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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

ARTIGO] O ensino e as novas tecnologias

 

Vivemos em um modelo de sociedade em que ao longo dos últimos anos sofreu inúmeras modificações pelo uso de tecnologias das informações e comunicações que integram nosso cotidiano de tal forma que parece difícil imaginar a vida sem elas. 

Nesse contexto, a escola pouco a pouco vem perdendo o seu papel exclusivo na transmissão e distribuição de conhecimento. Dessa forma, para dialogar com essa sociedade da informação, a escola precisa ser reestruturada e incluir a nova tecnologia em seu espaço. 

Um vasto aparato tecnológico está incorporado ao cotidiano das pessoas, o que exige que a escola se renove, uma vez que trazem inúmeros desafios para a educação. O principal é entender como essas mudanças afetam a escola e modificam o papel do professor na sala de aula. 

As novas tecnologias vêm desafiando as instituições a explorar metodologias de ensino além do tradicional, em que os professores se colocam no centro de uma aprendizagem mais participativa e integrada, alternando entre momentos presenciais e a distância, mantendo vínculos pessoais e afetivos, estando juntos também virtualmente. 

Apesar das visíveis mudanças sociais e a urgente necessidade de a escola acompanhar essas mudanças, uma certa resistência por parte dos agentes escolares ainda é identificada. O professor deve buscar ressignificações de conceitos e práticas de ensino e de aprendizagem apropriando-se das tecnologias da informação e da comunicação. 

Porém, também há uma necessidade de preparar o aluno, mesmo que já inserido no contexto tecnológico do seu dia a dia, para que sejam capazes de buscar a informação, avaliar, selecionar, estruturar e incorporar aos seus próprios conhecimentos. E isso envolve a compreensão de seu protagonismo em sua própria educação e que os habilitem a participarem de debates envolvendo questões cientificas e tecnológicas. 

Inserir as novas tecnologias no cotidiano escolar contribui para a melhoria das condições de acesso à informação e ampliam a aprendizagem. Porém, a simples inclusão desses recursos não significa aprendizagem, visto que sozinhos não são capazes de mudar a escola. Equipar as escolas com aparatos tecnológicos sem uma mudança da postura do educador reduziriam a meras formas diferenciadas de transmitir informação.  

É necessário traçar objetivos bem definidos e buscar a integração aos processos curriculares. Sendo assim, tecnologias baseadas em novas concepções de conhecimento, de metodologia e novos perfis de alunos, o educador deve contribuir para transformar os processos de ensino e aprendizagem. Do contrário, a tecnologia se reduz apenas em um instrumento. 

A partir de situações problematizadoras e desafiadoras que levem os alunos à busca de informação e possibilitem o desenvolvimento intelectual e as condições para que o indivíduo seja agente de mudança em seu meio, o papel da escola e do professor deixa de ser pautado apenas na transmissão do conhecimento e passa a ter um papel de facilitador do processo de aprendizagem. 

A tecnologia estimula a aprendizagem. A Internet, por exemplo, é uma ferramenta de troca de ideias e compartilhamento de pesquisas. Já as comunidades virtuais possibilitam uma nova dimensão do exercício intelectual com o desenvolvimento do raciocínio rápido e do trabalho de equipe. Dessa forma, a tecnologia das informações pode ser um instrumento para a construção de conhecimento que permite compreender problemas atuais e desenvolver projetos alternativos para a transformação do cotidiano e construção da cidadania. 

As novas tecnologias devem modificar toda a estrutura da aula, tornando-a mais dinâmica. Porém, o professor não deve perder a sua função, pois é ele que dirige todo o processo de aprendizagem quando atua como mediador desse processo. Dessa forma, há uma necessidade de o professor rever as suas práticas e, no papel de mediador, ter domínio na utilização de metodologias adequadas a um processo de ensino-aprendizagem mais interativo, contextualizado e significativo.  

O professor converte-se em sujeitos dos saberes e mediadores da ação pedagógica e, por isso, devem apropriar-se dessas novas tecnologias para compreender o caminho que deve percorrer para um processo ativo e dinâmico na interação dos alunos e as tecnologias no contexto escolar.

 

 

Profª. Fernanda Sleiman Rodrigues

Docente do Curso de Pedagogia da UniAteneu

Pedagoga, especialista em Psicopedagogia e mestra e doutora em História Contemporânea

 

 

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