cidade. Nesta edição, as harmonias dissonantes e sobreposições rítmicas da
banda Breculê e o show “Poeira”, do guitarrista e vocalista de rock e blues
Gabriel Yang.
Breculê
De 2010 para cá, ano em que foi
lançado o primeiro disco da banda, intitulado Vidas Volantes, muita história
compõe a trajetória do Breculê. Em 2015, a banda começa a dar forma e a se
empenhar para a produção de seu novo trabalho, Anamorphosis, que promete
composições tão fascinantes quanto as do primeiro álbum.
Enquanto dá novos contornos ao
seu trabalho, a banda apresenta novamente em Fortaleza o show que reúne
composições do álbum Vidas Volantes, do projeto Inventário de Segredos, com
poemas musicados do livro da escritora Socorro Acioli, e faz uma prévia do que
vem por aí com Anamorphosis ao apresentar também canções inéditas. Dessa forma,
o show traz ao público de Fortaleza um panorama da produção musical do Breculê
nos últimos anos.
O Breculê desenvolve um trabalho
dedicado à música brasileira, em sua diversidade instrumental, rítmica,
harmônica e poética, com composições transversadas em uma linha contemporânea
de experiência criativa. Criado em 2007, o grupo se pauta pelo som de seu duo
de violões, baixo, bateria e trompete, contando neste show com a formação de um
time de metais para trafegar com pressão entre harmonias dissonantes e
sobreposições rítmicas, explorando timbres e combinações instrumentais, que
resultam em belas composições e arranjos ousados.
Gabriel Yang – Show Poeira
Artista independente, guitarrista
e vocalista da banda de rock Jardim de Ferro, Gabriel Yang ergue a bandeira do
“faça você mesmo” e desponta em 2015 com seu primeiro disco solo intitulado
Poeira. Fazendo o uso de guitarras rústicas de fabricação própria, utilizando
diversos materiais reciclados e obtendo uma sonoridade peculiar, o disco mescla
rock, blues e ainda resgata traços da sonoridade nordestina, flertando com
baião, maracatu e repente.
Dia 19 de março de 2016, às 20h,
no Anfiteatro. Gratuito.
► Clarice Falcão [show]
Quando conversei com Clarice
Falcão pela primeira vez, o assunto era “Monomania” (2013), o álbum de estreia
da cantora, compositora, escritora, atriz e roteirista pernambucana lançado
poucos meses antes. Aquele era um trabalho bem fora do padrão, pois tinha sido
criado sob os olhos do público, na frente da câmera, com repertório já
consagrado em uma série memorável de vídeos em plano-sequência, hits absolutos
na internet. Quem comprou o CD físico na loja sabia muito bem o que estava
levando pra casa e já adorava aquelas faixas antes mesmo de passar pela fila do
caixa. Nasceu um tiro certo, sem chance de falha. Talvez por isso mesmo, minha
curiosidade naquela conversa inicial pulava dez casinhas adiante e tentava
investigar qual seria o próximo passo. Quem seria a Clarice do segundo álbum?
Será que suas canções seguiriam como roteiros com começo, meio e fim,
misturando crônica de costumes, cinema existencial, quadrinhos e sitcom,
naquela mesma linguagem que se tornou uma assinatura tão intransferível? Será que
também testaria o novo repertório com vídeos? E a personagem que iluminava as
canções antigas, será que continuaria tropeçando no amor, obcecada pelo amado,
perdida entre o mundo real aquele que ela queria que fosse? Em suma, com quais
armas Clarice lutaria contra o acerto absoluto que foi seu primeiro disco, já
que seguir fazendo música depende de jogar fora toda manhã o que foi
conquistado no dia anterior? Todas as respostas chegam agora, três anos depois,
nas 14 faixas de “Problema Meu”.
Pra começar a conversa, é preciso
contar que a personagem principal das canções inverteu o jogo a favor dela e já
não sofre mais. Ao contrário, ri da cara daquele homem tolo que acreditou que o
amor descompensado que ele recebia valia alguma coisa. “Só de pensar que cê
pensou que era sério, falando sério, eu quero rir.” Na real, ela gosta dele
“como quem gosta de um vídeo no Youtube de alguém cantando mal”, “de um perfil
no Facebook que usa foto de casal”, Clarice afirma já na faixa de abertura do
disco, “Irônico”. E a ideia parece ser essa: olhar “Monomania” pelo espelho e
ver a mesma história acontecer outra vez, mas do avesso, como um tipo de amor
dando errado ao contrário, uma vingança a que todos temos direito, ou achamos
que temos nesses momentos possível volta por cima. Se a menina de “Monomania”
fingia não se lembrar mais do namorado que lhe deu um pé em “Eu Esqueci Você”
(“E se um dia eu te ligar de madrugada em desespero é engano”), a de “Problema
Meu” deixa claro, em “Eu Escolhi Você”, que só ficou com o rapaz porque não
tinha outra opção, pelo menos “até um outro aparecer” (“Na minha vida já
existiram/ 50 opções de amor/ 49 desistiram/ E você foi o que sobrou”). Em
“Deve Ter Sido Eu”, do disco novo, ela já não sabe mais “a placa do seu carro”,
ao contrário da obsessiva de “Macaé”, do trabalho de estreia, que já decorou
“seu RG só pra se precisar”. E se antes ela pedia coisas do tipo “me deixa ser
o suporte que segura a tela plana da sua sala no lugar” (“Qualquer Negócio”),
agora ela diz que nasceu “pessoa, gente, eu não nasci coisa, não me espere aí
na sua estante” (“Eu Sou Problema Meu”). Bem, dá pra notar logo que, mesmo
trabalhando pelo espelho, Clarice Falcão mantém seu estilo intacto. Como também
aprofunda aquela ironia finíssima que até confundiu muita gente no passado, que
ouvia em suas canções rompantes de “fofura” que nunca existiram de fato. Agora
que a casa caiu e o ponto de vista da personagem virou, fica bem claro o quão
redutor era esse rótulo, aliás.
Há recaídas, claro. Tirada do baú
não gravado em “Monomania”, “Se Esse Bar” segue o espírito da menina de antes,
com aquela voz de esperança que nunca morre pedindo ao garçom que não feche o
bar, coitada: “Eu sei que eu marquei às dez/ E eu sei que já são seis/ Mas vai
que ele se atrasou e quando ele chega eu já fui/ E a culpa é de vocês”. Outro
exemplo é a metalinguística “Duet”, também antiga, do tempo em que Clarice Falcão
compunha apenas em inglês. A
voz tristonha conta que aquela música foi composta pra ser cantada em um dueto,
mas como o rapaz foi embora, ela vai ter que dar conta de fazer as duas vozes
com uma garganta só. “Vinheta” é uma pegadinha, pois apenas finge outra recaída
assim. Começa com a garota ansiosa ao lado de um telefone que não toca,
esperando um email que não vem. Mas, em seguida, ela tem um surto de autoestima
e conclui (“deseja” talvez seja o verbo melhor) que só pode ter acontecido
alguma coisa: talvez tenha sido “atropelado e levantou cambaleante e deu de
cara com um poste e quebrou 14 dentes e aí foi assaltado por três caras
gigantescos e na hora de sair foi atropelado novamente e acordou com amnésia e
num hospital distante”. Se não me liga no segundo dia é porque morreu, claro.
Nem tudo em “Problema Meu”, no
entanto, foi construído com a intenção de desmentir (ou reiterar) o passado.
Algumas faixas foram escolhidas em outras fontes e por razões estritamente
estéticas, segundo afirma Kassin, produtor musical do álbum. Entre elas está
“I’ll Fly with You”, pescada pela cantora entre os greatest hits de sua
adolescência principalmente pela beleza da melodia. A canção, lançada pelo DJ
italiano Gigi d’Agostino em 2000, perde a batida electropop dançante da versão
original pra se tornar uma balada melancólica. Outro caso assim é “Banho de
Piscina”, que veio do baú do pai de Clarice, o diretor e roteirista João
Falcão. Deliciosamente rancorosa, a música foi escrita por ele quando tinha a
idade que a filha tem agora, talvez ainda um pouco antes. Os versos dizem
coisas como: “Eu quero ver você/ Numa piscina de óleo fervendo/ Pedindo socorro
e eu te oferecendo/ Uma dose de rum pra você se esquentar”. Já a última das
faixas de “Problema Meu” assinada por outros compositores, “A Volta do
Mecenas”, de Matheus Torreão, abre o leque temático, lembrando que nem todos os
problemas dessa vida são derivados do cotidiano amoroso: “A cada nova década
aumenta a decadência/ E quem é que toma as divinas providências/ Eu não tenho
pressa, mas me falta paciência”.
As três canções alheias ampliam a
área de atuação de Clarice Falcão como artista. Mas não há dúvidas que é o
repertório autoral que dá o brilho e a identidade tão peculiar de “Problema
Meu”. “Vagabunda”, a mais surpreendente entre todas as canções do disco, foi
inspirada em caso real. Clarice ouviu a história de um amigo, cujo pai tinha
outra família fora do casamento. Quando a mãe descobriu a situação, convidou a
amante do marido pra um jantar. Entenderam-se muito bem, as duas. E, na hora de
pagar a conta, a esposa oficial puxou o cartão de crédito: “Pode deixar que
essa ele vai ter que pagar pra gente”. O discurso em versos esculpido por
Clarice escapa tanto do lugar comum que nos leva às melhores letras de Odair
José: “Toma um chope comigo, vagabunda, que eu seu a vagabunda que eu sou/
Repara que conexão profunda de ter compartilhado um mesmo amor”. A autora diz
que a letra é também uma reação à cultura do recalque que domina o pop
brasileiro (aquela que deseja às inimigas vida longa etc.). Clarice reverte e
transcende o papel da “outra” em seu roteiro: “Me dá seu telefone, inimiga/ Que
é só você que vai compreender/ Aquela agonia na barriga/ Me liga que eu tô que
nem você”.
A presença de Kassin foi
fundamental pra dar diversidade musical ao disco. Se “Monomania” era quase todo
acústico e monocromático, sem grandes ondulações rítmicas, “Problema Meu” é um
furacão de gêneros. Há rock (“Volta do Mecenas”), brega (“Banho de Piscina”),
folk (“Clarice”), balada (“I’ll Fly with You”), bossa nova (“Duet”), disco
music (“Era uma Vez”) e muito mais. A banda arregimentada por ele junta dois
meninos talentosos da nova geração carioca: Diogo Strauss (guitarra, baixo,
violão) e Danilo Andrade (teclados). O próprio Kassin toca alguns baixos e a
maior parte das baterias é do português Fred Ferreira, conhecido de nós
brasileiros por integrar a Banda do Mar. Os arranjos de metais foram feitos por
Alberto Continentino e os de cordas, por Sean O’Hagan.
Ainda sobre diversidade musical,
o disco termina com a (suposta) autocrítica “Clarice”. E o “suposta” fica entre
parênteses porque, como sabemos, estamos em um terreno banhado em ironia, numa
sala de espelhos que embaralha passado e presente, real e imaginário, nós
mesmos e os outros. E talvez essa seja só uma resposta da artista a quem, nos
últimos tempos, criticou a simplicidade de suas composições. “Clarice, sempre
os mesmos três acordes/ Olha, um si bemol não morde/ Não precisa poupar dedo/ É
medo de gastar.” É um belo toque em quem ainda não entendeu a faceta mais
exuberante de Clarice Falcão: erguer em três acordes a vida inteira dos seus
personagens, compor narrativas surpreendentes sem lançar mão de mais do que o
necessário, como me definiu outro dia o mestre da canção Luiz Tatit, outro
criador de personagens igualmente atrapalhados no amor, que também nunca são
condenados por ele à mediocridade simplista do final feliz ou infeliz. Nisso,
vejo um parentesco entre ele e Clarice. Tatit também vê, ele me disse. E,
reforçou, o número de acordes jamais determinou grandeza em música popular.
Escrevendo isso agora, eu me
lembrei também da definição que Tom Zé sempre dá à própria produção. Por não
ser um músico exuberante (ele gosta de fingir que não é), entende que seu
melhor caminho é pegar o ouvinte pelo cognitivo, não pelo contemplativo. Ou
seja: em vez de se apoiar em melodias e harmonias ultraelaboradas que atinjam o
espírito de quem escuta com uma flecha, suas canções criam histórias que pescam
os ouvidos pelo cérebro, jogando anzóis pela via da identificação, pelo que
todos nós reconhecemos nelas como reflexo de nossas vidas. E, vamos confessar,
todos nós já estivemos perto de situações como as que Clarice descreve em suas
canções. Já fomos aquela figura que fica “só mais um pouquinho” no bar
esperando alguém que nunca virá. Mesmo que muitas vezes tenhamos arrumado um
jeito de disfarçar esse ridículo até de nós mesmos. Vivendo as mesmas histórias
outra vez, mas viradas do avesso através de um espelho, por exemplo.
MARCUS PRETO
janeiro de 2016
Dia 19 de março de 2016, às 21h,
na Praça Verde. Ingressos Pista – Lote 1: R$ 60 e R$ 30 (meia) | Ingressos
Front – Lote 2: R$ 120 e R$ 60 (meia)
► Brincando e Pintando no Dragão
do Mar
Imagem inline 1 PROGRAMAÇÃO
ESPECIAL
Além de brincadeiras e atividades
infantis sob orientação de monitores, tem ainda Oficina de Brinquedos
Reciclados e a Trupe do Palhaço Baratinha.
Dia 20 de março de 2016, das 16h
às 19h, na Praça Verde. Gratuito.
► Fuxico no Dragão
Com Sarau no Fuxico e Feira
Índice
Uma feirinha com vinte
expositores de produtos criativos agitam as tardes de domingo. Esta edição traz
ainda a Feira Índice, com editoras e autores independentes, e um sarau
literário.
Dia 20 de março de 2016, das 16h
às 20h, na Arena Dragão do Mar. Gratuito.
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