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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Teatro] Baseado na obra de Martha Medeiros, Simples Assim estreia no Theatro Via Sul Fortaleza


 
Comédia dirigida por Ernesto Piccolo tem no elenco Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro, e é baseada nos livros Quem diria que viver iria dar nisso e Simples Assim, duas coletâneas de crônicas.


Em uma produção original da Turbilhão de Ideias e apresentação do Circuito Cultural Bradesco Seguros, a peça Simples Assim estreia dias 18 e 19 de outubro, no Theatro Via Sul Fortaleza, às 19h (sexta) e 19h e 21h30h (sábado), respectivamente. Baseado na obra da colunista do jornal O Globo e cronista Martha Medeiros, o texto foi adaptado pela própria autora, ao lado de Rosane Lima. No elenco estão Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro, sob a direção de Ernesto Piccolo.

Sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro, a peça é marcada por histórias entrelaçadas e apresenta figuras simultaneamente distópicas e reais, como um casal que apenas interage pelo celular, uma mulher que contrata uma dublê de si mesma e uma jovem que decide viajar para Marte e abandonar o amante. Em todos os casos, há espaço para uma indagação: para onde foi a simplicidade do afeto tête-à-tête? O enredo traz reflexões sobre a roda da vida e os humanos em meio ao caos moderno, à solidão tecnológica, soterrados por informações e desencontros.

A comédia reflete sobre o cotidiano, com muito humor e afeto, como é usual na obra da escritora, uma das mais celebradas cronistas brasileiras. Os atores se revezam em vários personagens, em dez cenas, numa estrutura inspirada em A Ronda, clássico do austríaco Arthur Schnitzler.

“Trazemos o espírito meio esquizofrênico desta época. A vida é difícil, mas a simplicidade salva. Corruptos existem, mas eles nada podem contra a morte. A tecnologia nos domina, mas o amor segue imperioso. Tudo se entrelaça. É um texto para rir e pensar sobre essa birutice toda”, comenta Martha Medeiros.

“As cenas exploram detalhes dessas relações no cotidiano, procurando o que permanece de humano nos personagens em meio a tantas transformações. Montar a peça hoje é abrir um espaço de pensamento e, ao mesmo tempo, de prazer para os espectadores, desejando que eles possam rir e refletir sobre nossa linda e atribulada humanidade”, conclui.

As duas coletâneas em que a peça se baseia reúnem cerca de 200 crônicas. Dessa pesquisa resultaram dez cenas, cada uma delas com duas ou três crônicas entrelaçadas. A livre adaptação do texto apresenta histórias entrecortadas que tratam das relações interpessoais no mundo contemporâneo, de um tempo acelerado e mediado por uma tecnologia invasiva e incontornável. Rosane Lima explica que a estrutura do texto segue um modelo inspirado em A Ronda, clássico do austríaco Arthur Schnitzler, com cenas aparentemente independentes, mas com um personagem sempre se repetindo no quadro seguinte.

“A estrutura do texto austríaco sempre me encantou pela simplicidade e eficiência. Eu também sabia que teríamos um elenco pequeno e um número razoável de personagens, situação que esse formato favorece. A Ronda foi escrita na virada do Século XX, um período de grandes transformações sociais, morais, etc., possibilitando uma analogia atraente com o momento atual. Na “ciranda” de Simples Assim não surgem apenas casais, como na peça de Schnitzler, mas também relações de irmãs, amigos, empregados, o que, além de ampliar o espectro de visão da peça, contempla a variedade e o alcance das crônicas da Martha." 

Ernesto Piccolo considera Simples Assim a peça mais atual da escritora. “É a mais antropológica. Ela tem um lado muito humano e também traz lampejos sociais e políticos muito atuais, retrata o nosso desconforto com as coisas que estão acontecendo no mundo”.

Para Julia Lemmertz, a autora tem a capacidade de falar sobre coisas profundas de uma forma muito direta, conseguindo radiografar, através de suas crônicas, o caos dos dias atuais. “Está todo mundo muito conectado em redes, links, mas pouco conectado com a pessoa que está do seu lado, com o presencial, o aqui agora. A peça vai colocando situações para que você reflita como é estar nesse mundo com essa quantidade de informação, de solicitações e como você se forma humano nisso. Como você permanece humano dentro de tanta demanda”, aponta.

Julia destaca ainda a universalidade e importância dos temas abordados no espetáculo. “É um momento de tantas coisas para se refletir. Ele se passa no Brasil, mas o mundo inteiro está assim. Estamos em uma convulsão geral, as pessoas estão em situação limite”, reflete.

Pedroca Monteiro acrescenta que o espetáculo olha para o agora e aponta que, apesar de tudo, é necessário continuar. “Não adianta ir para Marte, como decide uma das personagens. É preciso estimular as pessoas à mudança. Ao invés de viajar para outro planeta ou mesmo outro país, é fundamental ficar aqui e tentar transformar o nosso lugar”, conclui. “E a Martha consegue traduzir tudo de uma maneira popular, que se comunica com todos”, elogia Georgiana Góes. O espetáculo propõe focar no que realmente importa, tenta alcançar a simplicidade, que é algo tão complexo e difícil. “É preciso buscar gente que converse e se escute, que se aproxime pelo afeto, pelo carinho, pela empatia, pelo interesse pela vida do outro. É trocar, ouvir e ser ouvido.”

A transposição para o palco


Uma das mais importantes escritoras brasileiras da atualidade, Martha Medeiros teve outras obras adaptadas para o teatro como Divã e Doidas e Santas, entre elas. É a primeira vez que ela assina também a versão do texto para o palco. “As peças foram adaptadas com liberdade total, com minha obra servindo como base, mas agora é diferente, não há uma releitura dos meus textos. Em Simples Assim, eles estão mais íntegros. Claro que há também a adaptação da craque Rosane Lima, mas o espírito da peça está mais sintonizado com o que escrevo nos jornais. Há um compromisso real com minhas ideias e meu espírito”, explica.

O projeto nasceu de uma ideia do produtor Gustavo Nunes, em 2016, após um encontro com Martha Medeiros, em Porto Alegre. A parceria entre os dois rendeu também o canal da escritora no YouTube, M de Martha, que estreou no ano passado e prepara uma série de novos episódios ainda este ano.

Diretor de Doidas e Santas, Ernesto Piccolo já é familiarizado com o universo da escritora e foi uma escolha natural. Amigo de longa data de Julia Lemmertz, é a primeira vez que a dirige. “Sempre sonhei trabalhar com ela”, celebra.


Sobre o Circuito Cultural Bradesco Seguros


Manter uma política de incentivo à cultura é compromisso permanente do Circuito Cultural Bradesco Seguros. Nos últimos anos, o Grupo Bradesco Seguros orgulha-se de ter patrocinado e apoiado projetos nas áreas de música, dança, artes plásticas, teatro, literatura e exposições, além de outras manifestações artísticas.

Dentre as recentes atrações, destacam-se os musicais “Bibi - Histórias e Canções”, “Chacrinha, O Musical”, “Elis - A Musical”, “A Família Addams”, “O Rei Leão”, “Bem Sertanejo”, “Les Misérables”, “60 – Década de Arromba”, “Cinderella” e “Romeu e Julieta”, além da “Série Dell'Arte Concertos Internacionais”, “Temporada Dell’Arte de Dança – Compañia Antonio Gades” e a exposição “Mickey, 90 anos”.

Para conhecer o calendário 2019 dos espetáculos patrocinados e apoiados pelo Circuito Cultural Bradesco Seguros, acesse www.bradescoseguros.com.br, clique na opção “Outros Portais” e “Circuito Cultural”.

Ficha Técnica


Texto e adaptação: Martha Medeiros e Rosane Lima. Direção Artística: Ernesto Piccolo. Elenco: Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro. Produção e idealização: Gustavo Nunes. Cenografia: Clivia Cohen. Projeções Cênicas: Rico Vilarouca / Renato Vilarouca.  Figurino: Helena Araújo e Alfaiataria Conrado. Luz: Felício Mafra. Trilha Sonora: Rodrigo Penna. Visagismo:  Uirandê Holanda. Produtora de Elenco: Yolanda Rodrigues. Preparação Corporal: Cristina Moura. Designer e Fotos: Victor Hugo Ceccato. Marketing/ Designer: Julliana Della Costa. Preparação Vocal: Rose Gonçalves. Cenógrafo Assistente: José Cohen. Cenotécnica: Humberto Silva e Humberto Silva Jr. Assistente de direção: Neuza Caribé Assistente Designer: Bruno Karvan. Assistente de Produção: Patrícia Nunes. Assistente Financeiro: Jéssica Veiga. Assistente de Diretor de Palco: Gleison Brito. Operador de Luz: Ari Nagô Operador Multimídia: Janser Barreto. Produção Executiva: Glauce Carvalho. Coordenação de Produção: Lúcia Souza. Financeiro e Prestação de Contas: Helber Santa Rita. Apoio: Lojas Pompéia e Veirano Advogados. Apresentado por Bradesco Seguros. Produção Original: Turbilhão de Ideias Entretenimento. Assessoria de Imprensa: Arteplural.



SERVIÇO:


SIMPLES ASSIM

Datas: 18 e 19 de outubro de 2019

Horário: Sexta 21h; Sábado às 19h e 21h30h

Classificação: 12 anos

Duração: 70min

Local: Theatro Via Sul Fortaleza – Av. Washington Soares, 4335 – Edson Queiroz

Ingressos: Sexta: R$ 80/R$40; Sábado (R$ 100/R$ 50)

Ingresso Popular: R$ 50,00 Inteira R$ 25,00 (meia) em todas as sessões

Vendas: https://site.bileto.sympla.com.br/theatroviasulfortaleza/


Capacidade: 732 Pessoas

Informações: (85) 3099-1290
Horário de funcionamento da bilheteria: De segunda a sábado, das 10h às 22h; Aos domingos e feriados, das 11h às 21h
Acessibilidade: Elevadores, rampas de acesso e assentos especiais.

Estacionamento no Via Sul Shopping

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