O Ecumenismo da Fraternidade será
a razão de ser das criaturas humanas no transcurso do terceiro milênio. É uma
questão de progresso (e de sobrevivência), no qual, de certa forma, acreditou
boa parte de gerações e gerações que nos antecederam. Se assim não cressem e
não agissem, onde estaríamos hoje? Talvez na era da pedra lascada!...
O Amor não é degradação de corpos
nem de mentes, e sim a Força de Deus, da Sabedoria Suprema em nós, ou lá como
pensem os Irmãos ateus acerca dos assuntos mais elevados. Amar é um ato de
coragem. Foi o exemplo que nos ofereceu Jesus. É a Política mais inteligente
que um indivíduo pode conceber. Ela contempla ainda o correto entendimento do
axioma de Confúcio (551-479 a .C.):
“Paga-se a Bondade com a Bondade, e o mal com a Justiça”, ou seja, é imperioso
ter bom senso.
Conforme ressaltei ao meu velho
amigo jornalista Paulo Rappoccio Parisi (1921-2016), em 1981, instruir com
acerto é boa Política, porque educar e espiritualizar redime as criaturas, as
nações, a Natureza, o planeta. Não podemos progredir destruindo o mundo, a
nossa casa coletiva, por efeito de ignorância não apenas intelectual, como
também, e principalmente, moral e espiritual.
Trata-se de Política excelente, a
providência de educar, reeducar, instruir, espiritualizar no caminho da Paz,
resultante da confraternidade das numerosas culturas que compõem a civilização
que, em si mesma, é una, planetária. (E não esqueçamos jamais que a nossa
existência não é unicamente física, porquanto começa no Alto, antes de sermos
carne.) Do contrário, o que poderá vir a abater-se sobre a Terra será o
doloroso inverso do Amor, a exemplo desse ecocídio que provocamos por aí. Pois,
na verdade, já que fazemos indissociável parte do esquema planetário de
sobrevivência, estamos então cuidando, com contumácia, de nossa automatança
coletiva.
Talvez, ao descrever “A Grande
Tribulação” (Evangelho, segundo Mateus, 24:3 a 28; Marcos, 13:3 a 23; e Lucas,
21:7 a 24), Jesus esteja narrando a consequência desse esforço humano colérico.
Diante disso, é flagrantemente necessário espiritualizar, dentro do Ecumenismo
dos Corações, as pessoas. Somente assim, e com perseverança, os diversos
segmentos da sociedade passarão a viver em harmonia, demore o tempo que for
preciso até que isso venha a ocorrer. Cabe aqui, perfeitamente, este raciocínio
profundo de Abraão Lincoln (1809-1865), que se encontrava exposto no gabinete
de Alziro Zarur (1914-1979), na antiga Rádio Mundial, no Rio de Janeiro/RJ,
Brasil, naquele tempo, de 1956
a 1966,
a Emissora da Boa Vontade: “O homem que se decide a
parar até que as coisas melhorem verificará, mais tarde, que aquele que não
parou e colaborou com o tempo estará tão adiante que jamais poderá ser
alcançado”.
Costumo afirmar em minhas
palestras que, se é difícil, comecemos já, ontem!, porque resta muito a ser
feito.
E quando digo seres
espiritualizados, quero reiterar: revestidos do Amor Fraterno, que a Humanidade
precisa viver, também politicamente, com urgência. Como escreveu José Bonifácio
(1763-1838), o patriarca da Independência brasileira: “A sã Política é filha da
Moral e da Razão”.
Assim é a ação religiosa e
política do Ecumenismo dos Corações, aquele que levanta o caído; que não se
precipita ante as ilusões das contendas filosóficas, quando estas ocorrem
apenas pelo prazer de discutir assuntos, sem levar em conta o que padece à beira
do caminho. Ele não se influencia pelas lucubrações do intelecto quando
arrogante. Pelo contrário. Ilumina-o incansavelmente toda vez que é convocado a
manifestar sua qualidade excelsa. Desconhece os ódios, isto é, não os vive nem
os dissemina. É Amor Fraterno, que promove a Estratégia da Sobrevivência, que
espiritualiza a Economia e a disciplina. (...) É o Ecumenismo Irrestrito.
livro É Urgente
Reeducar! (2010)
José de Paiva Netto,
jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br —
www.boavontade.com
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