Nos dias atuais, a construção de
uma família parece mais difícil; mulheres encontram alternativa na medicina
reprodutiva, por meio do congelamento dos óvulos para uso futuro
As mulheres têm conquistado cada
vez mais independência. As lutas e reivindicações levaram o público feminino a
se posicionarem no mercado de trabalho e buscarem ainda mais qualificação.
Assim, aquelas que vivem entre o trabalho e os estudos, mas ainda desejam ser
mães, encontram um embate. Em um cotidiano agitado, a construção de uma família
parece não ter lugar. Muitas encontram a solução na medicina reprodutiva, por
meio do congelamento dos óvulos em período mais saudável para uso futuro.
É o que conta o especialista em
reprodução assistida, Dr. Fábio Eugênio Rodrigues. Ele explica que, para o
sucesso do procedimento, o ideal é que a mulher passe pelo método antes dos 35
anos. Após esse período, as células reprodutivas femininas passam a perder qualidade.
“Até os 40 anos existe a probabilidade de gravidez, mas os riscos começam a
aparecer. As chances da criança vir a desenvolver doenças genéticas e outras
deficiências, devido à má-formação cromossômica, aumentam”, ressalta.
O médico destaca que, durante o
tratamento, a paciente passa pelo menos 12 dias recebendo injeções diárias de
hormônio responsáveis por estimularem o organismo e por deixá-lo propício à
retirada dos óvulos. Em um cenário ideal, congela-se cerca de 12 células, que
podem permanecer nesse estado por tempo indeterminado. Segundo o especialista,
o tempo de congelamento não é o responsável por danificar o óvulo, mas sim a
técnica utilizada.
Sucesso
Conforme o Dr. Fábio Eugênio,
além de não oferecer nenhum risco a mais em relação à saúde do bebê, o
procedimento apresenta um alto índice de sucesso nos melhores cenários.
Utilizando um número considerável de óvulos saudáveis, a possibilidade de
gravidez chega a ser de 60% a 70%. Fatores como descongelamento, fertilização e
implantação no útero são etapas que interferem na chance de gestação e, por
isso, devem ser levados em consideração.
Alternativa
Apesar de os casos mais comuns
nessa situação serem de pessoas à procura de um planejamento familiar, em
outros cenários também recorre-se à técnica. Mulheres que vão se submeter a
tratamentos agressivos como a quimioterapia ou apresentam histórico de
menopausa precoce na família também encontram no congelamento a solução para o
sonho de ter filhos no momento idealizado.
Sobre o Dr. Fábio Eugênio
Rodrigues
Membro da equipe responsável pelo
primeiro bebê de fertilização in-vitro do Ceará, em 1999, o Dr. Fábio Eugênio
(CRM 5676 – RQE 5570) é ginecologista com mestrado em tocoginecologia pela UFC,
especialista em Reprodução Assistida pela AMB e ex-presidente da Sociedade
Brasileira de Reprodução Humana Secção Ceará. É também membro da Sociedade
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Sociedade Americana de Medicina
Reprodutiva, Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, e Sociedade
Brasileira de Reprodução Assistida. Atualmente é diretor Clínico e um dos
quatro sócios da “BIOS – Centro de Medicina Reprodutiva”.
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