Pesquisa da Global
Entrepreneurship Monitor afirma que 61,8% dos brasileiros empreenderam por
oportunidade e 37,5% por necessidade
Em dados gerais, cerca de 70%
da população brasileira sonha em empreender e esse número só tende a crescer.
No Brasil, uma pesquisa feita pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em
parceria com o Sebrae, aponta que, em 2018, foi registrada uma taxa de 38% de empreendedorismo,
ou seja, cerca de 52 milhões de pessoas estavam ligadas a uma atividade
empreendedora. Esse é o segundo maio índice desde que a pesquisa começou a ser
realizada, em 2002. A maior taxa é de 2015, com 39,3%.
Os números parecem animadores,
mas engana-se quem pensa que o caminho do empreendedorismo é fácil. Cada vez
mais, diversos profissionais encontram nele uma oportunidade de mercado. Para
obter sucesso, é preciso passar por algumas etapas simples, mas que fazem toda
a diferença.
“Empreender é transformar
sonho em realidade, porém deve-se estar disposto a encarar desafios, o primeiro
deles é identificar o melhor cenário, encontrar um negócio em que o futuro
empresário tenha afinidade e paixão”, afirma o Consultor Empresarial, Jean Araujo.
O profissional aponta ainda
outros passos para quem desejar alcançar o sucesso profissional no próprio
negócio. “Muitas pessoas acreditam que empreender é abrir uma empresa, mas não
é só isso. O profissional que quer empreender deve apresentar um diferencial,
sair da zona de conforto. Empreender está diretamente ligado a uma postura,
como a de encarar os desafios como oportunidades”, completa.
Ainda de acordo com a GEM,
também em 2018, 61,8% dos brasileiros empreenderam por oportunidade e 37,5%,
por necessidade, por estarem fora do mercado de trabalho. “Posso apostar que a
maioria destas pessoas que alcançaram seus objetivos, ou estão alcançando,
entendem que empreender é mais que o desejo de ter liberdade financeira e que
ser bem sucedido é consequência. Eles seguem uma rotina contínua de estudos,
para ter embasamento e saber usar dados a seu favor. Este é o grande
diferencial de um empreendedor de sucesso”, continua.
Perfil
Os jovens estão cada vez mais
amadurecendo essa ideia de “ser o próprio chefe”. Uma pesquisa feita pela
Confederação Nacional de Jovens Empresários (CONAJE) com cerca de 5 mil jovens
empresários, de 18 a 39 anos, foi constatado que microempreendedores são a
maioria no país e 15,6% desses 5 mil jovens estão no Nordeste.
Para a psicóloga, Rachel
Sales, o apoio emocional para o empreendedor é um fator essencial para o
possível sucesso do negócio, principalmente para os jovens, que têm garra e
força de vontade, mas que podem trazer consigo o receio de errar e o medo da
frustração. “É comum ver perfis assim, as emoções estão à flor da pele enquanto
se é jovem, para todos os âmbitos, principalmente no setor profissional, onde
há pressão de todos os lados e a responsabilidade de pagar as contas. Além de
todo o conhecimento adquirido, o jovem sente a necessidade de confiar em alguém
para ter como apoio na criação e sustentação do futuro negócio”, completa.
Personagem
Bruna Santiago é um exemplo de
jovem empreendedor de sucesso. Ao lado da mãe, com apenas 22 anos, ela é
proprietária de três lojas de roupa. Juntas, elas fabricam e comercializam as
peças. Um negócio que começou quando Bruna ainda estava na escola.
“Eu sempre tive esse encanto
por vendas. Ainda criança, eu colocava comidinhas para vender na porta de casa,
ligava um som em casa e cobrava 25 centavos para as amigas entrarem, fingindo
ser uma festa”, lembra Bruna.
A parceria com a mãe começou
muito cedo. Acadia Santos sempre trabalhou com costuras e foi aos poucos,
parcelando, que ela comprou as máquinas. Bruna Santiago conta ainda que sugeriu
para a mãe a ideia de vender roupas. “No começo não deu muito certo, nós não
compramos o tecido ideal para fazer t-shirts. Na lavagem, elas mancharam e nós
perdemos o dinheiro que tínhamos, mas não desistimos, seguimos em frente e,
hoje, eu posso dizer que realizei o sonho da minha mãe de ter uma casa linda,
com piscina. E eu estou realizando os meus, comprando o que eu quero, viajando.
Eu cheguei onde estou com muita persistência e estudos”, completa.
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